Paraguai: cães de guarda da ditadura em alerta

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental, conforme reconheceram autoridades internacionais, a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador; lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Por Gustavo Barreto, da redação.

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental (leia aqui ou abaixo, em "Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder"), conforme reconheceram autoridades internacionais (leia abaixo), a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador. Além de não destacar a denúncia de Fernando Lugo, o Jornal Nacional (TV Globo) da quarta-feira (03) preferiu apontar uma suposta ameaça que sem-terra paraguaios estariam promovendo contra brasileiros com propriedades neste país.

A edição do JN ampliou o clima de medo e o “estado de exceção” que a direita golpista tenta instalar no Paraguai desde que Lugo chegou oficialmente ao poder, há pouco mais de três semanas. “Em outra propriedade, são cinco funcionários armados. Eles guardam os equipamentos e acompanham a colheita. O agricultor Donizete da Silva, um brasileiro que vive no Paraguai há 15 anos, diz que a tensão aumentou muito depois da posse do novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que se elegeu prometendo uma grande reforma agrária”, afirma os correspondentes da TV Globo (veja aqui).

O apoio à tese do estado de exceção é reforçada pelos repórteres da TV Globo: “A preocupação nossa é bastante é grande, todo mundo está na expectativa, não sabe o que vai acontecer, não tem definição da parte do governo: se vai desapropriar, se vai deixar invadir. Por enquanto, a gente está totalmente inseguro”.

Velhos conhecidos padrões de manipulação

A reportagem do JN utiliza o futuro do pretérito do indicativo para expor o argumento da liderança camponesa, citada genericamente (“o chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam ...”), indicando um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado. A seguir:

"O chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam na Constituição do Paraguai e que tirar os brasileiros da região seria uma questão de soberania nacional.” (JN, Sem-terra no Paraguai ameaçam brasileiros, 04/09/2008)

Além de possuírem maior espaço editorial, os proprietários – com maior diversidade de fontes – são todos reconhecidos. Um deles “não quis gravar entrevista”, indicando, no entanto, que o repórter esteve com ele e dando credibilidade à fala. Quanto ao modo verbal, não é mais o futuro do pretérito do indicativo a escolha do repórter – apesar de ser um argumento que deveria, pela ética fundamental do jornalismo, ter o mesmo peso do argumento dos campesinos. O verbo agora está no passado e tem caráter didático: “explicou”. A seguir:

"Os quatro homens contratados vigiam a fazenda 24 horas por dia. O dono não quis gravar entrevista, mas explicou que foi a solução encontrada para ter segurança no trabalho.” (JN, Idem, 04/09/2008)

Além do apoio, a mídia brasileira prefere voltar toda a sua atenção para as eleições estadunidenses, cobrindo cada detalhe deste pleito e ignorando a crise constitucional promovida pela direita do país vizinho. A Folha de S. Paulo, um dos meios com a maior cobertura na área de jornalismo internacional do Brasil, não deu uma única nota desde segunda-feira (01) sobre o Paraguai.

Repercussão internacional

Na quarta-feira (03), governos da América do Sul começaram a expressar suas reações à denúncia de que o atual presidente Fernando Lugo pudesse ser vítima de um golpe, informou a Agência Pulsar.

O governo da Argentina declarou publicamente que dá apoio ao presidente do Paraguai e pôs seu ministro de Relações Exteriores para dialogar diretamente com o governo de Lugo.

O Chile também se manifestou e, por meio de sua chancelaria, declarou “completo apoio ao presidente constitucional do Paraguai e às instituições democráticas do país irmão”.

Campesinos marcham em apoio a Lugo

Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Congresso paraguaio contra a intenção golpista denunciada por Lugo e para exigir o fim da crise no Parlamento, pretexto que seria utilizado para aplicar o golpe. Segundo a Agência Pulsar informou nesta quinta (4), Duarte Frutos – um dos que participou da reunião no domingo – foi nomeado senador vitalício.

“Repudiamos o plano golpista de Nicanor Duarte e Lino Oviedo”, afirmou Luis Aguayo, representante da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Campesinas do Paraguai.

O presidente da Câmara de Senadores, Enrique González Quintana, acatou a decisão da maioria parlamentar e confirmou o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos como senador vitalício. O ex-presidente não terá, no entanto, salário, direito a voto e não contará para o quórum.

Outro legislador do parlamento afirmou à Agência Pulsar que estes tipos de mobilizações permitem controlar a gestão política e explicou que os campesinos “vieram exigir que se respeite a Constituição Nacional”.

Belarmino Balbuena, uma das lideranças da Mesa Coordenadora de Organizações Campesinas, comentou que a concentração não é apenas para respaldar a democracia, mas também para pedir ao Governo e ao Congresso que não permita que o ex-presidente Duarte Frutos se incorpore ao Senado, por ter violado a Constituição ao candidatar-se como legislador sendo também chefe de Estado.

