Conflito árabe-israelense: temos de desmontar a máquina de moer carne!

Celso Lungaretti

Aleluia! Depois de longo e tenebroso inverno, encontro, finalmente, um editorial da Folha de S. Paulo que posso tranquilamente recomendar aos meus leitores: Israel persiste no erro (...) >>

Tenistas de Israel terão de jogar sem público

Celso Lungaretti

A Suécia vai disputar seus jogos contra Israel pela Copa Davis de tênis com os portões fechados. O motivo é o temor de manifestações de protesto contra as matanças em Gaza.

A cidade de Malmö, sede do confronto, avaliou que, com a presença de torcedores, não teria condições para garantir a segurança dos esportistas israelenses.

Cogitou-se a transferência dos jogos para Estocolmo, mas as autoridades municipais responderam que lhes faltava tempo para montarem um policiamento eficiente.

A solução acaba sendo de um simbolismo terrível: de tão execrado pela consciência civilizada, Israel só pode atualmente exibir-se em estádios vazios.

Seria apropriado executarem o toque de silêncio antes de cada partida. Mais do que qualquer hino, expressa o que Israel se tornou.

Esperamos que os judeus do mundo inteiro façam uma profunda reflexão e decidam se é esse mesmo o rumo que seu estado deve seguir: a pátria dos kibtuzin reduzida a um bunker, cercado de inimigos por todos os lados e promovendo intimidações sangrentas contra eles a cada instante. Que caricatura grotesca do belo sonho judaico!

Parafraseando o Evangelho, o que aproveitaria a Israel conquistar todo o Oriente Médio e perder a sua alma?

Israel, Guerra Fria Árabe e o Massacre de Gaza

Ramez Philippe Maalouf
Mestrando em Geografia Humana – USP / Especialista em História das Relações Internacionais - Uerj

O Estado de Israel se proclama um "Estado judeu" em sua carta de fundação, porém, a realidade demográfica desmente tal pretensão, cerca de 20% da população israelense é árabe (palestinos, libaneses, árabes beduínos e drusos), há ainda armênios (cristãos) e circassianos. Há árabes no exército israelense, os drusos, que são seguidores da religião drusa, uma heterodoxia do Islã oriunda do xiismo. Os drusos apoiaram os judeus na chamada Guerra de Independência, entre 1947 e 1949, contra os palestinos e demais árabes. Portanto, a população árabe de Israel não é homogênea. A fundação de Israel foi possível através da expulsão de mais de 700 mil palestinos pelas forças judias em conluio com as monarquias árabes conservadoras (Jordânia e Egito) e governos árabes militares corruptos (Síria sob a ditadura do coronel Hosni Zaim), porém cerca de 100 mil palestinos permaneceram no chamado "Estado judeu". Estes remanescentes deram origem à maioria dos atuais 1,4 milhão de árabes-israelenses.

Em 1967, como resultado da Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu e ocupou a península do Sinai, tomada do Egito, as Colinas do Golã, tomadas da Síria, e os territórios palestinos da Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Com isto, uma grande população árabe passou a ficar sob o domínio de um Estado que se definia como judeu. Para reverter tal situação (um Estado judeu com 40% de sua população de origem árabe) os israelenses fomentaram um processo de colonização judia, com o apoio de extremistas religiosos judeus, nos territórios árabes ocupados, de modo a criar um “fato consumado” e forçá-los a sair da região ocupada. Foi para quebrar de uma vez por todas a resistência pacífica dos palestinos nos Territórios Ocupados e expulsar os palestinos para a Jordânia, que o então ministro da defesa, general Ariel Sharon, e o então premier, do partido Likud, de extrema-direita, Menachem Begin, resolveram, no verão de 1982, invadir o Líbano, com apoio de milícias libanesas, e expulsar a OLP para a Tunísia, causando a morte de mais de 20 mil árabes.

Derrotados no Líbano e duramente reprimidos nos Territórios Ocupados, os palestinos se sublevaram com paus e pedras contra a opressão israelense, em dezembro de 1987, iniciando a Intifada (levante em árabe) na Faixa de Gaza, o território palestino mais pobre e mais densamente povoado, logo se alastrando para a Cisjordânia. O então ministro da defesa do governo de coalizão likudista-trabalhista, general Yitzhak Rabin, ordenou uma dura repressão à população palestina, provocando comoção internacional. Para quebrar a resistência, os serviços secretos israelenses passaram a instilar a guerra civil intra-palestina, financiando grupos extremistas islâmicos, tradicionais inimigos da ideologia secular da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), principal liderança militar e civil do movimento nacional palestino. Dentre estas organizações extremistas apoiadas por Israel, destacou-se um braço da Irmandade (ou Fraternidade) Muçulmana egípcia, o Hamas, fundada em 1988.

