ONU recebeu denúncias de violência da Brigada Militar em 2006

O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Jean Ziegler, recebeu dois anos atrás nota pedindo providências em relação aos casos de violações aos direitos humanos sofridas pelos Sem Terra no Rio Grande do Sul em ações da Brigada Militar, que cercou com um efetivo de 1.000 soldados assentamento do MST na Fazenda Anoni, na manhã desta quinta-feira (17/01), nos municípios de Pontão e Sarandi, no norte do Rio Grande do Sul.
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As denúncias foram enviadas pelo Relator Nacional para os Direitos Humanos à Alimentação, Água e Terra Rural, Flávio Valente, em 2006. Ele também enviou cópias dos documentos e da filmagem feita pelos Sem Terra, que mostra a queima de alimentos, a noite de tortura em que as famílias foram submetidas a intensos barulhos e as ofensas realizadas pelos policiais, em ação da Brigada Militar em 2006.

Para o relator, as imagens e os depoimentos comprovam, mais uma vez, a criminalização dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada no Brasil. "Realmente é inaceitável, é uma situação absurda. É fundamental que haja uma investigação urgente do caso, a identificação dos responsáveis e medidas que sejam tomadas, tanto na punição dos responsáveis como em evitar que acontecimentos como este possam ocorrer. Existem estados que, independentemente da questão política, têm treinado seus funcionários pra fazer uma negociação de conflitos totalmente diferente da que foi feita no Rio Grande do Sul", afirma Valente.

Na nota entregue à ONU, o relator descreveu as denúncias feitas pelos integrantes do MST e a morosidade do Ministério Público Estadual, especialmente a comarca de Carazinho, em investigar o caso. Ao mesmo tempo, ele ressaltou o papel conivente da mídia, na medida em que não abre espaço para divulgar as ações arbitrárias do estado.

A mesma nota e cópias dos documentos e da filmagem foram entregues para o secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Investigação no país

O Comitê Estadual contra a Tortura investiga a Brigada Militar do Rio Grande do Sul a respeito de denúncias de violência e tortura contra trabalhadores rurais Sem Terra. O processo foi aberto junho de 2006 por conta das ações da polícia contra lavradores acampados em Coqueiros do Sul), durante a desocupação da Fazenda Guerra.

À época, a promotora de Justiça e Direito Humanos, Miran Balestro, junto com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e da Ordem dos Advogados do Brasil, assistiu fitas de vídeo dessa ocupação que mostram policiais ofendendo os acampados, impedindo as pessoas de dormir com sirenes ligadas e ameçando as famílias Sem Terra.

Para o advogado Carlos Cesar D'elia, da OAB do Rio Grande do Sul, isso reforça os indícios de violação de direitos humanos promovidos pela Brigada Militar. "As provas colhidas apresentam novos detalhes sobre a situação das famílias. São provas bastante fortes, que estão consolidando a situação apresentada pela denúncia, que teve como base o vídeo produzido pelos próprios acampados no momento da desocupação da Fazenda Guerra".

Já a integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, Patrícia Couto, afirma que a atuação dos policiais não foi condizente com a missão da Brigada Militar. "É incompátivel com o trabalho que deveria ser feito, que era se limitar a acompanhar a situação, sem abuso de poder. Mas houve várias humilhações, ficaram a noite toda com sirenes ligadas, música em alto volume, batiam em latas, todo o momento fazendo um processo intimidatório e até de humilhação para com aquelas pessoas acampadas", diz.

Para o advogado Carlos César D'elia, "precisamos verificar ainda se se trata de uma situação episódica, em que houve descontrole, ou se faz parte de algum tipo de técnica institucional usada pela Brigada Militar para ser usada em situação de conflito social".

Informações à imprensa:
Igor Felippe Santos - Assessoria de Imprensa do MST
Tel/fax: (11) 3361-3866
Correio - imprensa@mst.org.br
Página - www.mst.org.br

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ONU recebeu denúncias de violência da Brigada Militar em 2006

O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Jean Ziegler, recebeu dois anos atrás nota pedindo providências em relação aos casos de violações aos direitos humanos sofridas pelos Sem Terra no Rio Grande do Sul em ações da Brigada Militar, que cercou com um efetivo de 1.000 soldados assentamento do MST na Fazenda Anoni, na manhã desta quinta-feira (17/01), nos municípios de Pontão e Sarandi, no norte do Rio Grande do Sul.
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As denúncias foram enviadas pelo Relator Nacional para os Direitos Humanos à Alimentação, Água e Terra Rural, Flávio Valente, em 2006. Ele também enviou cópias dos documentos e da filmagem feita pelos Sem Terra, que mostra a queima de alimentos, a noite de tortura em que as famílias foram submetidas a intensos barulhos e as ofensas realizadas pelos policiais, em ação da Brigada Militar em 2006.

