Não sei por que, mas, no dia hoje, seu Manoel não me sai da lembrança. Sua figura esguia, pálida, chapéu surrado, camisa de manga comprida já bem gasta, óculos escuros (ultimamente só com uma lente), fala mansa, idade nunca revelada, está me acompanhando a todo o momento. Lembro-me daquela noite em que ele se apresentou:
- “Manoel – o vigia”, e logo, para começo de conversa, foi dizendo seu currículo: “Onde eu dou vigilância não encosta ladrão, cachaceiro, maconheiro, desordeiro, nem namorado sem vergonha”. A execução desse programa moralista custaria apenas R$30,00 ao mês. Decidi topar a proposta de vigilância, embora tenha sentido um forte bafo de cana papuda no primeiro contato com seu Manoel. Ali, ainda na minha presença, ele deu três apitos estridentes e disse: “Vou dar umas voltinhas por aí”. Essas voltinhas “por ai” resumiam-se à frente das quatro casas da rua, perfazendo uma extensão de 50 metros. Passaram-se apenas alguns instantes e o apito soa insistente e irritantemente no meu portão.
- Que é que está havendo seu Manoel? Ele foi direto ao assunto.
- “Queria que o senhor me emprestasse R$10,00 para descontar no meu pagamento”.
Fiz as contas, R$1,00 ao dia, uma experiência de cinco dias e adiantei R$5,00.
Não demorou muito, seu Manoel voltou e pediu um copo de água. Tomou três copos cheios e, em seguida falou num cafezinho e quando eu trouxe, ele disse que costumava tomar café com pão e manteiga. Arranjei o que ele pediu, tomou o café, comeu o pão lentamente e disse de maneira exigente:
- “À meia noite eu venho fazer um lanche.”
- Seu Manoel, à meia noite eu estou dormindo, não tenho condições de atender o senhor. Veja se arranja noutra casa.
Naquela noite quase não dormi com os apitos intermitentes do vigilante, porém pensei, se de fato esses apitos afastarem os infratores relacionados por seu Manoel, vale a pena. Na mesma semana em que ele iniciou o trabalho, o vizinho chegou triscado e deixou o carro em cima da calçada, recomendando: “Fique de olho que aqui passa muito cabra safado”. Seu Manoel respondeu com ar de catedrático: - “Deixe comigo, essa é a minha especialidade”. Não se sabe as razões, porém o que é certo é que, pela manhã, o carro não estava mais lá. O vizinho ficou fulo e responsabilizou seu Manoel. Com toda a calma o vigia explicou que chegara um moço bem vestido e disse que tinha autorização para pegar o carro, e ele não duvidou da palavra daquele cidadão de bem, embora o pretenso “homem de bem”, para ligar o motor, tenha feito uma conexão direta. Esse episódio abalou profundamente a credibilidade do vigilante. Ele sentiu faltar-lhe areia nos pés, e procurou contornar a situação, contando narrativas mirabolantes do seu passado, que ele imaginava atestar a sua coragem e eficiência. Eis a sua primeira história.
- “Certo dia eu estava deitado numa rede, debaixo de um pé de cajarana, lá no meu sítio em Jardim do Seridó, quando riscou um carro, cobrindo tudo de poeira.”
“O portador foi logo dizendo: ‘O doutor quer falar com o senhor urgente’.
- “Nem entrei em casa, sentei-me ao lado do motorista e viajamos até a noite do dia seguinte. O doutor já estava esperando no terreiro, e sem que eu descesse do carro ele gritou”:
- ‘Manoel que bom você chegar. Meus trabalhadores estão revoltados contra mim e não querem mais trabalhar’.
- “Perguntei: Quantos são?”
- ‘Cento e oitenta, disse ele’;
- “Reúna os homens, mandei eu.”
- “Eu gritei para eles. Eu estou sabendo que vocês não estão querendo trabalhar. Pois agora o negócio é comigo, quem não quiser trabalhar vai ver o que lhe acontece. Minha volta é ruim.”
