Campanha humanitária para o Haiti de doação de brinquedos

Grupo Solidariedade Haiti é formado por voluntários que se sensibilizaram pelas crianças haitianas.



Esta campanha é apenas uma pequena iniciativa pela qual podemos levar esperança às crianças de Cité Soleil, uma das favelas mais pobres de Porto Príncipe, e de outras regiões miseráveis da capital. Uma esperança traduzida em brinquedos que sejam leves para facilitar o transporte. A distribuição será feita pelos militares brasileiros, que têm desempenhado um papel fundamental no Haiti.

Há cerca de um ano e meio as 12 favelas que compõem Cité Soleil onde moram quase 100 mil habitantes no bairro periférico ao norte de Porto Príncipe, capital do Haiti, vivem dias de paz.

No Haiti não há escolas públicas, coleta de lixo regular, saneamento básico, iluminação pública.

Segundo a Organização das Nações Unidas, as crianças continuam a serem alvos de seqüestros, tráfico humano, violência sexual e assassinatos.

No primeiro semestre de 2008, 66 crianças foram seqüestradas. Durante todo o ano de 2007, foram registrados 80 casos de seqüestro.

A missão de paz da ONU está no país caribenho com um efetivo de 11 mil pessoas entre tropas militares, policiais, funcionários civis e voluntários e reúne forças armadas de 18 países diferentes desde 2004, quando o ex-presidente Jean-Bertrande Aristide renunciou ao poder.

A campanha teve início em Brasília com a jornalista Carla Mendes e já chegou ao Rio de Janeiro. A idéia é mobilizar voluntários que se interessem por esta campanha de solidariedade.

Já estamos com um ponto de coleta de brinquedos no Rio de Janeiro, um espaço cedido pela Casa de Cultura Laura Alvim, espaço cultural localizado no bairro de Ipanema, zona sul.

A seguir o depoimento da jornalista Carla Mendes que esteve em setembro no país:

Ai, Haiti!

Carla Mendes

No Haiti eu vi uma catástrofe humanitária. Vi o horror da fome, a escuridão da miséria, a necessidade premente da ajuda internacional. Na cidade de Gonaives, ao Norte, arrasada pela passagem dos furacões Hanna e Ike, em Setembro deste ano, mulheres disputavam, sob um sol escaldante, um lugar na fila de distribuição de ajuda humanitária. Quando a comida acabou, uma haitiana que não conseguira receber a soja distribuída pelos militares da Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) começou a comer mato. Outra, ajoelhou-se ao chão. Seus braços, enlouquecidos, levantavam a poeira na tentativa de juntar os poucos grãos que restaram.


A temporada de furacões, de junho a outubro, é um agravante à insegurança alimentar do país, cuja raiz está na combinação de uma agricultura de cortes e queima que degradou várias terras, juntamente com a decisão de importar alimentos a partir da década de 80, quando os preços eram baixos. A maior parte dos haitianos ainda utiliza carvão e madeira como combustível e a conseqüência disso é a destruição de 98% da cobertura vegetal nativa. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é preciso plantar um bilhão de árvores naquele país do Caribe. O carvão usado para cozinhar é vendido em sacos pelas ruas das cidades, transformadas em verdadeiros mercados livres por uma população onde 80% estão desempregados. A moeda, o gourde, mal circula. O comércio funciona na base do escambo.


Na capital, Porto Príncipe, onde não há luz elétrica, à exceção de um bairro abastado, o maior mercado é conhecido como “Cozinha do Inferno”. Faz jus ao nome. Verduras murchas e cenouras nanicas são oferecidas em meio ao esgoto que corre a céu aberto. A insegurança alimentar não dá tempo de que os legumes plantados possam crescer. A fome cria novas receitas, como os biscoitos de barro, feitos de argila, óleo e sal. Ai, Haiti! Vi suas crianças a mendigar pelas ruas o tempo todo, famintas. Seus olhares são tristes, ainda que em rostos que continuam a sorrir, sem consciência do futuro sem perspectivas nesse país de mais de 50% da população analfabeta.