Para o relator, as imagens e os depoimentos comprovam, mais uma vez, a criminalização dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada no Brasil. "Realmente é inaceitável, é uma situação absurda. É fundamental que haja uma investigação urgente do caso, a identificação dos responsáveis e medidas que sejam tomadas, tanto na punição dos responsáveis como em evitar que acontecimentos como este possam ocorrer. Existem estados que, independentemente da questão política, têm treinado seus funcionários pra fazer uma negociação de conflitos totalmente diferente da que foi feita no Rio Grande do Sul", afirma Valente.

Na nota entregue à ONU, o relator descreveu as denúncias feitas pelos integrantes do MST e a morosidade do Ministério Público Estadual, especialmente a comarca de Carazinho, em investigar o caso. Ao mesmo tempo, ele ressaltou o papel conivente da mídia, na medida em que não abre espaço para divulgar as ações arbitrárias do estado.

A mesma nota e cópias dos documentos e da filmagem foram entregues para o secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Investigação no país

O Comitê Estadual contra a Tortura investiga a Brigada Militar do Rio Grande do Sul a respeito de denúncias de violência e tortura contra trabalhadores rurais Sem Terra. O processo foi aberto junho de 2006 por conta das ações da polícia contra lavradores acampados em Coqueiros do Sul), durante a desocupação da Fazenda Guerra.

À época, a promotora de Justiça e Direito Humanos, Miran Balestro, junto com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e da Ordem dos Advogados do Brasil, assistiu fitas de vídeo dessa ocupação que mostram policiais ofendendo os acampados, impedindo as pessoas de dormir com sirenes ligadas e ameçando as famílias Sem Terra.

Para o advogado Carlos Cesar D'elia, da OAB do Rio Grande do Sul, isso reforça os indícios de violação de direitos humanos promovidos pela Brigada Militar. "As provas colhidas apresentam novos detalhes sobre a situação das famílias. São provas bastante fortes, que estão consolidando a situação apresentada pela denúncia, que teve como base o vídeo produzido pelos próprios acampados no momento da desocupação da Fazenda Guerra".

Já a integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, Patrícia Couto, afirma que a atuação dos policiais não foi condizente com a missão da Brigada Militar. "É incompátivel com o trabalho que deveria ser feito, que era se limitar a acompanhar a situação, sem abuso de poder. Mas houve várias humilhações, ficaram a noite toda com sirenes ligadas, música em alto volume, batiam em latas, todo o momento fazendo um processo intimidatório e até de humilhação para com aquelas pessoas acampadas", diz.

Para o advogado Carlos César D'elia, "precisamos verificar ainda se se trata de uma situação episódica, em que houve descontrole, ou se faz parte de algum tipo de técnica institucional usada pela Brigada Militar para ser usada em situação de conflito social".

Informações à imprensa:
Igor Felippe Santos - Assessoria de Imprensa do MST
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Ministério Público visita Providência para ouvir denúncias de abusos da PM e do Exército nesta sexta (11)

Na próxima sexta-feira, 11 de janeiro, o subprocurador de Direitos Humanos do Ministério Público, Leonardo Chaves, irá à comunidade da Providência para ouvir denúncias e propostas da comunidade sobre freqüentes e repetidos abusos cometidos pela Polícia Militar e, mais recentemente, pelo Exército, que ocupa o morro desde dezembro.
Agência Consciência.Net; clique aqui


Conforme a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência denunciou em diversas ocasiões desde outubro de 2007, o nível de violência policial na favela aumentou muito desde que o capitão Leonardo Zuma assumiu o comando do Gpae local. Gozando aparentemente de algum tipo de apoio político, Zuma chegou a desacatar ordens abertamente e não sofreu qualquer tipo de punição.

Pouco depois veio a inesperada notícia: o Exército ocuparia o morro por pelo menos um ano para garantir polêmicas obras, fruto de um acordo entre o senador Marcelo Crivella e o presidente Lula. Embora os militares estejam lá desde 12 de dezembro, somente na última terça (08/01) as obras realmente começaram.