“Eu ainda estava falando quando um deles se aproximou de mim e me deu um tapa oi que rodei no ar, mas antes de cair já tinha disparado a minha pistola. Começou o tiroteio, durou três dias e três noites. A tardinha do terceiro dia houve um silêncio geral. Levantei a cabeça e vi uma camisa branca espetada numa vara. Perguntei: o que vocês estão querendo?. Eles responderam”.
- ‘A gente quer se entregar, pois com o senhor ninguém pode. A gente faz tudo que o patrão mandar’.
“O doutor mandou matar um bode e deu um banquete muito grande. Na hora do almoço, eu disse: amanhã eu vou embora”.
Aí a filha do patrão, uma moça bonita, bem vestida, coberta de jóias, caiu no choro gritando:
‘Manoel, pelo amor de Deus não vá embora, eu não posso mais viver sem você’.
“Fiquei trinta dias deitado numa rede, comendo do bom e do melhor na hora que eu quisesse”.
“Nesse tempo apareceu o delegado de polícia dizendo que ouviu falar que eu estava ali e precisava falar comigo com urgência. Eu disse: pode falar seu delegado”.
- ‘Manoel, graças a Deus você está por estas bandas. É que estão roubando cabeças de gado dos fazendeiros e eles estão desesperados. Já prendi muita gente, dei surra, ameacei matar, mas até agora nada. Ajude-me Manoel.’
“Eu disse: reúna os fazendeiros. Eram bem uns quarenta. Falei assim: Cada um de vocês vai mandar fazer um ferro com as letras do nome para marcar o gado, de forma que onde tiver uma rês, vocês vão saber de quem é pela marca”
“Bateram muitas palmas, agradeceram e deixou de haver roubo de gado naquela região”
“Um dia o doutor chegou e falou: ‘Manoel você vai se casar com minha filha e por isso vou passar uma de minhas fazendas pra seu nome, para você tocar sua vida’. Eu disse: doutor, eu vou em casa resolver lá uns negócios e volto logo. Saí e com três léguas eu ainda ouvia o choro da moça”.
Após terminar sua história o vigia olhou-me de cima para baixo, procurando medir a minha reação, certo de que, com sua história conseguira mostrar que era um homem corajoso. Daí para frente os acontecimentos, por alguns dias, foram rotineiros: apito, café com pão e manteiga, apito, só que, conforme ele contou, numa noite viu três “cabras safados” se aproximando com a intenção de roubar minha casa. Quando chegaram mais perto e o viram, passaram a caminhar devagarzinho. Ele firmou-se e esperou, quando os rapazes se aproximaram ele deu um passo a frente, aí eles correram feito loucos. Um fim de tarde eu estava na calçada, quando lá vem seu Manoel a pé, empurrando a bicicleta, ele não conseguia andar em linha reta e fazia um ziz-zag que ia de um lado a outro da rua. Desta vez mal deu um boa noite e foi assumir suas funções. Ele estava muito cambaleante, mesmo assim, subiu na bicicleta e encostou-se no muro, adormecendo. Lá para as tantas, passaram uns gaiatos pegaram seu Manoel sentaram-no no chão e levaram o seu veículo. No outro dia cedo ele ia de casa em casa perguntando pela bicicleta. A partir de então o conceito de seu Manoel como vigia desmoronou totalmente. Na noite seguinte, o nosso herói vigilante chegou a pé, tombando um pouco, porém sentiu a necessidade de reconstruir a sua imagem de homem valente e me contou outra de suas histórias.
“Noutra feita eu estava descansando quando chegou o rapaz do correio com uma carta para mim. Estava escrito: ‘Manoel, eu lhe peço pelo amor de Deus que me ajude a acabar essa guerra. Muitos soldados meus, estão morrendo lá na Europa e só você pode dar um jeito. Assinado: O Presidente.’
