Judeus progressistas se posicionam sobre situação na Faixa de Gaza

A ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação, que representa um grupo de judeus progressistas no Rio de Janeiro, divulgou esta semana nota em que comenta os recentes acontecimentos em curso na Faixa de Gaza. “Todos os países têm o direito e a obrigação de defender seus cidadãos. A pergunta que se faz é: a destruição maciça de vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel? A História mostra que não.” Leia a nota na íntegra clicando aqui.

A ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação, que representa um grupo de judeus progressistas no Rio de Janeiro, divulgou esta semana nota em que comenta os recentes acontecimentos em curso na Faixa de Gaza. A entidade, fundada há quase 45 anos, afirma que, ao “controlar as fronteiras terrestre, marítima e aérea”, Israel restringe o fornecimento de serviços essenciais e provoca o “crescimento da pobreza, do desemprego, da desesperança, da radicalização”.

Em relação aos ataques militares de Israel contra o Hamas e civis palestinos, a entidade questiona: “Todos os países têm o direito e a obrigação de defender seus cidadãos. A pergunta que se faz é: a destruição maciça de vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel? A História mostra que não.” Leia a nota na íntegra, abaixo.

Boca no Trombone: contra a ilusão militarista

“A operação de guerra de Israel contra a Faixa de Gaza realimenta a espiral de violência no Oriente Médio. São centenas de mortos e feridos palestinos, muitos não-combatentes, atingidos por armamento de última geração. A resposta do Hamas, com mísseis artesanais, matou e feriu israelenses, causando pequenos danos materiais.

Desde a retirada de Israel da Faixa de Gaza, em 2005, a área vem sendo submetida a uma asfixia quase permanente. Israel controla as fronteiras terrestre, marítima e aérea. Os palestinos dependem integralmente do fornecimento de água, eletricidade e combustíveis israelenses (que determinam, também, os preços destes insumos). A movimentação de pessoas e mercadorias é severamente restringida, afetando duramente a economia local.

O resultado é o crescimento da pobreza, do desemprego, da desesperança, da radicalização. Gaza é um dos lugares com maior densidade populacional do planeta, tornando impossível um bombardeio “cirúrgico”, ou seja, que atinja apenas alvos militares.

Até recentemente, vigorou um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas (prova de que existe uma interlocução possível, desde que haja vontade política). Seu fim trouxe de volta os mísseis Qassam sobre o sul de Israel. Todos os países têm o direito e a obrigação de defender seus cidadãos. A pergunta que se faz é: a destruição maciça de vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel? A História mostra que não.

O apoio ao Hamas só tem aumentado com as ações militares israelenses. Cada vez que um prédio, uma rua, um carro, é bombardeado em Gaza, a popularidade dos setores mais intransigentes do grupo se reforça. É uma ilusão perigosa imaginar que, quanto mais se espancarem os palestinos, mais dóceis eles ficarão. Conforme destacou o historiador Tom Segev, jamais uma operação militar terminou em progresso na direção da paz com os palestinos. Por trás de tudo, uma equação sinistra: mais descrédito para o diálogo é igual a mais oxigênio para as bombas.

Na presente situação, defendemos as mesmas posições tornadas públicas inúmeras vezes:

• Não há solução militar para os conflitos entre israelenses e palestinos.

• O terrorismo de grupos ou estados é igualmente execrável. As leis internacionais condenam com clareza ataques contra alvos civis.

• A criação de um Estado palestino laico e democrático, com fronteiras internacionalmente reconhecidas e com todos os direitos e deveres dos Estados modernos, que viva em paz ao lado de Israel, é o caminho possível para dissolver as tensões no Oriente Médio.

O momento exige um imediato cessar-fogo em Gaza, o fim do lançamento de mísseis contra Israel, o reinício emergencial da ajuda humanitária para os palestinos e a construção de mecanismos multilaterais de negociação. Sem isso, a iniciativa continuará com os que apostam tudo na força das armas.

Diretoria da ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação”

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