A luta pela terra no Paraguai

A lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Os poderes militares e autoritários que dominaram o Paraguai até as eleições de Lugo promoveram por décadas, na base da repressão e dos benefícios concedidos a setores e funcionários do Estado, uma política agrária nacional, conhecida como de “Bem-estar Rural”.

Os beneficiados eram latifundiários e a burocracia político-militar, com o objetivo de incorporar parte dos camponeses pobres como base de apoio de regime e desagregadora da massa rural. Foi criado em 1963, a partir desta linha ideológica, o Instituto do Bem-estar Rural, cujo objetivo era transformar a estrutura agrária do país e incorporar a população camponesa ao desenvolvimento econômico e social, “mediante soluções legais que permitam eliminar progressivamente o latifúndio e o minifúndio, substituindo-os por um sistema justo de propriedade, posse e exploração da terra”. (1)

O formalismo jurídico traduzia, na verdade, as relações de exploração e o direcionamento para alcançar um objetivo político imediato. Sob o manto romântico da justiça e da igualdade entre latifundiários e camponeses pobres, estava exposta a defesa dos interesses dominantes e a forma de converter um “pobre sem propriedade em um parceleiro de novas misérias” (1).

O conteúdo da legislação agrária realizada então, que explica boa parte do atraso hoje vivido neste país de aproximadamente 6 milhões de pessoas – enunciada na ausência do movimento operário-camponês organizado, com partidos políticos e associações debilitados pela repressão governamental –, só poderia refletir a ideologia de uma classe exploradora que oferecia, de sua perspectiva, um mecanismo razoável de “redenção histórica” às massas camponesas exploradas.

Ocorreu, tal como em outros países do continente, uma distribuição de terras fiscais aos camponeses, sob a política de colonização por meio da qual se outorgavam parcelas de terras em zonas distantes e inóspitas do país. Naturalmente, esta política não transformou a estrutura tradicional de posse da terra e, menos ainda, não eliminou os mecanismos de exploração e domínio inerentes ao modelo econômico. Além disso, impediu em grande parte alianças políticas de forças sociais, democráticas e nacionais.

O ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, que assumiu o poder em 2003, teve uma atuação cautelar à ditadura e aos interesses dos latifundiários (entre estes, grande parte brasileiros), com o desígnio de manter a aparência da democracia representativa. Fora do poder, seus antigos donos tentam de todas as formas voltar e começam a se reorganizar para tal, como denunciou o atual presidente Lugo.

(1) CASTRO, J.L. Paraguai. In: JINKINGS, I.; SADER, E. Latinoamericana. SP e RJ: Boitempo Editorial e LPP/UERJ, 2006. P. 900-911.


Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder

Da Revista Fórum (*)

Há apenas 21 dias no poder, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, denunciou nesta segunda-feira, 1, a existência de um plano que teria como objetivo destituí-lo. Os idealizadores do golpe, segundo ele, são Nicanor Duarte Frutos, seu antecessor, e o general reformado Lino Oviedo, líder da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), pela qual se candidatou a presidente na mesma eleição vencida por Lugo.

Quando foi eleito, Lugo pôs fim a uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado, de Duarte Frutos, no poder.

Em um discurso realizado diante de autoridades militares do país, o ex-bispo disse que os detalhes do suposto plano teriam sido discutidos no domingo (31) à noite, em reunião realizada na casa do próprio Oviedo.

Além dele e de Duarte Frutos, também participaram do encontro, segundo o presidente paraguaio, o presidente do Congresso, Enrique González Quintana, ligado a Oviedo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, o Procurador-geral do país, Rubén Candia, e líderes da oposição.

As informações sobre o golpe foram passadas a Lugo pelo general Bernardino Soto Estigarribia, comandante das Forças Militares do país, que citou informações cedidas pelo general do exército Máximo Díaz, que participou do encontro. Apesar de ser amigo de Duarte Frutos, Estigarribia foi mantido no cargo pelo ex-bispo pelo seu bom desempenho.

Em um discurso lido diante do comandante de Estigarribia e dos responsáveis pela três Forças Armadas, Lugo afirmou que Díaz "cumpriu seus deveres e denunciou a reunião a seus superiores".

De acordo com os relatórios passados a Lugo, em um dado momento da reunião, Díaz - cuja função é ser um vínculo entre as Forças Armadas e o Congresso - foi questionado por Oviedo, em uma conversa particular, sobre a posição dos militares a respeito da crise no Senado, atualmente dividido pela controvérsia da posse de Duarte Frutos como senador vitalício (com voz, mas sem direito a voto) ou ativo, como o ex-presidente pretende.

Segundo Lugo, Díaz teria respondido que as Forças Armadas têm um papel constitucional a cumprir. Depois disso, o general teria deixado a casa de Oviedo.

