Celso Lungaretti
Dilma Roussef acusou: "é falsa, é uma montagem recente" a ficha policial supostamente de algum órgão de segurança da ditadura que a Folha de S. Paulo utilizou para ilustrar a controvertida reportagem Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim, no domingo retrasado ( http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0504200908.htm ). Acrescenta que o documento não consta dos arquivos do regime militar que foram pesquisados a seu pedido.
A Folha de S. Paulo, por sua vez, publicou nota esclarecendo que vai fazer agora aquilo que deveria ter feito antes de reproduzir um item ilustrativo de origem suspeitíssima, que certamente criaria prevenções contra Dilma: "Tão logo a ministra colocou em dúvida a autenticidade de uma das reproduções publicadas, a Folha escalou repórteres para esclarecer o caso e publicará o resultado dessa apuração numa próxima edição" ( http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1804200920.htm ).
Na ficha, Dilma é qualificada de "terrorista/assaltante de bancos" e aparece uma relação de ações armadas das quais ela teria participado. Como legenda, a Folha colocou: "Ficha de Dilma após ser presa com crimes atribuídos a ela, mas que ela não cometeu".
Na verdade, essa ficha circula na internet desde a segunda quinzena de novembro, amplamente postada, publicada e repassada pelos antipetistas.
No dia 20/11/2008, publiquei aqui neste blogue o artigo Ficha da ditadura é munição para ataque virtual a Dilma Roussef ( http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2008/11/ficha-da-ditadura-munio-para-ataque.html ) que foi reproduzido até no site de campanha da própria Dilma. Esclareci que pelo menos quatro das acusações feitas a ela eram falsas, pois tinham sido ações da VPR, à qual Dilma nunca pertenceu; sobre as demais eu não tinha elementos para opinar.
Enfim, não é nos arquivos policiais que tem de ser buscada essa ficha, mas sim nas redes de extrema-direita que atuam na web. Se chegar-se a quem a colocou em circulação, poderá se saber de onde saiu.
Não é necessariamente falsificada. Pode ser uma ficha operacional que não deixaram no arquivo exatamente por estar recheada de erros crassos.
Mas que teria permanecido nas mãos dos antigos torturadores, os quais hoje utilizam esse entulho ditatorial para redigir as peças de propaganda enganosa dos sites ultradireitistas. Depois, os discípulos os pulverizam nas redes de e-mails.
Então, se o Governo ou a Folha quiserem mesmo descobrir de onde saiu essa infâmia, não precisarão ir muito longe.
De resto, companheiros já me repassaram novas montagens acusando Dilma de responsabilidade nas mortes de Alberto Mendes Jr. e Mário Kozel Filho que, é público e notório, igualmente nada tiveram a ver com ela.
A campanha eleitoral de 2010 já começou... imunda!
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