“Dali mesmo saí e me apresentei no primeiro quartel. Mostrei a carta e arranjaram um navio que me deixou na Europa. Quando cheguei lá foi uma gritaria: ‘Manoel chegou, Manoel chegou. Agora a coisa vai’. Entregaram-me um pelotão de soldados e eu saí na frente deles. Numa certa altura eu senti o cheiro de gringo. Pensei, tem alemão no meio do pelotão. Matutei e me virei de repente gritando: quem for brasileiro, se abaixe. Os gringos como não sabiam falar nossa língua ficaram de pé, e eu, com minha metralhadora, fiz o rapa”.
“Essa história se espalhou por todo canto, e os alemães começaram a ter medo, quando sabiam que era Manoel quem comandava fugiam deixando as armas. A guerra ia diminuindo. Só sei que um dia, um tal de Rita mandou que todos os soldados se entregassem. Foi uma grande festa. Carregaram-me nos braços e eu vim embora. Chegando aqui o Presidente fez questão de me ver, me abraçar, e meteu a mão no bolso e me deu 10 mil réis”.
Fiz as contas, supondo tratar-se da 2ª Grande Guerra, terminada em 1945, seu Manoel deveria está na época com uns 25, sendo assim hoje ele deve ter 85 anos, uma idade que se adaptava bem ao seu físico já bem decadente.
Ao terminar ele estava tão empolgado, acreditando firmemente no que tinha dito, e que com essa história estaria absolvido de todas as falhas no seu trabalho.
Noutra ocasião eu pedi para ele recontar essa façanha, porém seu Manoel não era de repetir histórias.
Talvez tenha achado que faltava um complemento e na hora do café me chamou e disse:
“Lá onde eu morava mataram um sujeito. O delegado mandou me chamar para dizer quem era o assassino. Eu lhe respondi: delegado eu sei, mas não digo”.
“O delegado ficou brabo e falou que eu teria que apontar o criminoso custasse o que custasse. Mandou buscar uma palmatória, o pau de arara e uma máquina de dar choque, e eu sempre dizendo: sei, mas não digo. Depois de 24 horas o delegado já cansado levantou-se chegou perto de mim e gritou ‘Por que você não diz Manoel’? Eu fiquei de pé, dei um murro na mesa e também gritei: não digo por que o senhor não sabe guardar segredo, se eu lhe disser o senhor vai contar para o escrivão, para o advogado, para o juiz, pra todo mundo. Aí o delegado disse: ‘Você tem razão Manoel, pode ir embora.‘
Uma noite ouvi um apito diferente e fui ver de que se tratava. Era seu Manoel apresentando um seu auxiliar, quem sabe, um sub-apitador interino. Eis a sua lógica “Todo mundo conhece o meu apito, com esse rapaz me ajudando a apitar, os ladrões vêm, pensando que mudou de vigia e eu pego eles”.
O sub-apitador apitava muito e fora de ritmo. Eu perguntei: “Por quê no te callas”? Aí foi pior, o sub enlouqueceu, apitando cada vez mais. Pedi, eles saíram. Seu Manoel foi repousar, deixando a tarefa da vigilância para o auxiliar. Este não podia ver um casal de namorados, e na noite, onde via uma parelha ele apitava até desistirem dos seus intentos. Sua ânsia moralista era tão forte, que saiu da jurisdição de sua autoridade e foi parar em Tambaú, no Bar da Macaxeira. Lá viu um casal em colóquios e desesperou-se a apitar até que o jovem tomou-lhe apito e forçou-o a engolir. Ele conseguiu desvencilhar-se e correndo contou ao seu chefe. Seu Manoel ficou irado e disse: “Quem trabalha comigo não fica desmoralizado, vamos lá”. Depois de alguma discussão sobre a direção que tomariam, saíram, mas não atinaram bem o rumo e quando se deram conta já iam chegando em Intermares. Seu Manoel notou o engano e voltaram, mas só conseguiram chegar a Tambaú ao amanhecer do dia, e o interino não mais conseguiu identificar o bar. Seu Manoel, sempre prático, disse “não interessa, vai ser qualquer um”. Lá, começou gritando que se tivesse homem ali aparecesse para brigar com ele. Tomaram o apito do seu colega, mas