Como a Associação e moradores denunciaram, por exemplo, ao jornal A Nova Democracia, desde o início da ocupação militar têm sido freqüentes os casos de invasão de domicílios, revistas indiscriminadas (inclusive de crianças) e intimidação. O caso mais recente foi na última sexta, 4 de janeiro, quando garis comunitários tiveram suas roupas rasgadas em revistas do Exército.

Dois jovens baleados por PMs

Ao mesmo tempo, continuam as atrocidades da PM. Na mesma sexta 04, por volta das 18h, uma viatura do 5o BPM com dois PMs entrou no Morro do Pinto (favela vizinha à Providência) e baleou dois jovens. Edson, de 16 anos, morreu na hora com um tiro na nuca (indício claro de execução sumária) Wesley, de 14 anos, foi atingido no abdômen. O tiro perfurou seus intestinos e ele encontra-se internado no hospital Souza Aguiar.

Os policiais não deixaram os moradores socorrer os jovens, colocaram os corpos na viatura e levaram ao hospital. Moradores revoltados seguiram até o Souza Aguiar e fizeram um protesto em frente ao hospital contra essa violência logo no início do ano. Inicialmente a polícia apresentou a versão de sempre, que os jovens foram atingidos numa "troca de tiros", mas já agora dizem que Wesley foi baleado "acidentalmente".

Esses e outros casos serão apresentados ao MP, e serão pedidas garantias de que o Exército respeite os direitos dos moradores durante a longa ocupação planejada. A reunião será às 14h do dia 11 de janeiro e o endereço da Associação é Rua da Gamboa, 21.

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Conforme a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência denunciou em diversas ocasiões desde outubro de 2007, o nível de violência policial na favela aumentou muito desde que o capitão Leonardo Zuma assumiu o comando do Gpae local. Gozando aparentemente de algum tipo de apoio político, Zuma chegou a desacatar ordens abertamente e não sofreu qualquer tipo de punição.

Pouco depois veio a inesperada notícia: o Exército ocuparia o morro por pelo menos um ano para garantir polêmicas obras, fruto de um acordo entre o senador Marcelo Crivella e o presidente Lula. Embora os militares estejam lá desde 12 de dezembro, somente na última terça (08/01) as obras realmente começaram.

Como a Associação e moradores denunciaram, por exemplo, ao jornal A Nova Democracia, desde o início da ocupação militar têm sido freqüentes os casos de invasão de domicílios, revistas indiscriminadas (inclusive de crianças) e intimidação. O caso mais recente foi na última sexta, 4 de janeiro, quando garis comunitários tiveram suas roupas rasgadas em revistas do Exército.

Dois jovens baleados por PMs

Ao mesmo tempo, continuam as atrocidades da PM. Na mesma sexta 04, por volta das 18h, uma viatura do 5o BPM com dois PMs entrou no Morro do Pinto (favela vizinha à Providência) e baleou dois jovens. Edson, de 16 anos, morreu na hora com um tiro na nuca (indício claro de execução sumária) Wesley, de 14 anos, foi atingido no abdômen. O tiro perfurou seus intestinos e ele encontra-se internado no hospital Souza Aguiar.

Os policiais não deixaram os moradores socorrer os jovens, colocaram os corpos na viatura e levaram ao hospital. Moradores revoltados seguiram até o Souza Aguiar e fizeram um protesto em frente ao hospital contra essa violência logo no início do ano. Inicialmente a polícia apresentou a versão de sempre, que os jovens foram atingidos numa "troca de tiros", mas já agora dizem que Wesley foi baleado "acidentalmente".

Esses e outros casos serão apresentados ao MP, e serão pedidas garantias de que o Exército respeite os direitos dos moradores durante a longa ocupação planejada. A reunião será às 14h do dia 11 de janeiro e o endereço da Associação é Rua da Gamboa, 21.

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Tropa de choque despeja acampamento com violência em Limeira

Em um ato de violência inadmissível em pleno século XXI, policiais invadiram no dia 29 de novembro o acampamento Elisabeth Teixeira, no município de Limeira, em São Paulo, e dispararam com balas de borracha contra famílias sem-terra. Três trabalhadores ficaram feridos, entre eles, Gilmar Mauro, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

É difícil afirmar que os policiais tentaram balear em especial dirigentes do movimento, mas o fato é que três deles foram feridos. Gilmar, na orelha, Ari Albuquerque, no pé e Sebastião Albuquerque, na cabeça. Há a suspeita de que o tiro que atingiu Ari não seja de borracha. “Eoncontramos projéteis de balas reais no acampamento”, afirma José Batista de Oliveira, integrante do coordenação nacional do MST.