A Primeira Intifada acabou perdendo força com a Guerra do Golfo, em 1991, e praticamente cessou de existir com os Acordos de Oslo, em 1993. Por outro lado, estes Acordos, assinados por Arafat, então chefe da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e Rabin (então premier de Israel), em 1993, legitimaram bantustanização dos palestinos nos Territórios Ocupados e Invadidos por Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A “bantustanização” significa o cerco das cidades e aldeias palestinas pelas colônias judias, desta forma, os palestinos passaram a viver em enclaves (territórios descontínuos), com acesso restrito ao mundo exterior. Assim, Israel mantém mais de 3,9 milhões de palestinos sob cerco permanente e enclausurados nos enclaves na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, impossibilitando a fundação de um Estado Palestino plenamente soberano. Entretanto, ao inviabilizar a fundação de um Estado palestino soberano, Israel, que se define como um Estado judeu, terá obrigatoriamente a conviver com uma população árabe em territórios sob seu domínio de fato, que somada, se iguala a população judia.

Aliados à “demopolítica” israelense, os Estados árabes estão em guerra civil aberta, sacrificando a população civil em conflitos "terceirizados", ou seja, o combate a um Estado árabe rival ocorre através da intervenção externa de um Estado não-árabe. Este foi o caso das duas invasões americanas que destruíram o Iraque, em 1991 e em 2003 e as três grandes invasões israelenses do Líbano, em 1978, 1982 e em 2006. Inicialmente, a rivalidade entre os Estados árabes surgiu, em grande medida, como decorrência da Guerra Fria, na disputa entre os EUA e a antiga União Soviética (URSS) pela supremacia mundial. A disputa inter-árabe era entre as monarquias conservadoras (Jordânia, Marrocos, Arábia Saudita e xecados do Golfo), firmemente apoiadas pelos EUA e Europa, e as repúblicas militaristas de inspiração kemalista (nacionalismo reformista), como era o caso do Egito (pós-1952), Iraque (pós-1958), Síria (pós-1949) e Líbia (pós-1969), que buscaram apoio da URSS. A Guerra de 1967, com a humilhante derrota das repúblicas nacionalistas, diluiu esta divisão. Com o fim da URSS, a Guerra Fria, que jamais terminou, ganha novos contornos com a possível aliança asiática entre China, Índia e Rússia, entendida pelos EUA como uma ameaça real e imediata aos seus interesses. Tal enfrentamento mundial reflete-se no Oriente Médio via a aliança entre Irã e China, que é percebido pelos EUA como desestabilizadora ao equilíbrio mundial.

O Irã, país não-árabe e remanescente do Império Persa, por sua vez, tem um projeto nacional-desenvolvimentista, com pretensões de hegemonia sobre o mundo árabe, pois, pretende expandir sua revolução xiita pela região. A destruição do Iraque, entretanto, principal inimigo do regime nacionalista-xiita do Irã, favoreceu o regime dos aiatolás. É preciso lembrar que o regime islâmico de Teerã apoiou da destruição do país mesopotâmico pelos EUA, que resultou num massacre contra as populações iraquianas sunitas, xiitas, cristãs e palestinas. Por outro lado, o desenvolvimento de um programa nuclear pelo Irã gerou hostilidade não apenas do Ocidente, mas de Israel e de seus aliados árabes (Egito, Jordânia e Arábia Saudita), aumentando ainda mais a polarização regional. Formou-se, com isto, no mundo árabe, duas coalizões de caráter heterodoxo e paradoxal, o chamado "eixo xiita", aliado à Rússia e China, formado pelo Líbano (após a posse de Michel Sleiman, pró-Hizbollah, grupo xiita), Síria (sob uma ditadura alauíta, ramo do xiismo), Irã (país não árabe) e o Hamas (grupo sunita palestino); e o chamado "eixo sunita", cujo núcleo duro é formado pela Arábia Saudita, Marrocos, Jordânia, Egito e Israel (país dominado pelos judeus).

