Comentário: Trancando porta arrombada

Por Sérgio Domingues, Jornalistas Populares - Em 29/05/2008, a Folha Online anunciava: "Brasil vai limitar compra de terra por empresa estrangeira". O governo estaria preparando medida jurídica para dificultar a compra de terras por empresas controladas por capital estrangeiro.

Segundo a reportagem, a Advocacia Geral da União fixará limites para as compras de terras. As regras valeriam para todo o país, "mas o alvo principal é a Amazônia, onde estão 55% da área das terras em nome de estrangeiros".

Os patriotas de plantão certamente já comemoram. Os generais contrários à causa indígena, principalmente. Mas, seria bom perguntar qual a diferença entre destruição florestal causada por empresários nacionais e por estrangeiros. Ainda mais agora, depois da aprovação Medida Provisória 422, que dispensa licitação para compra de terras públicas com até 1.500 hectares.

E como ficará a tal soberania da floresta se for aprovado o Projeto-de-Lei 624? A proposta reduz de 80% para 50% a exigência de manter área de preservação de floresta em propriedades na Amazônia. Tudo isso com grande apoio do governo petista, para a enorme alegria do agronegócio. Todos agradecem. De nosso compatriota, Blairo Maggi até as grandes multinacionais como Cargill, Bunge, Monsanto, Syngenta, Stora Enzo e Aracruz. Esse pessoal já está explorando as florestas a todo vapor há muito tempo. A área de cultivo de soja na Amazônia passou de 20 mil hectares em 2000 para 200 mil, em 2006. Eles não parecem preocupados com medidas contra estrangeiros. Até porque o governo acaba de liberar crédito oficial para fazendeiros desmatadores. (Com informações do boletim do MST)

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