A maior parte da frota da Aerolineas está parada no hangar do Aeroporto Internacional de Buenos Aires (Ezeiza)
BUENOS AIRES. O valor das ações da Aerolineas Argentinas, a principal empresa aérea do país, será determinado hoje, em audiência publica na Justiça Argentina. As ações já estão sendo transferidas para o Governo Argentino, que deverá ser o principal acionista da companhia aérea.
Segundo representantes do grupo espanhol Marsans, que, em 1990, adquiriu 85 por cento das ações da Aerolineas Argentinas, a intervenção judicial seria um primeiro passo do governo para reestatizar a companhia. Assim, seria acrescida a participação do Governo e a de empresários argentinos no controle da empresa.
A audiência de hoje, que terá representantes do Governo e da Aerolineas, tem também o intuito de discutir a falta de pagamentos a funcionários, bem como cancelamentos e atrasos de vôos constantes. Outro ponto importante que será pautado na reunião é o real valor da dívida da companhia que, segundo o Governo argentino já beira os 900 milhões de dólares. No entanto, funcionários e acionistas da empresa afirmam que a dívida não passa de 400 milhões de dólares.
O grupo Marsans está batendo de frente com o Governo argentino por não querer assumir as dívidas da companhia. O que é motivo de grande preocupação para a presidente Cristina Kirchner, que já enfrenta grave crise com os ruralistas, devido às taxações às exportações de grãos, impostas em março deste ano.
Crise da Aerolineas já afeta vôos para Brasil
A Aerolineas Argentinas tem 4 vôos por dia de São Paulo para Buenos Aires; por semana, são 28 vôos ao todo. A operação da Varig é do mesmo tamanho. No último dia 10, um vôo da empresa para o Brasil foi cancelado. A Aerolineas alegou problemas climáticos.
(Com La Nación e Folha de São Paulo)
(*) João Reis é colaborador da Revista Consciência.Net, estudante de jornalismo da UFRJ e bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Comunicação da UFRJ.
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