Esta nova Guerra Fria no mundo árabe é uma das principais razões do ataque de Israel à Faixa de Gaza, na virada de 2008 para 2009, que visa diminuir a pressão demográfica dos árabes em territórios sob ocupação israelense. Os bombardeios israelenses, sem qualquer resistência militar palestina efetiva, resultaram no massacre de mais de 1330 palestinos, em sua maioria civis (mulheres e crianças). Esta política foi denominada pelo historiador israelense Ilan Pappé como genocídio. O "eixo sunita" deu sinal verde para Israel massacrar os palestinos na Faixa de Gaza, o que vem ocorrendo sistematicamente desde 2005, de forma a enfraquecer/eliminar o Hamas e seus aliados regionais (Síria e Irã). Se a "coalizão sunita" entender que o novo presidente dos EUA, Barak Obama, será um linha-dura com o Irã, tal como W. Bush, a ponto de apoiar a neutralização do programa nuclear iraniano, é grande a possibilidade de um agravamento dos conflitos na região a tal ponto que possam eclodir em escala internacional, com conseqüências sombrias.

A postura de Obama é pautada pela ambigüidade, pois ao mesmo tempo sinaliza com uma conciliação com o "eixo xiita" (Síria e Irã), nomeia para seu secretariado nomes alinhados com o expansionismo militar israelense. Por outro lado, a grave crise econômica enfrentada pelos EUA pode inibir ambições imperiais, constrangimento que W. Bush não sofreu, e com isto pacificar, ainda que temporariamente, a região.

A duração desta crise regional depende exclusivamente do apoio que os Estados árabes do "eixo sunita" e os EUA oferecem a Israel, na guerra à “coalizão xiita”, e também da opinião pública israelense, que apesar de ser dividida, se revela cada vez mais belicista. Tudo indica que a coalizão árabe sunita, a qual Israel é aliado, não pretende mudar o "status quo", ao contrário, não só quer mantê-lo, como também aprofundá-lo. Percebe-se, com isto, que ao contrário do que acredita a maioria das pessoas, este conflito não é apenas uma guerra de árabes contra judeus, mas, sim, uma guerra civil árabe, onde árabes e judeus se unem para assassinar árabes.


Referências Bibliográficas

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Faroeste no Gueto de Gaza

Celso Lungaretti

Pasmem: tanto a Câmara dos Representantes quanto o Senado dos EUA aprovaram, por esmagadoras maiorias, resoluções de apoio ao genocídio que Israel está perpetrando no Gueto de Gaza!

Como se fossem autistas, alheios a tudo que câmaras mostram, correspondentes relatam e a ONU deplora (com tanta veemência quanto impotência), os parlamentares estadunidenses atribuem ao Hamas a responsabilidade única por essa versão em miniatura e com sinal trocado do Holocausto.

"Israel, como qualquer outra nação, tem direito à autodefesa quando está sob ataque", disse a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, omitindo a extrema desigualdade de forças e a adoção da matança generalizada de civis (velhos, mulheres e crianças incluídos) como prática intimidatória por parte do estado judeu.

Então, que fique o resto do mundo ciente: por melhores que sejam as intenções do presidente eleito Barack Obama, pouco ou nada poderá fazer para corrigir as distorções mais aberrantes da política dos EUA. O Congresso não deixará.

De resto, louve-se a coerência dos deputadores e senadores estadunidenses, que mantêm ínalterada sua postura através dos séculos. Avalizaram outrora o extermínio dos indígenas em seu país com a mesmíssima argumentação ora utilizada para avalizar o extermínio dos palestinos.

PITONISA - Embora pareça mais o jornalzinho da Gaviões da Fiel enfocando um Corinthians x Palmeiras, o trecho abaixo é da reportagem "O direito à autodefesa", publicada na edição de 14/01/2009 da revista Veja:

"O que é fora de dúvida é que Israel não pode (e não vai) perder a guerra contra as forças da intolerância religiosa no Oriente Médio, representada agora pelos terroristas do Hamas. Israel é uma sentinela avançada da democracia e da civilização judaico-cristã cercada por nações e grupos políticos armados que formal e claramente lutam pela destruição do estado judeu e pela morte de todos os seus habitantes não-árabes. Também é fora de dúvida que não haverá paz enquanto os vizinhos hostis não aceitarem que a existência de Israel é legítima, que o país tem o direito de se defender e que o terrorismo destrói o que pretende construir."

A confusão é total entre espaços noticiosos e editoriais, bem como entre jornalismo e militância e, enfim, entre análise séria e mera expressão de desejos.

Eu, que não vi em nenhuma bola de cristal se Israel vai ou não perder qualquer guerra, prefiro relatar/comentar os fatos à medida que vão ocorrendo, como aprendi na escola de jornalismo .