O saneamento e a saúde pública também não existem. Os lixões fazem parte da paisagem de Porto Príncipe. Porcos andam pelas ruas abarrotadas de desempregados que lutam para sobreviver no país mais miserável das Américas e um dos mais pobres do mundo. O Haiti é de alto risco no que se refere a doenças contagiosas, e os maiores riscos de curto prazo para a saúde estão associados ao consumo de água contaminada. A água tratada é vendida em caminhões-pipa por empresas privadas e quem não tem dinheiro precisa enfrentar filas para pegar em baldes a água distribuída pelos militares da Minustah.


Nas cidades mais atingidas pelas tempestades tropicais, a situação é pior. Em Gonaives, onde mais de 400 pessoas morreram e 265 mil dos 350 mil habitantes ficaram desabrigados este ano devido à passagem dos furacões, foram registrados casos de malária, desinteria, hepatite, tétano, tifo. Houve também muitas pessoas que tiveram infecção respiratória por causa do mau cheiro. Vi seu povo, Haiti, exposto àquele odor azedo, ácido e repugnante, fruto da decomposição de corpos de pessoas, animais e outras matérias orgânicas misturadas à lama e ao lixo, que borbulhavam sob um sol fustigante de mais de 40 graus. Um retrato desolador da miséria humana associada às catástrofes naturais. Ai, Haiti!


Apesar de tudo isso, muitos foram os relatos que ouvi dos próprios haitianos e dos integrantes da Minustah dando conta de que as condições do país melhoraram após a intervenção, em 2004, das tropas das Nações Unidas, lideradas pelo Brasil. Ainda que frágil, a pacificação do Haiti é uma realidade desde meados de 2007. Antes disso, era comum ver cabeças decepadas ou corpos estripados pelas ruas de Porto Príncipe, resultado dos violentos confrontos entre gangues. Mas a realidade do Haiti ainda requer muita solidariedade. A falta de dignidade mínima para se viver, a mendicância e o clamor do povo haitiano não podem ser ignorados e precisam ser levados a todos que desconhecem o que se passa naquele país. E cada um de nós pode ajudar.


Grupo Solidariedade Haiti
solidariedadehaiti@hotmail.com
Brasília: (61) 8187-7397 - 3208-5904

Belo Horizonte: (31) 3337-9530
Apoio: Revista Nós - www.nosrevista.com.br e Thesaurus Editora de Brasília


Rio de Janeiro: (21) 9689-8051

Ponto de coleta no Rio:
Casa de Cultura Laura Alvim
Av Vieira Souto, 176
Ipanema

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www.consciencia.net

Campanha humanitária para o Haiti de doação de brinquedos

Grupo Solidariedade Haiti é formado por voluntários que se sensibilizaram pelas crianças haitianas.



Esta campanha é apenas uma pequena iniciativa pela qual podemos levar esperança às crianças de Cité Soleil, uma das favelas mais pobres de Porto Príncipe, e de outras regiões miseráveis da capital. Uma esperança traduzida em brinquedos que sejam leves para facilitar o transporte. A distribuição será feita pelos militares brasileiros, que têm desempenhado um papel fundamental no Haiti.

Há cerca de um ano e meio as 12 favelas que compõem Cité Soleil onde moram quase 100 mil habitantes no bairro periférico ao norte de Porto Príncipe, capital do Haiti, vivem dias de paz.

No Haiti não há escolas públicas, coleta de lixo regular, saneamento básico, iluminação pública.

Segundo a Organização das Nações Unidas, as crianças continuam a serem alvos de seqüestros, tráfico humano, violência sexual e assassinatos.

No primeiro semestre de 2008, 66 crianças foram seqüestradas. Durante todo o ano de 2007, foram registrados 80 casos de seqüestro.

A missão de paz da ONU está no país caribenho com um efetivo de 11 mil pessoas entre tropas militares, policiais, funcionários civis e voluntários e reúne forças armadas de 18 países diferentes desde 2004, quando o ex-presidente Jean-Bertrande Aristide renunciou ao poder.