dele, aparecesse um homem de coragem. Alguém aceitou o convite do vigia, aproximou-se dele e deu-lhe um tabefe que quebrou a lente esquerda dos óculos. Um soldado viu e achou melhor levar os dois vigilantes para a delegacia. O outro correu, porém faltaram forças a seu Manoel, que somente retornou ao trabalho à noitinha. Estava bem visível o olho roxo sem a lente dos óculos escuros, e ao ser perguntado o que foi aquilo disse ter caído ao fazer um trabalho em casa. Sem apito seu Manoel sentia-se desarmado. Alguém teve a idéia de conseguir um apito de guarda de trânsito. O vigia gostou e, quando passava um carro ele dava dois apitos. Mandava diminuir a velocidade e aí começava discussão, palavrões, ameaças, todavia o vigilante estava gostando, até que um carro parou, o chofer desceu, deu-lhe vários empurrões, tomou-lhe o apito e quebrou-o. Os moradores da minha rua entenderam que era hora de dispensar os trabalhos de seu Manoel, pois o consideravam inútil, embora, diga-se de passagem, apitasse muito. Por rara coincidência os vizinhos da rua ao lado convidaram-no para vigiar aquela artéria, com maiores vantagens salariais. Era um homem de sorte. Ali conseguiram uma cadeira, uma sombrinha de praia e uma capa para chuva. Com exceção da capa os outros apetrechos foram acorrentados a um poste, por questão de segurança. Continuei mantendo contato com seu Manoel, já que não renunciou ao café das nove. Era grande a sua satisfação, considerou-se promovido, afinal reconheceram o valor de Manoel – o vigia. Numa noite clara seu Manoel chega limpo, barbeado, muito sóbrio e um livro grosso debaixo do braço, que identifiquei como uma bíblia. “Entrei na crença foi logo me dizendo”. Fiquei muito satisfeito, pois sabia ser aquele o caminho de muitas recuperações. O vigilante continuou: “Pode perguntar tudo de bíblia, que eu sei”. Insistiu até que eu indaguei: Quais são os quatro evangelistas? Seu Manoel nem pensou e respondeu categórico: “Os quatro evangelistas são três: Esaó e Jacú”. A primeira decepção dos novos contratantes veio quando numa madrugada não viram seu Manoel, nem cadeira, nem sombrinha. Lá pelas nove horas da manhã veio alguém pedir para socorrer seu Manoel, pois estava amarrado num poste do Bairro São José, sentado numa cadeira debaixo de uma sombrinha de praia aberta, sem roupa, pintado com as cores do Flamengo. O sósia de Dom Quixote às avessas, famoso sentinela, não soube explicar, mas atribuiu aquilo a um rapaz que estava de olho no emprego dele, e dizia em tom ameaçador “ele não sabe com quem está mexendo”. À noite, na hora do café seu Manoel contou que ia de bicicleta na estrada de Cabedelo quando uma carreta truncada ultrapassou-o e com o deslocamento do ar jogou-o fora da estrada com bicicleta, chapéu e demais pertences. Ele ficou furioso, montou na bicicleta e pedalou com força, quando conseguiu ultrapassar o veículo mandou o motorista parar. Este parou e quando reconheceu que era Manoel correu enlouquecido por dentro do capinzal. Manoel, consciente como se dizia, assumiu a direção da carreta deixando-a no destino.
Manoel – o vigia – era o super herói em todas as ocasiões.
O pessoal do prédio em construção compadeceu-se de seu Manoel, vendo-o sentado no chão e arranjaram-lhe um carro de mão, para que ele pudesse se acomodar. Não era o assento mais confortável, mas ele ali se recostava e a noite passava sem que ouvissem os seus apitos estridentes. Não demorou e veio a gota d’água. Como sempre, uns engraçadinhos resolveram fazer uma presepada com o valente vigia. Amarraram-no ao carro de mão, colocaram em uma camioneta e o levaram dali. Quando seu Manoel despertou estava em baixo de um grande pé de caju. Conseguiu desvencilhar-se e perguntou ao primeiro passante:
- “Que bairro é este?”.