BUMERANGUE - O PT comparou a carnificina em Gaza com suas similares históricas, cometidas pelos nazistas. Pelo menos desta vez, está certíssimo.

Que se preparem, entretanto, os petistas para o bumerangue: eles é que serão alvos de uma comparação extremamente vexatória, caso venham a entregar o perseguido político Cesare Battisti para a retaliação (não Justiça) italiana.

O episódio será encarado pela esquerda digna desse nome como repetição do ato indigno de Getúlio Vargas, ao despachar Olga Benário para os cárceres nazistas e a morte.

E a reputação que certos petistas laboriosamente tentam construir, de coerência com os ideais históricos que o partido esqueceu, virará pó no mesmo instante.

O confronto na visão de um estudante palestino

Durante o horror que nos espreita diariamente na Faixa de Gaza, o que vem a seguir são trechos de algumas entrevistas transmitidas pela televisão. Um colono israelense respondeu o seguinte ao ser perguntado sobre a morte de um garoto palestino de 12 anos em Gaza: "Nossos filhos são filhos de Deus, os deles são os filhos de Satã". Outra colona judia disse, pensando sobre a morte do garoto: "Eles (os palestinos) não são humanos. Eles são animais. De certa forma, não são nem mesmo animais. Animais cuidam de sua prole, palestinos mandam seus filhos para matar ou serem mortos".
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Evidentemente, ela não sabe que o pai do garoto tentou afastá-lo o mais longe possível da violência e da guerra. E foram os israelenses que apontavam suas armas para pai e filho, nenhum dos dois carregava pedras ou armas. Talvez essa colona não tenha ouvido que o motorista da ambulância, que foi socorrer o ferido, também foi morto. Esses médicos não tinham pedras para jogar, mas todos tinham mães, como os soldados de Israel e cada homem, mulher ou criança morta nesta catástrofe sem fim.
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"Palestinos são fatalistas. Eles são pobres e têm muitos filhos. Eles não têm uma democracia ou educação sobre paz. Eles desejam enviar seus filhos para a guerra apenas para conseguir a atenção internacional e pressionar o governo de Israel. É triste o fato deles serem mortos, mas isso é o que acontece quando se tenta parar a violência contra israelenses", disse um judeu moderado na televisão.
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Você pode imaginar como o povo judeu em Nova York reagiria se alguém dissesse tais coisas em público ou até mesmo particularmente? Até mesmo os não-judeus nos EUA, que simpatizam com a fé judia, mas não concordam com os princípios do Sionismo, são taxados como anti-semitas. Um americano não-judeu deveria falar abertamente contra o comportamento dos judeus de Israel, a contradição do Judaísmo é rápida e áspera. Empregos podem ser perdidos, posições em uma comunidade podem ser degradadas, carreiras políticas demolidas, tudo isso por uma palavra, ou uma história que implique algo negativo sobre um israelense ou sobre o Estado de Israel. Então, a maioria dos americanos escolhe não ver como Israel trata os palestinos.
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A maioria dos americanos sabe pouco sobre a fé muçulmana. É mais fácil rejeitar os árabes do que procurar pela verdade e enfrentar a reação judaica. Muitos americanos nem mesmo sabem que existem árabes cristãos ou que o Jihad significa o esforço entre si mesmos e que ambos judeus e árabes são pessoas semitas. Deveria ser deixado claro que como palestinos, nós não enviamos nossos filhos para a morte. Como cada pai em todo o mundo, palestinos querem o melhor para suas crianças.
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Eu fui uma criança durante a Intifada (1987-1994). Me lembro o quão romântico era pra mim, a idéia de sair correndo e atirando pedras. Quando eu via meus amigos juntos, tinha vontade de me unir à eles. Crianças em todo lugar pensam que são imortais. As crianças palestinas pensavam assim também naquele tempo. Ninguém acreditava que alguma coisa pudesse acontecer conosco. Mas nossos pais sabem. Meus pais fizeram de tudo para me manter dentro de casa. Eles me mantinham ocupado com estudos, então não podia ir lá fora e jogar pedras.
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Às vezes a situação escapa do controle dos pais. Os israelenses proibiam uma vida decente para a maioria das crianças assentadas em Gaza após 1978. Várias cresceram na pobreza sem esperança de uma vida melhor. A maioria dos pais de crianças "acampadas" engolia o orgulho e ia trabalhar por um salário de fome, pago por israelenses. As pessoas precisam saber agora que o povo mais perigoso que existe neste mundo é aquele que não tem motivo para viver. Muitos jovens palestinos se adequam a esta categoria.
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Para este jovens, enfrentar soldados israelenses garante um sentimento de liberdade e poder. Se não podemos ser iguais na vida, alguém me disse, seremos na morte. "Seja nós ou eles, a morte deixa para trás uma concha e então nossa fé nos traz uma nova vida". Pessoas da região mediterrânea, particularmente árabes, são famosas pelo seu senso de paixão e emoção. Nós somos românticos com muito sentimentalismo poético para provar. Nós preferimos agir ao ter que esperar, mas não somos idiotas ou violentos. Temos uma forte apreciação pela democracia e paz.
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Maturidade traz consigo hesitação e sentimentos estranhos. Esperamos desde 1948 pelos israelenses e para que o mundo veja o que eles têm de bom a oferecer. Infelizmente, nações parecem cegas para o que aconteceu e facilmente fogem da realidade de nossa situação. Nossos filhos estão com raiva. Intelectualmente e emocionalmente eles sabem muito do que é a opressão. Eles cresceram em campos de refugiados, suas casas foram destruídas e eles assistem seus pais e irmãos mais velhos serem presos e voltando da cadeia espancados, sem poder falar e andar.
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Recentemente, me aproximei de pessoas feridas no hospital e tentei ouvir suas histórias. Eu perguntei uma mulher de meia idade que levou um tiro no estômago:
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"Como aconteceu? Você estava na rua?"
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"Eu estava protegendo meu filho", ela respondeu
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"Então você deu a luz ao seu filho duas vezes", eu disse, "porque ele vai viver"
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Eu sou palestino e acreditamos em tudo. Acreditamos em nosso direito de viver em nossa terra. Queremos viver e deixar viver, mas não ficaremos de braços cruzados e nem na linha de fogo para sermos mortos. Já esperamos muito. E agora, eu sei que israelenses matam nossas crianças deliberadamente apenas para nos ferir e trazer nossa nação aos seus pés.
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Eu não quero chorar sobre o corpo de mais um jovem palestino. Mas, se eu tiver que fazer isso, farei. Sei que estas crianças se unirão ao solo da Palestina, produzindo hidrocarbonos e nutrindo nosso solo vermelho. Nossos limoeiros crescerão, nossas oliveiras se curvarão como as mães sobre a nossa morte e o nosso vinculo com a nossa terra natal viverá para sempre.
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(Samah Jaber é um escritor freelancer e estudante de medicina em Jerusalém. Texto extraído do Palestine Times. Tradução de Eduardo Gregori, do Cosmo On Line)