Soberania do povo paraguaio em jogo

"Como presidente da república, ratifico meu juramento solene de cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis", disse Lugo. "Meu governo não permitirá que aqueles que querem levar adiante projetos conspirativos burlem a soberania do povo paraguaio."

Lugo também destacou a lealdade das Forças Armadas e a "subordinação" do presidente da república às instituições democráticas.

Em resposta à denúncia de Lugo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, e o presidente do Senado, González Quintana, negaram imediatamente qualquer envolvimento com um possível golpe. Quintana disse ainda que a reunião na residência de Oviedo sequer existiu e afirmo que pedirá ao presidente Lugo esclarecimentos sobre a acusação.

Em 1996, o general Lino Oviedo foi acusado de idealizar um golpe contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy. Além disso, pesa sobre ele a suspeita de ter ordenado o assassinato do ex-vice-presidente Luis María Argaña. Oviedo já esteve preso e chegou a se exilar no Brasil. Graças a uma autorização judicial, pôde disputar as eleições presidenciais deste ano.

(*) Publicado pela Revista Fórum em 02/09/2008.


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Paraguai: cães de guarda da ditadura em alerta

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental, conforme reconheceram autoridades internacionais, a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador; lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Por Gustavo Barreto, da redação.

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental (leia aqui ou abaixo, em "Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder"), conforme reconheceram autoridades internacionais (leia abaixo), a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador. Além de não destacar a denúncia de Fernando Lugo, o Jornal Nacional (TV Globo) da quarta-feira (03) preferiu apontar uma suposta ameaça que sem-terra paraguaios estariam promovendo contra brasileiros com propriedades neste país.

A edição do JN ampliou o clima de medo e o “estado de exceção” que a direita golpista tenta instalar no Paraguai desde que Lugo chegou oficialmente ao poder, há pouco mais de três semanas. “Em outra propriedade, são cinco funcionários armados. Eles guardam os equipamentos e acompanham a colheita. O agricultor Donizete da Silva, um brasileiro que vive no Paraguai há 15 anos, diz que a tensão aumentou muito depois da posse do novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que se elegeu prometendo uma grande reforma agrária”, afirma os correspondentes da TV Globo (veja aqui).

O apoio à tese do estado de exceção é reforçada pelos repórteres da TV Globo: “A preocupação nossa é bastante é grande, todo mundo está na expectativa, não sabe o que vai acontecer, não tem definição da parte do governo: se vai desapropriar, se vai deixar invadir. Por enquanto, a gente está totalmente inseguro”.

Velhos conhecidos padrões de manipulação

A reportagem do JN utiliza o futuro do pretérito do indicativo para expor o argumento da liderança camponesa, citada genericamente (“o chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam ...”), indicando um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado. A seguir:

"O chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam na Constituição do Paraguai e que tirar os brasileiros da região seria uma questão de soberania nacional.” (JN, Sem-terra no Paraguai ameaçam brasileiros, 04/09/2008)

Além de possuírem maior espaço editorial, os proprietários – com maior diversidade de fontes – são todos reconhecidos. Um deles “não quis gravar entrevista”, indicando, no entanto, que o repórter esteve com ele e dando credibilidade à fala. Quanto ao modo verbal, não é mais o futuro do pretérito do indicativo a escolha do repórter – apesar de ser um argumento que deveria, pela ética fundamental do jornalismo, ter o mesmo peso do argumento dos campesinos. O verbo agora está no passado e tem caráter didático: “explicou”. A seguir:

"Os quatro homens contratados vigiam a fazenda 24 horas por dia. O dono não quis gravar entrevista, mas explicou que foi a solução encontrada para ter segurança no trabalho.” (JN, Idem, 04/09/2008)

Além do apoio, a mídia brasileira prefere voltar toda a sua atenção para as eleições estadunidenses, cobrindo cada detalhe deste pleito e ignorando a crise constitucional promovida pela direita do país vizinho. A Folha de S. Paulo, um dos meios com a maior cobertura na área de jornalismo internacional do Brasil, não deu uma única nota desde segunda-feira (01) sobre o Paraguai.

Repercussão internacional

Na quarta-feira (03), governos da América do Sul começaram a expressar suas reações à denúncia de que o atual presidente Fernando Lugo pudesse ser vítima de um golpe, informou a Agência Pulsar.

O governo da Argentina declarou publicamente que dá apoio ao presidente do Paraguai e pôs seu ministro de Relações Exteriores para dialogar diretamente com o governo de Lugo.

O Chile também se manifestou e, por meio de sua chancelaria, declarou “completo apoio ao presidente constitucional do Paraguai e às instituições democráticas do país irmão”.