A campanha teve início em Brasília com a jornalista Carla Mendes e já chegou ao Rio de Janeiro. A idéia é mobilizar voluntários que se interessem por esta campanha de solidariedade.

Já estamos com um ponto de coleta de brinquedos no Rio de Janeiro, um espaço cedido pela Casa de Cultura Laura Alvim, espaço cultural localizado no bairro de Ipanema, zona sul.

A seguir o depoimento da jornalista Carla Mendes que esteve em setembro no país:

Ai, Haiti!

Carla Mendes

No Haiti eu vi uma catástrofe humanitária. Vi o horror da fome, a escuridão da miséria, a necessidade premente da ajuda internacional. Na cidade de Gonaives, ao Norte, arrasada pela passagem dos furacões Hanna e Ike, em Setembro deste ano, mulheres disputavam, sob um sol escaldante, um lugar na fila de distribuição de ajuda humanitária. Quando a comida acabou, uma haitiana que não conseguira receber a soja distribuída pelos militares da Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) começou a comer mato. Outra, ajoelhou-se ao chão. Seus braços, enlouquecidos, levantavam a poeira na tentativa de juntar os poucos grãos que restaram.


A temporada de furacões, de junho a outubro, é um agravante à insegurança alimentar do país, cuja raiz está na combinação de uma agricultura de cortes e queima que degradou várias terras, juntamente com a decisão de importar alimentos a partir da década de 80, quando os preços eram baixos. A maior parte dos haitianos ainda utiliza carvão e madeira como combustível e a conseqüência disso é a destruição de 98% da cobertura vegetal nativa. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é preciso plantar um bilhão de árvores naquele país do Caribe. O carvão usado para cozinhar é vendido em sacos pelas ruas das cidades, transformadas em verdadeiros mercados livres por uma população onde 80% estão desempregados. A moeda, o gourde, mal circula. O comércio funciona na base do escambo.


Na capital, Porto Príncipe, onde não há luz elétrica, à exceção de um bairro abastado, o maior mercado é conhecido como “Cozinha do Inferno”. Faz jus ao nome. Verduras murchas e cenouras nanicas são oferecidas em meio ao esgoto que corre a céu aberto. A insegurança alimentar não dá tempo de que os legumes plantados possam crescer. A fome cria novas receitas, como os biscoitos de barro, feitos de argila, óleo e sal. Ai, Haiti! Vi suas crianças a mendigar pelas ruas o tempo todo, famintas. Seus olhares são tristes, ainda que em rostos que continuam a sorrir, sem consciência do futuro sem perspectivas nesse país de mais de 50% da população analfabeta.


O saneamento e a saúde pública também não existem. Os lixões fazem parte da paisagem de Porto Príncipe. Porcos andam pelas ruas abarrotadas de desempregados que lutam para sobreviver no país mais miserável das Américas e um dos mais pobres do mundo. O Haiti é de alto risco no que se refere a doenças contagiosas, e os maiores riscos de curto prazo para a saúde estão associados ao consumo de água contaminada. A água tratada é vendida em caminhões-pipa por empresas privadas e quem não tem dinheiro precisa enfrentar filas para pegar em baldes a água distribuída pelos militares da Minustah.


Nas cidades mais atingidas pelas tempestades tropicais, a situação é pior. Em Gonaives, onde mais de 400 pessoas morreram e 265 mil dos 350 mil habitantes ficaram desabrigados este ano devido à passagem dos furacões, foram registrados casos de malária, desinteria, hepatite, tétano, tifo. Houve também muitas pessoas que tiveram infecção respiratória por causa do mau cheiro. Vi seu povo, Haiti, exposto àquele odor azedo, ácido e repugnante, fruto da decomposição de corpos de pessoas, animais e outras matérias orgânicas misturadas à lama e ao lixo, que borbulhavam sob um sol fustigante de mais de 40 graus. Um retrato desolador da miséria humana associada às catástrofes naturais. Ai, Haiti!