A tragédia do Oriente Médio

Celso Lungaretti

Os folhetins, o cinema e a TV nos acostumaram a observar os complexos dramas das pessoas, povos e nações a partir de uma ótica simplista: heróis-vilãos-vítimas.

Ou, simplificando mais ainda, a acreditarmos que quem causa sofrimento às vítimas são os bandidos e quem as defende, os mocinhos.

No fundo, trata-se do velho e obtuso maniqueísmo, a que os pensadores marxistas contrapuseram a dialética: Bem e Mal não existem como instâncias metafísicas que, desde os píncaros do paraíso celestial ou das profundezas do inferno, teleguiam a práxis humana, mas sim como resultado das decisões e ações adotadas pelos homens em cada situação.

No primeiro caso, alguns encarnam o Bem absoluto e o Mal absoluto, sem nuances: os mocinhos são sempre mocinhos e os bandidos, eternamente bandidos.

Na análise marxista, os papéis vão sendo assumidos a cada instante, de forma que o mocinho de ontem poderá ser o bandido de hoje, e vice-versa.

Infelizmente, a esquerda mundial até hoje não se recuperou do pesadelo stalinista, que, como Isaac Deutscher bem assinalou, foi um amálgama do pensamento sofisticado dos revolucionários europeus com a religiosidade primitiva da Santa Mãe Rússia.

E a História, infelizmente, favoreceu essa perda de densidade crítica por parte da esquerda. O nazifascismo parecia mesmo encarnar o Mal absoluto, colocando os que o combatiam na condição de cruzados do Bem absoluto.

Veio a guerra fria e a estreiteza de visão se consolidou definitivamente, de ambos os lados. A política mundial se tornou um mero western daqueles tempos em que os mocinhos se vestiam sempre de branco e os bandidos só usavam trajes negros.

Então, desde que os EUA se colocaram como protetores de Israel e os soviéticos se compuseram com o líder egípcio Gamal Abdel Nasser, na década de 1950, ficou estabelecido que a única forma progressista de encararmos os conflitos do Oriente Médio é beatificando os árabes e satanizando os judeus.

