Israel ataca comboio da ONU de ajuda humanitária

Míssil que atingiu um comboio de ajuda humanitária da Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos matou dois motoristas. Bombardeio, que ocorreu durante cessar-fogo estabelecido por Israel, levou à interrupção do auxílio da ONU a Gaza. Por Gustavo Barreto, da redação. Leia mais clicando aqui.

A Agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos (UNRWA) suspendeu suas operações na Faixa de Gaza depois que um de seus comboios foi atacado nesta quinta-feira (8) pelo Exército de Israel, causando a morte de um dos condutores e ferindo um terceiro. A ação foi condenada enfaticamente pelo secretário-geral da ONU.

Em um comunicado, Ban Ki-moon assinalou que o incidente ocorreu durante as três horas em que Israel havia prometido suspender os ataques, para a entrada de ajuda ao território palestino. “Desde o início do conflito, há 13 dias, quatro empregados da UNRWA foram mortos”, destacou Ban Ki-moon.

Ele acrescentou que a ONU se mantém em contato com as autoridades israelenses para que se investiguem a fundo este e outros acontecimentos, como modo de obrigar Israel a tomar medidas que evitem novos ataques.

O secretário-geral reiterou sua convocatório por um imediato cessar-fogo, para facilitar o acesso irrestrito de bens humanitários e permitir que os trabalhadores assistam a população necessitada, em condições de segurança.

Ban Ki-moon explicou que a UNRWA não pode garantir a integridade de seu pessoal e considerou inaceitável interromper suas tarefas de assistência em um momento em que a crise humanitária aumenta.

A caravana atacada transportava mantimentos humanitários a partir do acesso norte da Faixa de Gaza e portava bandeiras da ONU. Além disso, os condutores vestiam jalecos que os identificavam como funcionários das Nações Unidas. A UNRWA distribui alimentos a cerca de 750.000 pessoas em território palestino.

Genocídio é comparado a uma “nova nakba”

Segundo a agência de notícias AFP, o número de vítimas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza subiu nesta quinta-feira (8), para 763 mortos, após novos ataques mortíferos e a recuperação de muitos corpos pelos socorristas durante uma pausa nos bombardeios.

A ofensiva israelense na Faixa de Gaza entrou no seu 13º dia e já deixou mais de 3.200 feridos, segundo o chefe dos serviços de emergência, Muawiya Hassanein. Oito militares israelenses foram mortos desde o início da ofensiva, em 27 de dezembro.

Para o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, a ofensiva israelense constitui uma nova 'nakba', a "catástrofe" que foi para os palestinos a criação, em 1948, de Israel em 75% da Palestina histórica. Segundo a AFP, as agências humanitárias denunciaram uma crise "total" no território pobre e densamente povoado, onde falta água, comida, combustível e energia.

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