Apesar de tudo isso, muitos foram os relatos que ouvi dos próprios haitianos e dos integrantes da Minustah dando conta de que as condições do país melhoraram após a intervenção, em 2004, das tropas das Nações Unidas, lideradas pelo Brasil. Ainda que frágil, a pacificação do Haiti é uma realidade desde meados de 2007. Antes disso, era comum ver cabeças decepadas ou corpos estripados pelas ruas de Porto Príncipe, resultado dos violentos confrontos entre gangues. Mas a realidade do Haiti ainda requer muita solidariedade. A falta de dignidade mínima para se viver, a mendicância e o clamor do povo haitiano não podem ser ignorados e precisam ser levados a todos que desconhecem o que se passa naquele país. E cada um de nós pode ajudar.


Grupo Solidariedade Haiti
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Brasília: (61) 8187-7397 - 3208-5904

Belo Horizonte: (31) 3337-9530
Apoio: Revista Nós - www.nosrevista.com.br e Thesaurus Editora de Brasília


Rio de Janeiro: (21) 9689-8051

Ponto de coleta no Rio:
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Uma intervenção sem fim

Em 29 de fevereiro de 2004, o presidente Jean-Bertrand Aristide, 52, foi expulso do Haiti por tropas franco-estadunidenses. A intervenção foi repudiada pela associação dos países do Caribe [CARICOM] que desconheceu os governos títeres impostos. A seguir, para legalizar e socializar os custos da ocupação, ela foi entregue à força expedicionária da ONU, o que feria sua carta, já que organizada contra a vontade do governo haitiano (...) Leia a análise de Mário Maestri.

Eleição em pleno caos - 'O Haiti é o fim do mundo'

A eleição presidencial pretende sinalizar um novo início para o país caribenho assolado por rebeliões. Mas nem a eleição nem as forças de paz da ONU parecem conter a violência generalizada de bandos que ameaçam atirar o país extremamente pobre num caos maior. Matéria de Jens Glüsing na revista alemã Der Spiegel.

Haiti: arquivo 2005

“Situação é explosiva”, alerta ONG

PORTO PRÍNCIPE. A situação no Haiti, principalmente na capital Porto Príncipe, é explosiva e é preciso redefinir a missão dos capacetes azuis da ONU - comandados pelo Brasil - para que se possa cumprir a lei no país, afirma um estudo do organismo independente International Crisis Group. Publicado esta semana, o informe destaca que a força de estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), com seus 7.400 soldados de paz e policiais civis, conseguiu conter a violência, mesmo que o país ainda esteja submerso numa ''profunda crise política, econômica e social''. Do Jornal do Brasil, 2/6/2005..[+]

ONG ataca missão do Brasil

A missão de paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, foi avaliada como ineficiente na promoção da estabilidade política e social no país, em relatório divulgado ontem pela organização não governamental Justiça Global e pelo Programa de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard. Do Jornal do Brasil, 24/3..[+]

Polícia Nacional Haitiana tem histórico de violência, diz Nilmário Miranda

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirmou que a Polícia Nacional do Haiti (PNH) possui um histórico de violência no país. A resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorizou o envio da Minustah ao Haiti permite o poder de polícia apenas à PNH, enquanto os "capacetes azuis" devem exercer apoio logístico e operacional à polícia. "Na sua reestruturação, é uma polícia que tem uma história de violência", disse o ministro após encontro com representantes da ONG Centro de Justiça Global. Da Agência Brasil, 24/3..[+]

Relatório da ONG Justiça Global faz 12 recomendações à missão da ONU no Haiti

A ONG Centro de Justiça Global lançou um relatório sobre a atuação da missão de paz das Nações Unidas no Haiti. No documento, a entidade faz críticas de supostas violações de direitos humanos e sugere 12 medidas para a Minustah implantar no país. Da Agência Brasil, 24/3..[+]

Soldados da ONU estupram haitiana

A ONU está investigando acusações de que três policiais paquistaneses teriam estuprado uma mulher no Haiti, enquanto participavam de uma missão no país. A investigação foi lançada pouco depois que as Nações Unidas divulgaram abusos contra mulheres por soldados da força de paz da organização no Congo. DoJornal do Brasil, 24/2..[+]