A questão no Oriente Médio é muito mais complexa.

Em primeiro lugar, temos um povo (o judeu) milenarmente perseguido, não só devido à maldade intrínseca dos poderosos de todos os tempos, mas também a uma certa vocação para o martírio: nunca quis misturar-se aos outros povos e conviver harmoniosamente com eles, fazendo, pelo contrário, questão de preservar sua identidade cultural/religiosa e de ostentá-la aos olhos de todos.

Então, mais do que a outros povos, fazia-lhe imensa falta um território próprio. Constituindo uma colônia minoritária em outros países e segregando-se rigidamente dos naturais desses países, neles despertava previsível hostilidade.

Ademais, os judeus eram invejados pelos gênios da cultura e da ciência que produziam (Marx, Freud, Einstein e tantos outros) e por seu êxito nas finanças, além de despertarem a hostilidade dos governos pela participação marcante que tinham em movimentos libertários/revolucionários.

É sintomático, aliás, que a esquerda hoje esqueça ou omita a importantíssima contribuição do Bund (União Judaica Trabalhista da Lituânia, Polônia e Rússia) para a gestação do movimento revolucionário russo, no início do século passado.

HOLOCAUSTO – Ao buscar um inimigo comum contra o qual unir a nação alemã, Hitler não precisou pensar muito: os judeus eram a opção óbvia.

Finda a II Guerra Mundial, a indignação que o Holocausto provocou na consciência civilizada fez com que a idéia do lar judaico passasse a ser vista com simpatia generalizada.

Foi quando os judeus cometeram seu maior erro de todos os tempos: aceitando a liderança espúria de fundamentalistas religiosos/terroristas sanguinários, implantaram seu estado nacional numa região em que se chocariam necessariamente com outros fundamentalistas religiosos/terroristas sanguinários.

A Inglaterra, império decadente, bem que tentou impedir, em vão. E as pombas desnorteadas, judeus imbuídos dos melhores ideais, acabaram aderindo em massa ao projeto sinistro dos falcões.

Então, uma das experiências socialistas mais avançadas que a humanidade conheceu, a dos kibutzim (comunidades coletivas voluntárias israelenses), acabou sendo tentada num país que logo viraria bunker – e, melancolicamente, foi definhando, até quase nada diferir hoje das cooperativas dos países capitalistas.

As nações árabes só não exterminaram até agora o estado judeu porque jamais o enfrentaram juntas e disciplinadas, sob um verdadeiro comando militar. Mesmo quando vários exércitos combateram Israel, atuaram praticamente como unidades independentes, em função das querelas e disputas de poder entre os reis, sheiks, sultões, califas, emires, etc., de países cuja organização política e social ainda é feudal.

Os israelenses, por enquanto, têm compensado sua inferioridade numérica com a superioridade de seus quadros e equipamentos militares, bem como com a repulsiva prática de promover massacres intimidatórios, reagindo de forma desproporcional e freqüentemente genocida aos ataques que sofre.

Os movimentos fundamentalistas/terroristas árabes agem como provocadores: sabem que jamais conseguirão enfrentar de igual para igual Israel, mas atraem retaliações contra seus povos, na esperança de que isto acabe trazendo as nações para o campo de batalha. Querem ser o estopim de uma guerra santa e não hesitam em sacrificar os seus em nome dos desígnios de Alá.

Os governantes feudais árabes, entretanto, têm mais medo de serem desalojados dos seus tronos do que ódio por Israel. Sabem que o despertar das massas contra o inimigo nacional pode derivar para levantes revolucionários em seus países. Preferem preservar o status quo, ao preço de fecharem os olhos a atrocidades como as que estão sendo cometidas contra os palestinos em Gaza.

Não se trata de nenhum filme de mocinho-e-bandido, pois só há vilãos entre os atores políticos; ninguém que mereça nossa simpatia e apoio.

Quanto às vítimas, estas sim são indiscutíveis: os civis que, nas últimas seis décadas, têm sido abatidos como moscas, devido à cegueira e (sejamos francos) imoralidade monstruosa desses atores políticos.

No fundo, a solução sensata seria o estabelecimento dos judeus noutro território qualquer – quantos países paupérrimos não lhes cederiam terras e autonomia administrativa, em troca de recursos e cooperação para seu desenvolvimento?

Mas não é a sensatez que rege o mundo e sim, como Edgar Allan Poe destacou, o horror e a fatalidade.

