Resenha cultural: Run Fatboy Run

“Maratona do Amor”, como foi (terrivelmente) intitulado em português, é um filme bacana que vai conseguir proporcionar boas risadas e até mesmo uns ciscos nos olhos. Por Raquel Gandra (*), da redação.

Primeiro filme dirigido por David Schwimmer, ator famoso por seu papel de Ross no seriado americano Friends, “Run Fatboy Run” é uma comédia romântica que se passa na Inglaterra.

O tema é comum. Homem tem que superar obstáculos para conseguir provar a mulher de sua vida que merece o seu amor. Há algumas diferenças, mas no geral, o filme segue os mesmos clichês de sempre: o outro pretendente que vai disputar a mocinha se revela aos poucos não tão legal e perfeito como se imaginava, a motivação que vai surgindo aos poucos no protagonista “loser”, os personagens secundários que acabam sendo mais engraçados que os principais, etc. Apesar das repetições, “Run Fatboy Run” consegue divertir e fugir das soluções mais fáceis em alguns momentos.

Simon Pegg interpreta Dennis Doyle, o perdedor que precisa superar seus erros do passado e suas dificuldades para mostrar para a antiga namorada que mudou. Ele está ótimo no papel. Como sempre, consegue manter o equilíbrio entre o meloso romântico e o cômico. Thandie Newton está simpática no papel de “mulher-troféu” a ser disputada entre os dois pretendentes. E linda, como sempre. Hank Azaria também faz muito bem o papel de partido perfeito que eventualmente mostra suas falhas. Mas o melhor é Dylan Moran, que interpreta Gordon, o melhor amigo, mulherengo e “gambler” que aposta no sucesso de Dennis por interesses próprios.

A trilha sonora é animada, com vários sucessos da música inglesa. A fotografia é simples, típica desse gênero: planos médios e conjunto para mostrar as ações, mas do que qualquer outra coisa e cores vivas ainda que com o visual austero mais “clean” de Londres. Muitas das piadas são previsíveis e em vários momentos a música com função dramática surge para emocionar os espectadores. Entretanto, o bom desempenho dos atores, a distinção característica do modo de se levar a comédia, próprio dos ingleses e o espírito alegre do filme dão-lhe crédito e força para agradar ao público em geral.

Para aqueles que conhecem os antigos trabalhos de Simon Pegg, como “Shaun of the dead” ou “Hot Fuzz”, não vão esperando o humor mais ácido, certeiro e cheio de citações, presente nessas outras obras. O filme está longe disso, mas Pegg, com sua atuação e pequena participação no roteiro, já conseguiu dar um diferencial do humor de comédias românticas americanas para essa. Enfim, “Maratona do Amor”, como foi (terrivelmente) intitulado em português, é um filme bacana que vai conseguir proporcionar boas risadas e até mesmo uns ciscos nos olhos ;)

Veja o trailer:


(*) Raquel Gandra é repórter cultural da Revista Consciência.Net na área de cinema.



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