Camponês quase escravo, quase livre

Sedwàn Louis acordou às 3h30 e começou a se preparar para a lavoura. Pôs a roupa, procurou as ferramentas. Voltou a si: não trabalhava mais. Após 26 anos cortando cana de açúcar em Batahona, República Dominicana, o camponês, nascido no Haiti, não consegue se desprender da rotina do campo. Não consegue dormir até mais tarde. “Na República Dominicana, era quase escravo, quase livre”. É assim que Louis explica sua rotina de 15 horas de trabalho por dia, recebendo, em média, 40 pesos (cerca de dois dólares) pela jornada. Às vezes, nada recebia. Dormia em um casebre, com outros trinta camponeses. Deitavam-se no chão, pois não havia cama. Eram acordados, todas as madrugadas, por chicotadas e baldes de água gelada. “Os capangas dos fazendeiros mudavam os horários em que vinham nos acordar. Então, não tínhamos como estar prontos”. Do Brasil de Fato, 24/2..[+]

Na República Dominicana, exploração

Fugindo da seca e da miséria, centenas de milhares de camponeses e jovens abandonam o Haiti todos os anos. Vão em busca de comida, emprego, dinheiro. A maioria toma o caminho da vizinha República Dominicana. Vão trabalhar como braceros, cortadores de cana-de-açúcar, aceitando salários mais baixos dos que os trabalhadores locais. Segundo estudo do Grupo de Apoio aos Repatriados e Refugiados (GARR), os haitianos representam 83,4% da mão-de-obra das lavouras dominicanas. Do Brasil de Fato, 24/2..[+]

No Haiti, em meio à miséria, o povo resiste

De dentro do Haiti, nasce um novo país. Não está a ponto de se impor à atual estrutura política e social vigente no território, mas na boca do povo, em sussurros. É um reflexo da experiência de clandestinidade e repressão sofrida pelos que criticaram os governos anteriores – ditaduras como as de François e Jean-Claude Duvalier, de 1957 a 1986, e regimes autoritários como os de Emmanuel Nerette, de 1991 a 1992, e Jean-Bertrand Aristide, de 2001 a 2003. Fala-se de um novo país, livre e soberano, sempre em crioulo, língua do povo, em contraposição ao francês, idioma oficial do governo e da imprensa, absolutamente incompreensível para 90% da população. É o Ayiti popular contra o Haiti dominante. Do Brasil de Fato, 17/2..[+]

Praia e sol para soldados da ONU

Diante do quadro de catástrofe social, em jeeps com tração nas quatro rodas, impecavelmente limpos, blindados, passam oficiais e soldados da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente brasileiros, que ocupam o país desde junho de 2004. Os veículos parecem baratas tontas: dão voltas em rotatórias, fazem idas e voltas nas grandes avenidas, ficam parados por alguns instantes. E se vão. Talvez em gasolina tenham gasto os 25 milhões de dólares enviados todo mês. “Vieram para a estabilização democrática do Haiti, dizem, mas parecem estar a passeio, como se estivessem de férias”, denuncia o economista Camille Chalmers, da entidade Plataforma Haitiana pela Defesa do Desenvolvimento Alternativo (Papda). Do Brasil de Fato, 17/2..[+]

Unificação é desafio

"Gostaria muito de ver o Brasil fora dessa ocupação militar", diz ativista haitiano

A convite da Rede Jubileu Sul, o ativista haitiano Camile Chalmers esteve em diversos eventos e seminários no FSM 2005. Segundo Camile, a Força de Paz da ONU no Haiti, comandada pelo Brasil, não está ajudando a conquistar a efetiva democracia em seu país. "O que vivemos em 2004 fez parte de uma manobra financiada pelos Estados Unidos para tentar influenciar o quadro político; foi uma tentativa de chantagear a população haitiana", afirma. Por Iracema Dantas e Thais Zimbwe, do IBase, jan/2005..[+]