- ‘É Acaú’
- “Onde se pega o ônibus para o Amém?”
- ‘Aqui é a fronteira da Paraíba com Pernambuco’.
- “Ah, foi doutor que me trouxe para fazer um serviço”.
- ‘Não, trouxeram o senhor amarrado num carro de mão em cima de uma camioneta e colocaram debaixo desse pé de caju’.
- “Então quer dizer que esse carro de mão é meu?”
O grande vigilante tomou do carro, tirou alguns cajus e na primeira bodega fez a troca em pinga. Um mês depois aparece seu Manoel, muito mais magro, dizendo que um doutor lhe contratara para fazer um serviço e estava voltando agora.
Dispensaram seu Manoel. Ele irritou-se e disse que não saía de mãos abanando, pois já trabalhava ali há cinco anos. Não abusassem de sua paciência. Os moradores reuniram-se e fizeram uma proposta que o atalaia aceitou de imediato: 2 garrafas de cerveja reciclada, com tampa de cortiça, 30 reais em dinheiro e uma entrada permanente para um restaurante na Praia de Jacaré, com direito a ouvir o Bolero de Ravel e fazer quantas refeições quisesse, só ou acompanhado.
Ali mesmo, seu Manoel abriu as duas cervejas e tomou-as todinhas. Um dos negociadores trouxe para ele um copo cheio de conhaque genérico. O glorioso vigia o tomou, sentiu uma forte tontura, porém perguntou: “Essa é tal de coca cola?”
Antes de chegar a sua residência no Amém, torrou o dinheiro da indenização. Quando se refez, procurou se orientar meteu a mão no bolso e encontrou a famosa autorização. Não teve dúvidas. Convidou uma gatinha e dirigiu-se para Jacaré. Encontrado o bar, entrou, sentou-se com desembaraço e pediu duas doses de pinga e dois almoços. Os garçons, desconfiados, chamaram o proprietário – Prof. Damião – que abordou o nosso herói. Ele, com toda autoridade de muitos anos de apito sacou a autorização e entregou-a ao proprietário. O professor leu atentamente e explicou com educação: “Há um engano, essa autorização é para o Bar Callejón Caminito na Argentina e está vencida há seis anos”.
O nosso pretenso super homem sentiu-se desmoralizado. Nem entrou em casa, foi direto aos seus antigos patrões. Lá se fez de brabo, até que uma piedosa senhora acenou com a possibilidade de aposentadoria, desde que ele trouxesse os documentos necessários. Seu Manoel aposentou-se.
Perdi o contato o com o grande sentinela, até que o vizinho convidou-me a ir a delegacia prestar queixa pelo roubo de um celular. Quando entro deparo-me com seu Manoel, atrás das grades. Surpreso, perguntei o que estava havendo. Ele, com toda calma, explicou-me que o delegado o convidara para passar uns dias com ele, ali na Delegacia. Fiquei imaginando: que delegado amigo, pois na cela para 4 ou 5 presos tinha uns trinta. Havia presos amarrados nas grandes, pois não tinha onde por os pés. Disse seu Manoel: “o delegado mandou buscar minha rede”.
Não me contive e perguntei ao comissário o que houve. Ele contou que o nosso super herói quis forçar o INSS a fazer-lhe um adiantamento, por conta de sua aposentadoria. Ele não entendeu as explicações dos funcionários de que não era possível, que ele procurasse o Banco, e tomou como má vontade. Decidiu então se plantar na repartição e ficar hospedado lá. Não houve quem o convencesse. Deitou-se num banco e deixou o tempo passar. Quando os servidores, ansiosos para fechar a repartição, viram que não havia alternativa, comunicaram à polícia que o prendeu. Quanto à rede, o preso teria que esperar alguns dias.
Não vi mais seu Manoel, a última notícia é de que está trabalhando como vigilante numa granja em plena safra de caju.
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