Museu Nacional da UFRJ lança Balão na Quinta da Boa Vista para comemorar inauguração do “Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli”

A partir do dia 15, visitantes terão de volta cinco grandes salas de sua exposição que estavam fechadas por conta de obras. Quarto e último módulo do circuito Transnatural, iniciado no ano de 2006 em Portugal, a exposição é elaborada em torno da figura de Domingos Vandelli (1735-1816), eminente médico e naturalista italiano e segue uma lógica que passa pelas relações históricas, culturais e científicas entre Brasil, Angola e Portugal.
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O Museu Nacional da UFRJ exibe, a partir de 15 de outubro, a exposição “Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli” e reabre uma área de cerca de 600 m², que ficou fechada para obras de recuperação do palácio. Organizadores da exposição prometem levar um Camelo para a porta do Palácio e o público que estiver na Quinta da Boa Vista dia 15 poderá fazer passeios em um Balão, que fará pequenos vôos sobre o parque.

Quarto e último módulo do circuito Transnatural, iniciado no ano de 2006 em Portugal, a exposição é elaborada em torno da figura de Domingos Vandelli (1735-1816), eminente médico e naturalista italiano e segue uma lógica que passa pelas relações históricas, culturais e científicas entre Brasil, Angola e Portugal.

A exposição é composta por acervo do Museu Nacional/UFRJ e das Universidades de Coimbra e de Lisboa e de trabalhos artísticos contemporâneos inspirados no universo naturalista do Século XVIII. A mostra reinscreve a atualidade do legado de Vandelli numa perspectiva multidisciplinar e evidencia a sua importância histórica nas áreas das ciências naturais e da política.

Logo na entrada da exposição, uma surpresa: uma carta de boas-vindas escrita pelo próprio Vandelli aos visitantes. A mostra inicia-se na Sala do Elefante, cujo tema principal é Angola. Nesta sala, destaca-se um grande elefante taxidermizado e uma escultura em madeira representando o homem branco, além de outros objetos etnográficos, como ídolos e esculturas. Estarão presentes aí os primeiros registros fotográficos de Angola, realizados pelo fotógrafo Cunha Moraes, em 1877, pelo projeto África Occidental.

A exposição continua na Sala da Baleia que retrata o imaginário das viagens do naturalista. Neste espaço, ciência e arte se misturam. Vemos uma intervenção do artista Nelson Leirner, feita sobre um enorme esqueleto de baleia. Há também diversas obras associadas à representação de uma natureza desconhecida e inexplorada, entre elas, as esculturas dos monstros duplos, que retratam cordeiros disformes.

Em seguida, a exposição versa sobre questões da arquitetura no espaço botânico e tem como principal destaque a escultura Árvore, de Gabriela Albergaria, que traz um olhar sobre a natureza, de uma perspectiva de uma natureza humanizada, feita pela medida do homem.

Fechando o trajeto, chegamos à Sala dos Peixes onde será abordada a recriação da natureza, incluindo fotografias, filmes, pinturas e esculturas, que reinterpretam o universo naturalista do século XVIII e o início da museologia. Nesta fase da exposição, o visitante poderá acompanhar, através de fotografias, a transição dos gabinetes de curiosidades para as exposições de história natural, quando os exemplares passam a ser agrupados por temáticas e não mais por sua característica exótica. Essas imagens pertencem à série O Coração da Ciência, projeto realizado em comemoração aos 700 anos da Universidade de Coimbra.

A mostra Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli completa o projeto intinerante Transnatural, e se integra a outras três partes: Transnatural, que apostou numa abordagem multidiscipinar do Jardim Botânio, Missão Botânica – Transnatural, reunindo materiais provenientes de três expedições a Angola, e o Gabinete de Curiosidades de Domingos Vandelli, que tratou da criação do universo museológico em Portugal, do início das viagens filosóficas ao Brasil e da articulação da história natural com a economia. Todas aconteceram em Portugal, no Jardim Botânico de Coimbra (janeiro de 2007), no Museu de História Natural de Lisboa (junho de 2007) e no Museu de História Natural da Universidade de Coimbra (novembro de 2007), respectivamente.

A mostra ocorre graças a um convênio entre o Museu Nacional e os Museus de História Natural e de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Sobre Domingos Vandelli (1735-1816)

Domingos Vandelli foi um eminente médico e naturalista italiano que, a convite do Marquês de Pombal, trabalhou em Portugal entre 1764 e 1815.

Professor no Real Colégio dos Nobres, envolveu-se na criação da Academia Real das Ciências de Lisboa, onde se destacou na série de Memórias Econômicas , obra pioneira que, conjuntamente com as Memórias Sobre as Minas de Ouro do Brasil e Memórias Sobre os Diamantes do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento acerca dos recursos naturais do território português e do seu império.

Foi precursor da Expedição Philosophica pelas Capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá, protagonizada por Alexandre Rodrigues Ferreira, recolhendo materiais ao longo de nove anos que traçam parte da História do Brasil e Portugal.

Recuperação das salas de exposição

Foram três anos de obras, que envolveram restauração do acervo de animais taxidermizados, recuperação de telhados, pintura e reforma do piso de salas que abrigavam exposições tradicionais do museu, como a Sala da Baleia, que abriga o esqueleto de 16 m de uma Jubarte e a Sala dos animais Taxidermizados, que tem como um dos destaques um elefante adulto, que chega a medir três metros de comprimento.

“Era um pedido constante do público que visita o museu poder ver novamente o esqueleto da Baleia, os animais taxidermizados. E agora essas pessoas vão ter essas exposições de volta e em um espaço totalmente recuperado”, destaca Sérgio Alex Azevedo, diretor do Museu.

A reforma dessas cinco salas (totalizando 600m²) custou cerca de um milhão e meio de reais e faz parte do Projeto de Revitalização do Museu Nacional da UFRJ, que prevê a recuperação de todo o Palácio e a transferência de suas coleções e departamentos de pesquisa para quatro novos prédios na Quinta da Boa Vista.

Serviço:
Exposição: “Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli”
Aberta ao público a partir do dia 15 de outubro.
Horário: de terça a domingo, das 10 às 16h.
Entrada: R$ 3,00. Grátis para crianças até 5 anos e pessoas acima de 60. Crianças entre 06 e 10 anos pagam 01 real.
Local: Museu Nacional - Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão.
Tel. 21-2562-6042

Assessoria de Imprensa:
Museu Nacional/UFRJ
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