Haitianos que vieram ao Fórum querem Brasil fora do país

Ato organizado durante o Fórum mostra as grandes divergências entre os haitianos sobre a situação no país. Mas uma reivindicação é comum: o fim da ocupação pelas tropas das Nações Unidas, encabeçadas pelo Brasil. Da Agência Carta Maior, 3/2..[+]

Amorim: Haiti enfrenta tsunami socioeconômica

BRASÍLIA. Um dia antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação do Haiti, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu que a comunidade internacional não abandone o país. Para o ministro, o Haiti sofre uma tsunami socioeconômica há 200 anos, numa referência à tragédia que atingiu áreas costeiras do Oceano Índico. (...) Ele destacou que a crise no Haiti não pode deixar as preocupações internacionais. O ministro lembrou que por doenças ou outras razões morrem muitas crianças no Haiti: "São 30 mil crianças mortas por ano no Haiti. Portanto, não é exagero nem uma figura de linguagem comparar a situação haitiana com a das vítimas nos países atingidos pelo maremoto", afirmou o ministro. Do jornal O Globo, 12/1..[+]

Haiti: análises e indicações

O que há com o Haiti?
Noam Chomsky comenta sobre como o governo dos EUA e da França desrespeitaram tudo o que pode ser tido com "democrático" ao realizar suas operações no Haiti. Leia outros textos. Março de 2004

Por que devemos sair logo do Haiti
Em 29 de fevereiro de 2004, Jean-Bertrand Aristide, 50, foi forçado por tropas franco-estadunidenses a deixar o país, sendo enviado para a República Centro-Africana, aliada submissa dos USA. Por Mário Maestri, outubro de 2004

Haiti
Por Caetano Veloso e Gilberto Gil: "(...) E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina / 111 presos indefesos / Mas presos são quase todos pretos / Ou quase pretos / Ou quase brancos quase pretos de tão pobres".

Indicações
Paul Farmer: "Uses of Haiti"
Patrick Bellegarde-Smith, historiador do Haiti

Haiti: arquivo 2004

Ex-sargento convoca à luta armada contra o governo

"Convocamos os ex-militares de todo o país a organizarem a guerrilha e a dar uma resposta a este governo". Assim, o ex-sargento do Exército, Ravix Rémissainthe, conclamou à luta armada contra o governo interino de Porto Príncipe, dia 20, depois de uma semana de tensões e novas desordens. Autoproclamando se chefe de um grupo de ex-soldados, protagonistas, no dia 16, da ocupação da antiga residência do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, Rémissainthe acusou as forças policiais, encarregadas de manter a ordem no Haiti, de ter fracassado na sua missão...Brasil de Fato, 23/12

Missão internacional deve ficar no Haiti por mais seis meses

O Conselho de Segurança da Nações Unidas acaba de renovar por mais seis meses a duração da Missão Internacional de Estabilização do Haiti (Minustah), comandada pelo Brasil..Adital, 30/11/2004

Por que devemos sair logo do Haiti

Em 29 de fevereiro de 2004, Jean-Bertrand Aristide, 50, foi forçado por tropas franco-estadunidenses a deixar o país, sendo enviado para a República Centro-Africana, aliada submissa dos USA. O defenestramento do presidente constitucional do Haiti foi repudiado publicamente pela CARICOM, associação dos países do Caribe. Para a surpresa geral, o governo Lula da Silva acolheu prontamente o convite do presidente republicano George Bush, feito semanas após a intervenção, para que o Brasil capitaneasse a força internacional de ocupação daquele país, que tomaria o lugar das tropas estadunidenses empregadas na deposição de Aristide. Por Mário Maestri, outubro de 2004

Rumsfeld elogia ação no Haiti

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, tendo apoiado o golpe de Estado local, elogiou ontem, em Quito, no Equador, a missão de paz da ONU liderada pelo Brasil no Haiti. Rumsfeld citou-a como um "exemplo de cooperação regional" uma vez que, além de militares brasileiros, dela participam argentinos, chilenos, uruguaios, peruanos, bolivianos e equatorianos. Leia matéria de O GLOBO de 18/11/2004 com a saudação do assassino norte-americano Rumsfeld.

