Etimologicamente, berram teus músculos - filólogos graduados - ao segundo do orgasmo: viestes do húmus!
Não há epifania mais fecunda, eu acho.
Percebo, entretanto, neste universo erótico - talvez por ignorância de minha parte, falta de acesso ou, realmente, de produção discursiva feminina - a irritante presença hegemônica do homem.
Às mulheres - e, especificamente, às brasileiras -, excetuando umas poucas literatas ilustres, temos reservadas as páginas de revista masculina e folhinhas de borracharia, razão pela qual tive em mais alta conta a prostituta escritora Bruna Surfistinha antes mesmo de ler, em duas horas e meia, a versão digital em PDF, que me fora enviada por correio eletrônico, de seu "Doce veneno do escorpião".
Anticlímax.
Não encontro melhor definição para o livrinho ao qual me refiro.
Nada mais há a ser dito sobre as confissões duma prostituta na pós-adolescência que se mandou da casa dos pais depois de arrancar toda a grana dos velhos para convert ê-la em pó, trabalhou em bordel de altíssima rotatividade, não tem papas na língua para descrever, nos mínimos detalhes, os meandros mais íntimos do sexo comercial e, no entanto, utiliza reticências para evitar a escrita por extenso da palavra "CU".
Alguém diz: ‘tá pegando no pé da moça; qual é o problema de usar três pontinhos no ânus?
Respondo já: o problema é que puta desse naipe com medo de escrever cu não cola, a menos que não seja alfabetizada. Sendo, é inverossímil.
Cheguei à conclusão de que a Bruna Surfistinha não existe fora da biografia: tenho certeza de que é invenção de algum fã do José de Alencar decidido a dar voz à "Lucíola" após a derrubada das torres gêmeas porque, afinal, nem a Madre Teresa de Calcutá era tão carola.
‘A tomá no c...
Referências:
ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Ática. 19ª ed. 1995
SURFISTINHA, Bruna. O doce veneno do escorpião. São Paulo: Panda Books. 2005.
Não há epifania mais fecunda, eu acho.
Percebo, entretanto, neste universo erótico - talvez por ignorância de minha parte, falta de acesso ou, realmente, de produção discursiva feminina - a irritante presença hegemônica do homem.
Às mulheres - e, especificamente, às brasileiras -, excetuando umas poucas literatas ilustres, temos reservadas as páginas de revista masculina e folhinhas de borracharia, razão pela qual tive em mais alta conta a prostituta escritora Bruna Surfistinha antes mesmo de ler, em duas horas e meia, a versão digital em PDF, que me fora enviada por correio eletrônico, de seu "Doce veneno do escorpião".
Anticlímax.
Não encontro melhor definição para o livrinho ao qual me refiro.
Nada mais há a ser dito sobre as confissões duma prostituta na pós-adolescência que se mandou da casa dos pais depois de arrancar toda a grana dos velhos para convert ê-la em pó, trabalhou em bordel de altíssima rotatividade, não tem papas na língua para descrever, nos mínimos detalhes, os meandros mais íntimos do sexo comercial e, no entanto, utiliza reticências para evitar a escrita por extenso da palavra "CU".
Alguém diz: ‘tá pegando no pé da moça; qual é o problema de usar três pontinhos no ânus?
Respondo já: o problema é que puta desse naipe com medo de escrever cu não cola, a menos que não seja alfabetizada. Sendo, é inverossímil.
Cheguei à conclusão de que a Bruna Surfistinha não existe fora da biografia: tenho certeza de que é invenção de algum fã do José de Alencar decidido a dar voz à "Lucíola" após a derrubada das torres gêmeas porque, afinal, nem a Madre Teresa de Calcutá era tão carola.
‘A tomá no c...
Referências:
ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Ática. 19ª ed. 1995
SURFISTINHA, Bruna. O doce veneno do escorpião. São Paulo: Panda Books. 2005.
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