Então, os Hamas da vida continuarão ensejando carnificinas e os israelenses seguirão massacrando os vizinhos, trucidando seus velhos, mulheres e crianças, até que surja um novo Lawrence da Arábia e consiga levar à vitória a guerra santa sonhada pelos fundamentalistas/terroristas árabes.

O que temos no Oriente Médio é uma tragédia: os acontecimentos marcham insensivelmente para o pior desfecho e nada podemos fazer, exceto atenuar, tanto quanto possível, os banhos de sangue.

Repúdio à campanha genocida de Israel

Celso Lungaretti

Não me considerando autoridade em assuntos do Oriente Médio, mas compartilhando a indignação que a atual campanha genocida de Israel provoca nos cidadãos decentes do mundo inteiro, faço minha as palavras do ex-secretário de Estado de Direitos Humanos do governo brasileiro, Paulo Sérgio Pinheiro, em seu brilhante artigo de hoje na Folha de S. Paulo ("Guerra total: massacre de civis", http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0601200908.htm ). Eis os trechos principais:

"Gaza tem a mais alta densidade demográfica do mundo: mais de 4.000 pessoas por km2. Cerca de 1,5 milhão de pessoas numa área de 360 km2, imprensadas entre o mar e as fronteiras com Israel e Egito.

"Puro engodo bombardeios aéreos israelenses com 'precisão cirúrgica'. Impossível evitar vítimas civis como 'dano colateral'. Não há para onde escapar.

"Em pouco mais de uma semana, 512 palestinos foram mortos. Um quarto das vitimas, segundo a ONU, é de civis, mulheres e crianças. Os feridos já são mais de 2.000 - e os hospitais não dão conta das amputações.

"Trinta e um soldados israelenses foram feridos nos ataques por terra e quatro civis israelenses foram mortos por foguetes de grupos do Hamas.

"A desproporcionalidade entre a guerra total de Israel e os ataques de foguetes do Hamas ou a resistência à ocupação israelense - dos dois lados crimes de guerra sendo cometidos contra civis - fica patente, apesar do bloqueio à entrada de qualquer jornalista ocidental: o ocupante não quer testemunhas do massacre.

"Israel, ao fechar os acessos da fronteira de Gaza há meses, descumpre suas obrigações como potência ocupante e pune coletivamente a população civil. O sistema de água e esgoto beira o colapso, pois os bombardeios destruíram as linhas de eletricidade e há meses não há combustível para gerar energia. Em flagrante descumprimento das convenções de Genebra e seus dois protocolos, estão sendo sistematicamente arrasados hospitais, ambulatórios e escolas, e mulheres e crianças são aterrorizadas.

"...(a) política desastrada de isolamento do Hamas transformou Gaza num enclave condenado a condições de vida a cada dia mais semelhantes aos bantustões do regime do apartheid sul-africano.

"O que se pode esperar nos próximos dias? Nada ou muito pouco, a não ser a intensificação da dança diplomática de visitas a Jerusalém e a Ramallah... Como pano de fundo, bombardeios, o avanço da invasão por terra (e mar), a reocupação, massacre de civis, mais foguetes do Hamas, a caçada letal aos líderes do Hamas (e o trucidamento de suas mulheres e crianças) e mudança de regime em Gaza dissimulada. Tudo deverá continuar até 20/1, quando tomará posse o presidente Obama, do qual se poderia esperar ao menos uma lamentação pelas perdas civis. Trágico começo de ano."

Israel comete "genocídio" e "crime contra a humanidade"

Celso Lungaretti

Não espero para ver como os outros se posicionam quando há acontecimentos do tipo das agressões brutais de Israel à população civil palestina. Emito minha opinião, pelo que ela possa valer, de bate-pronto.

O que conta, para mim, são sempre os princípios.

Como combatente da resistência à ditadura, aos 18 anos de idade eu já acreditava que guerras se travam entre os nelas engajados, não devendo estender-se aos civis. É uma covardia e uma infâmia atingir (ou criar situações que levem a ser atingidos) crianças, mulheres, velhos e outros cidadãos alheios ao conflito.

Então, sem ser nenhum anti-sionista furibundo (até porque reconheço a extraordinária contribuição de grandes judeus aos movimentos libertários dos séculos passados e ao humanismo através dos tempos), não tive nenhuma dúvida de que ocorria uma carnificina na faixa de Gaza e de que eu deveria repudiá-la da forma mais veemente.