Gilmar Mauro, que passa bem, chegou a perder um pedaço da orelha, mas já foi costurada. “Foi uma violência fora do comum, vieram para cima da gente feito a peste. Depois da primeira bomba de gás, nós recuamos e não imaginávamos que viriam para cima. Primeiro, levei um tiro de borracha na barriga que não me perfurou, depois enquanto corria, senti um calor na orelha, quando pus a mão, percebi que estava sangrando”, contou. Gilmar conta que, mesmo ferido, foi detido no próprio acampamento e conduzido até a viatura sob insultos e chacota. “Me botaram para correr até a viatura e, depois de um telefonema, desistiram de me levar para a delegacia.”

Truculência em nome da lei

Os policiais cumpriam uma ação de despejo contra as 250 famílias acampadas. Os soldados chegaram derrubando alguns dos barracos e se recusaram a negociar com os sem-terra. Houve confronto e a polícia atirou contra as famílias. Inclusive contra um deficiente físico numa cadeira de rodas, que teve de ser carregado. Galinhas e porcos foram mortos.

A liminar de reintegração de posse da área foi concedida à prefeitura de Limeira, que não tem a posse da área – o terreno pertence à União. Já o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prometeu às famílias que negociaria para que o despejo não ocorresse. Os sem-terra responsabilizam Incra, a prefeitura de Limeira e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por esta situação.

Informações adicionais: Ana Maria Straube de Assis Moura, telefone (11) 8445-2524, email: anastraube@yahoo.com.br

Tropa de choque despeja acampamento com violência em Limeira

Em um ato de violência inadmissível em pleno século XXI, policiais invadiram no dia 29 de novembro o acampamento Elisabeth Teixeira, no município de Limeira, em São Paulo, e dispararam com balas de borracha contra famílias sem-terra. Três trabalhadores ficaram feridos, entre eles, Gilmar Mauro, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

É difícil afirmar que os policiais tentaram balear em especial dirigentes do movimento, mas o fato é que três deles foram feridos. Gilmar, na orelha, Ari Albuquerque, no pé e Sebastião Albuquerque, na cabeça. Há a suspeita de que o tiro que atingiu Ari não seja de borracha. “Eoncontramos projéteis de balas reais no acampamento”, afirma José Batista de Oliveira, integrante do coordenação nacional do MST.

Gilmar Mauro, que passa bem, chegou a perder um pedaço da orelha, mas já foi costurada. “Foi uma violência fora do comum, vieram para cima da gente feito a peste. Depois da primeira bomba de gás, nós recuamos e não imaginávamos que viriam para cima. Primeiro, levei um tiro de borracha na barriga que não me perfurou, depois enquanto corria, senti um calor na orelha, quando pus a mão, percebi que estava sangrando”, contou. Gilmar conta que, mesmo ferido, foi detido no próprio acampamento e conduzido até a viatura sob insultos e chacota. “Me botaram para correr até a viatura e, depois de um telefonema, desistiram de me levar para a delegacia.”

Truculência em nome da lei

Os policiais cumpriam uma ação de despejo contra as 250 famílias acampadas. Os soldados chegaram derrubando alguns dos barracos e se recusaram a negociar com os sem-terra. Houve confronto e a polícia atirou contra as famílias. Inclusive contra um deficiente físico numa cadeira de rodas, que teve de ser carregado. Galinhas e porcos foram mortos.

A liminar de reintegração de posse da área foi concedida à prefeitura de Limeira, que não tem a posse da área – o terreno pertence à União. Já o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prometeu às famílias que negociaria para que o despejo não ocorresse. Os sem-terra responsabilizam Incra, a prefeitura de Limeira e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por esta situação.

Informações adicionais: Ana Maria Straube de Assis Moura, telefone (11) 8445-2524, email: anastraube@yahoo.com.br

Policiais torturadores do sul do Pará condenados pela Justiça são absolvidos pela polícia

Após longos 6 anos de tramitação do processo criminal, com muitas ameaças contra a vítima, sua família e seus advogados, foram condenados em 1ª e 2ª instâncias os dois policiais civis do Sul do Pará, Raimundo da Cruz Pacheco e Raimundo Monteiro Ribeiro, pela prática de tortura na Delegacia de Xinguara. Da Comissão Pastoral da Terra.
Agência Consciência.Net; clique aqui


A pena foi de 8 anos de reclusão para Raimundo Monteiro e 5 anos e 4 meses para Raimundo Pacheco, ambos em regime fechado e com a perda da função pública. Raimundo Monteiro ainda recorreu a Brasília, enquanto para Raimundo Pacheco a condenação já é irrecorrível e definitiva. Temos informação de que este teria sido preso em junho último, mas nada sabemos quanto à perda do cargo público.