Haiti: Chuteira, Coturno e Imperialismo

A proposta esdrúxula do primeiro ministro Gérard Latortue era simples. O atual procônsul do Haiti, nomeado após a deposição, em 29 de fevereiro de 2004, de Jean-Bertrand Aristide, pelas tropas militares franco-estadunidenses, sugeria utilizar a simpatia popular pela seleção canarinha para facilitar a aceitação de sua designação, da intervenção franco-estadunidense e das tropas auxiliares de ocupação brasileiras. (...) Na ótica servil e elitista do Itamaraty, o merchandising futebolístico constituía extensão do envio de tropas ao Haiti como meio de obter as boas graças estadunidenses para a proposta de ingresso do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Ou seja, tudo no espírito “é dando que se recebe”. Por Mário Maestri, agosto de 2004

Chávez propõe formação de Assembléia Constituinte no Haiti

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que a XVIII Reunião dos Chefes de Estado e de Governo do Grupo do Rio está sendo muito interessante porque estão sendo discutidos assuntos importantes como a questão do Haiti. Ele afirmou que a Venezuela propôs a convocação de uma Assembléia Constituinte para dar soberania ao povo do Haiti...Agência Brasil, 4/11

Ajuda econômica permanente tenta evitar ação militar extrema

Apoio humanitário concreto e prolongado ao Haiti domina discussões da 18ª Reunião de países latino-americanos e caribenhos que integram o grupo do Rio, ao mesmo tempo em que o Brasil, responsável pela missão de paz no país, enfrenta turbulências internas e externas nos assuntos de defesa..Adital, 4/11

Migrantes haitianos recebem solidariedade de jornalistas

Jornalistas haitianos e dominicanos se reuniram para aumentar a solidariedade entre as duas nações vizinhas e impulsionar nos meios de comunicação um tratamento diferente aos processos migratórios. Entre as resoluções se encontram o incentivo à criação de um centro de informação binacional e uma rede de jornalistas dominico-haitianos...Adital, 4/11

General vincula violência a declaração de Kerry

Em entrevista exclusiva, general Augusto Heleno Ribeiro afirma que apoio de candidato norte-americano ao ex-presidente Jean Bertrand Aristide criou expectativa em determinados grupos no país..Agência Brasil, BBC Brasil, 15/10

Amorim pede mais forças para pacificar Haiti

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, voltou a se queixar ontem dos problemas enfrentados pelo Brasil no comando das forças de paz da ONU no Haiti. Amorim disse que há 2.600 homens, quando o combinado eram 6.700 e lamentou que, por causa da burocracia, faltem recursos para a recuperação do país caribenho...O Globo, 15/10

Sem porto, Haiti pode sucumbir com a fome

Distribuição de alimento está comprometida no país devido ao estado do porto de Gonaïves, cidade mais atingida pela tormenta tropical Jeanne no mês passado..Adital, 11/10

Fome e armas desafiam tropas

Enquanto parte da tropa brasileira enviada ao Haiti se desdobra na cidade de Gonaives para conter o avanço de civis famintos sobre a água e os alimentos enviados às vítimas do furacão Jeanne, os militares que permanecem na capital, Porto Príncipe, se concentram em outra frente: o recolhimento das armas ilegais usadas pela população...O Globo, 29/9

População está sem ação, diz general brasileiro

Para Augusto Heleno Pereira, chefe da Missão de Estabilização da ONU, população sofre conseqüências da tempestade tropical Jeanne, que matou mais de mil pessoas. Brasil enviou remédios ao país..Agência Brasil, 23/9

Hospital de Gonaïves volta a funcionar

Gonaïves, principal cidade haitiana atingida pela tempestade tropical Jeanne, está com o maior hospital da região novamente em funcionamento, para atender principalmente feridos vítimas de desabamentos que continuam mesmo após o fim das chuvas..Adital, 22/9