Hoje, com satisfação, constato que minha avaliação estava correta. Editorial, noticiário e espaços opinativos da edição de 30/12 da Folha de S. Paulo vêm ao encontro do que afirmei desde o primeiro momento.

E, como o verdadeiro jornalismo anda em baixa, vale a pena reproduzir os trechos mais marcantes desses textos exemplares:

"Merecem repúdio os ataques do grupo extremista palestino Hamas contra o território israelense. Mas a brutal reação de Israel, que abusou do legítimo direito de defesa e provocou uma crise humanitária na faixa de Gaza, tampouco pode deixar de ser condenada.

"...Não se esperava (...) um contra-ataque tão maciço das forças israelenses, surpresa que está assentada em motivações não apenas militares, mas também políticas.

"...A ofensiva contra o Hamas, em Gaza, soa como uma cartada da coalizão governista para evitar a vitória de Binyamin Netanyahu na eleição do novo gabinete, em fevereiro. O ex-premiê de direita radical, crítico do que chama de tolerância excessiva com grupos palestinos hostis a Israel, lidera as pesquisas de opinião.

"A inclinação do eleitorado israelense para a direita também parece uma reação à política anunciada para o Oriente Médio por Barack Obama. O presidente eleito dos EUA promete uma diplomacia abrangente e não descarta negociar com o Irã, considerado em Israel a maior ameaça estratégica ao Estado judaico.

"A plataforma linha-dura que emerge dessa confluência de fatores contém armadilhas conhecidas. Por mais que o Exército de Israel imponha danos importantes aos extremistas, os bombardeios dificilmente vão tirar do Hamas o controle político de Gaza...

"Se optar pela invasão terrestre, o governo israelense vai incorrer no mesmo risco da operação realizada no Líbano. O Exército de Israel poderá até ocupar os prédios do governo e capturar lideranças do Hamas, mas isso não vai aniquilar o extremismo naquela estreita faixa litorânea.

"De vício parecido padece o bloqueio econômico e à circulação imposto pelos israelenses contra 1,5 milhão de palestinos que vivem na empobrecida região de Gaza. Trata-se de uma medida desumana, que só faz aumentar o ressentimento contra Israel.

"Sem uma solução política que dê autonomia de fato e viabilidade econômica para um Estado palestino no Oriente Médio, o substrato que favorece as espirais de hostilidades permanecerá intacto. O importante agora, contudo, é obter um cessar-fogo imediato entre Hamas e Israel." (editorial "Cessar-fogo imediato")

"No terceiro dia consecutivo de bombardeios israelenses, além de terem de contornar a escassez de medicamentos, energia elétrica, gás de cozinha, combustíveis e alimentos, os habitantes da faixa de Gaza evidenciavam temor de ir aos templos muçulmanos da região.

"'Os hospitais e as mesquitas eram os lugares mais seguros. Mas, hoje [ontem], notei que as pessoas estão preocupadas e com medo de ir às mesquitas para fazer suas orações, porque os israelenses as atingiram na ofensiva", disse Hazem Balousha, que reporta para o jornal britânico 'Guardian', de Gaza.

"Ele relatou ao menos cinco templos bombardeados na região. Uma das mesquitas atingidas é próxima do hospital Shifa, o principal de Gaza." (notícia "Ofensiva não poupa nem mesquitas de Gaza")

"Não se trata de desprezar os riscos que Israel corre, seja pelo terrorismo praticado pelos fundamentalistas, seja pelos ataques com foguetes disparados desde Gaza. Mas adotar punição coletiva é intolerável, além de ineficaz. Acaba apenas jogando mais jovens no desespero que é, em parte, a estufa em que se incubam terroristas.

"Não adianta também tentar asfixiar o Hamas, que governa Gaza e é uma das raríssimas administrações no mundo árabe nascida de eleições que a comunidade internacional aceitou como justa e livre. A menos que se acredite que o Hamas ganhou porque todos os palestinos de Gaza são terroristas. Quem acredita nessa hipótese vai acabar propondo a 'solução final' para o gueto de Gaza." (Clovis Rossi, colunista)

"O que ocorre na Faixa de Gaza é extermínio de civis. Deliberado, como demonstram os bombardeios a acampamentos de refugiados, colunas de fugitivos e tantos outros alvos. Esse extermínio tem nome técnico e jurídico: é genocídio. Pelas leis internacionais, é crime de guerra e crime contra a humanidade." (Jânio de Freitas, colunista)

=== SOBRE O MESMO ASSUNTO, VER TAMBÉM http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2008/12/carnificina-foi-o-presente-de-israel.html