O crime aconteceu em junho de 1999 quando o adolescente W., de 15 anos foi detido durante três dias na delegacia de Xinguara, Sul do Pará, espancado e ameaçado de morte dentro e fora da delegacia, sem que sua mãe, professora, fosse informada. Na sua saída, o jovem estava sofrendo graves perturbações mentais que deram causa à sua internação durante vários meses.

Até a presente data a vítima se encontra ainda em tratamento, sendo que as despesas são pagas pelo Governo do Pará, por força de decisão judicial proferida na ação de indenização por danos morais movida contra o Estado.

O caso adquiriu importância nacional e internacional. O jovem, vítima, foi ouvido pessoalmente pelo Relator Especial da ONU sobre torturas, Sr. Nigel Rodley, em sua visita ao Brasil em 2001. A Anistia Internacional escolheu o caso como um dos dez mais emblemáticos para a sua campanha mundial contra as torturas em 2001.

Surpreendentemente, somente agora tivemos conhecimento de que o Processo Administrativo Disciplinar instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil, após análise das provas materiais e testemunhais, concluiu, em 01/03/2007, pela inocência dos dois policiais, sugerindo o arquivamento do processo.

Ora, como explicar esta contradição tão escandalosa entre a decisão judicial em 1ª e 2ª instâncias e as conclusões do Processo Administrativo Disciplinar? Como legitimar a inocência fictícia dos policiais que só existe na imaginação da Comissão Processante? Qual a credibilidade desta Corregedoria que absolveu os policiais apesar da existência de condenação no âmbito civil e criminal pelo Judiciário?

Sem dúvida, essa absolvição administrativa é vergonhosa, desconcertante e atinge diretamente a credibilidade da Polícia Civil. E o mais grave é que revela a conivência da instituição com a prática da tortura por parte de seus servidores.

Até quando o corporativismo vai se sobrepor à Ética, ao Direito e à legalidade?

Xinguara (PA), 24 de setembro de 2007.

Frei Henri Burin des Roziers
Comissão Pastoral da Terra – Sul do Pará

Mary Cohen
Comissão de Direitos Humanos da OAB do Pará

Rivelino Zarpellon
Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Xinguara-PA

Marco Apolo Santana Leão
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH


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O crime aconteceu em junho de 1999 quando o adolescente W., de 15 anos foi detido durante três dias na delegacia de Xinguara, Sul do Pará, espancado e ameaçado de morte dentro e fora da delegacia, sem que sua mãe, professora, fosse informada. Na sua saída, o jovem estava sofrendo graves perturbações mentais que deram causa à sua internação durante vários meses.

Até a presente data a vítima se encontra ainda em tratamento, sendo que as despesas são pagas pelo Governo do Pará, por força de decisão judicial proferida na ação de indenização por danos morais movida contra o Estado.

O caso adquiriu importância nacional e internacional. O jovem, vítima, foi ouvido pessoalmente pelo Relator Especial da ONU sobre torturas, Sr. Nigel Rodley, em sua visita ao Brasil em 2001. A Anistia Internacional escolheu o caso como um dos dez mais emblemáticos para a sua campanha mundial contra as torturas em 2001.

Surpreendentemente, somente agora tivemos conhecimento de que o Processo Administrativo Disciplinar instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil, após análise das provas materiais e testemunhais, concluiu, em 01/03/2007, pela inocência dos dois policiais, sugerindo o arquivamento do processo.

Ora, como explicar esta contradição tão escandalosa entre a decisão judicial em 1ª e 2ª instâncias e as conclusões do Processo Administrativo Disciplinar? Como legitimar a inocência fictícia dos policiais que só existe na imaginação da Comissão Processante? Qual a credibilidade desta Corregedoria que absolveu os policiais apesar da existência de condenação no âmbito civil e criminal pelo Judiciário?

Sem dúvida, essa absolvição administrativa é vergonhosa, desconcertante e atinge diretamente a credibilidade da Polícia Civil. E o mais grave é que revela a conivência da instituição com a prática da tortura por parte de seus servidores.

Até quando o corporativismo vai se sobrepor à Ética, ao Direito e à legalidade?

Xinguara (PA), 24 de setembro de 2007.

Frei Henri Burin des Roziers
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