Tempestade tropical Jeanne mata 500 pessoas

Tempestade tropical deixa submersas 80% das casas em cidade do norte do país...O Globo, 21/9

Confirmada perspectiva de novos confrontos no Haiti

As forças de paz da Organizações das Nações Unidas (ONU), comandadas pelo Brasil, começam a trabalhar com a possibilidade de confrontos com grupos armados haitianos que se opõem a presença da coalizão internacional. Se acumulam incidentes e ameaças envolvendo ex-militares haitianos, que estão atacando representantes civis da missão de estabilização e mesmo guarnições das tropas dos países convocados para atuar na nação caribenha...Adital, 8/9

Dominicanos e haitianos discutem os efeitos do imperialismo

Durante dois dias, ativistas sociais e intelectuais do Haiti e da República Dominicana discutiram a problemática que envolve os dois países da ilha de Santo Domingo...Adital, 5/7

Força internacional não trouxe segurança para os haitianos

Em seu mais recente relatório intitulado "Haiti – Breaking the Cycle of Violence – A Last Chance?" (Rompendo o Ciclo da Violência – A Última Chance?"), a Anistia Internacional se mostra crítica com a atuação da Força Multinacional Provisional (FMP), que durou três meses no país. Acrescentou que ainda não há segurança no país e que se vive precisamente em um verdadeiro estado de anarquia absoluta...Adital, 21/06

Brasileiros estão sujeitos a lei internacional

Os militares brasileiros que integram a força de estabilização da ONU no Haiti vão responder, no Tribunal Penal Internacional (TPI), pelos eventuais abusos cometidos contra prisioneiros de guerra e a população civil. A possibilidade é possível porque, embora tenha ratificado o Estatuto de Roma em 2002, o Brasil não tem legislação própria na área. “O anteprojeto ficou parado na Casa Civil o ano passado inteiro”, lamenta o jurista Tarciso Dal Maso Jardim, consultor do Senado...Brasil de Fato, 03/06

Mortos em enchentes chegam a 1.660

Governo pede ajuda para lidar com catástrofe que atingiu o país e a República Dominicana. Forças de paz prestam auxílio...O Globo, 27/05

Prisão de ativista gera mobilizações

A detenção de Anne Auguste, mais conhecida como irmã Anne, em Porto Príncipe, pelos soldados estadunidenses, vem mobilizando vários segmentos no Haiti e nos Estados Unidos. Para exigir a libertação da cantora e colaboradora do governo do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, está sendo programada uma greve mundial de mulheres...O Globo, 27/05

O que há com o Haiti?

Noam Chomsky comenta sobre como o governo dos EUA e da França desrespeitaram tudo o que pode ser tido com "democrático" ao realizar suas operações no Haiti. Leia outros textos. Março de 2004..[+]

Direto do Haiti

"Ontem, tropas brasileiras dispararam, por solicitação do comando militar norte-americano, matando 15 civis haitianos. Vinte soldados brasileiros ficaram feridos, todos sem gravidade, mas a ordem de desalojar os centenas de haitianos que haviam tomado uma das pontes de acesso a Porto Príncipe foi cumprida com sucesso. Entre os mortos haitianos havia uma mulher e seus dois filhos menores." Felizmente essa notícia não é verdadeira. Mas infelizmente pode vir a ser. Por Emir Sader, Agência Carta Maior, 8/4/2004

Haiti em chamas

Outras Palavras, 13 de fevereiro, 2004. Entrevista com Pierre Charles - líder da luta haitiana pela renúncia do presidente Aristide - que não tem laços com o ''exército canibal''.

Aristide acusa os EUA de tê-lo seqüestrado

Da África, ex-presidente denuncia sua captura a congressistas a advogado e à TV. Do Jornal do Brasil, 2/3/2004..[+]

Haiti: um país em decomposição

Emir Sader, 10 de fevereiro, 2004. Depois de ser colonizado, de ter a população massacrada, de Papa e Baby Doc, o Haiti morre, condenado pelas leis de mercado..[+]