Campesinos marcham em apoio a Lugo

Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Congresso paraguaio contra a intenção golpista denunciada por Lugo e para exigir o fim da crise no Parlamento, pretexto que seria utilizado para aplicar o golpe. Segundo a Agência Pulsar informou nesta quinta (4), Duarte Frutos – um dos que participou da reunião no domingo – foi nomeado senador vitalício.

“Repudiamos o plano golpista de Nicanor Duarte e Lino Oviedo”, afirmou Luis Aguayo, representante da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Campesinas do Paraguai.

O presidente da Câmara de Senadores, Enrique González Quintana, acatou a decisão da maioria parlamentar e confirmou o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos como senador vitalício. O ex-presidente não terá, no entanto, salário, direito a voto e não contará para o quórum.

Outro legislador do parlamento afirmou à Agência Pulsar que estes tipos de mobilizações permitem controlar a gestão política e explicou que os campesinos “vieram exigir que se respeite a Constituição Nacional”.

Belarmino Balbuena, uma das lideranças da Mesa Coordenadora de Organizações Campesinas, comentou que a concentração não é apenas para respaldar a democracia, mas também para pedir ao Governo e ao Congresso que não permita que o ex-presidente Duarte Frutos se incorpore ao Senado, por ter violado a Constituição ao candidatar-se como legislador sendo também chefe de Estado.

A luta pela terra no Paraguai

A lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Os poderes militares e autoritários que dominaram o Paraguai até as eleições de Lugo promoveram por décadas, na base da repressão e dos benefícios concedidos a setores e funcionários do Estado, uma política agrária nacional, conhecida como de “Bem-estar Rural”.

Os beneficiados eram latifundiários e a burocracia político-militar, com o objetivo de incorporar parte dos camponeses pobres como base de apoio de regime e desagregadora da massa rural. Foi criado em 1963, a partir desta linha ideológica, o Instituto do Bem-estar Rural, cujo objetivo era transformar a estrutura agrária do país e incorporar a população camponesa ao desenvolvimento econômico e social, “mediante soluções legais que permitam eliminar progressivamente o latifúndio e o minifúndio, substituindo-os por um sistema justo de propriedade, posse e exploração da terra”. (1)

O formalismo jurídico traduzia, na verdade, as relações de exploração e o direcionamento para alcançar um objetivo político imediato. Sob o manto romântico da justiça e da igualdade entre latifundiários e camponeses pobres, estava exposta a defesa dos interesses dominantes e a forma de converter um “pobre sem propriedade em um parceleiro de novas misérias” (1).

O conteúdo da legislação agrária realizada então, que explica boa parte do atraso hoje vivido neste país de aproximadamente 6 milhões de pessoas – enunciada na ausência do movimento operário-camponês organizado, com partidos políticos e associações debilitados pela repressão governamental –, só poderia refletir a ideologia de uma classe exploradora que oferecia, de sua perspectiva, um mecanismo razoável de “redenção histórica” às massas camponesas exploradas.

Ocorreu, tal como em outros países do continente, uma distribuição de terras fiscais aos camponeses, sob a política de colonização por meio da qual se outorgavam parcelas de terras em zonas distantes e inóspitas do país. Naturalmente, esta política não transformou a estrutura tradicional de posse da terra e, menos ainda, não eliminou os mecanismos de exploração e domínio inerentes ao modelo econômico. Além disso, impediu em grande parte alianças políticas de forças sociais, democráticas e nacionais.

O ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, que assumiu o poder em 2003, teve uma atuação cautelar à ditadura e aos interesses dos latifundiários (entre estes, grande parte brasileiros), com o desígnio de manter a aparência da democracia representativa. Fora do poder, seus antigos donos tentam de todas as formas voltar e começam a se reorganizar para tal, como denunciou o atual presidente Lugo.

(1) CASTRO, J.L. Paraguai. In: JINKINGS, I.; SADER, E. Latinoamericana. SP e RJ: Boitempo Editorial e LPP/UERJ, 2006. P. 900-911.


Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder

Da Revista Fórum (*)

Há apenas 21 dias no poder, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, denunciou nesta segunda-feira, 1, a existência de um plano que teria como objetivo destituí-lo. Os idealizadores do golpe, segundo ele, são Nicanor Duarte Frutos, seu antecessor, e o general reformado Lino Oviedo, líder da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), pela qual se candidatou a presidente na mesma eleição vencida por Lugo.

Quando foi eleito, Lugo pôs fim a uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado, de Duarte Frutos, no poder.

Em um discurso realizado diante de autoridades militares do país, o ex-bispo disse que os detalhes do suposto plano teriam sido discutidos no domingo (31) à noite, em reunião realizada na casa do próprio Oviedo.

Além dele e de Duarte Frutos, também participaram do encontro, segundo o presidente paraguaio, o presidente do Congresso, Enrique González Quintana, ligado a Oviedo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, o Procurador-geral do país, Rubén Candia, e líderes da oposição.

As informações sobre o golpe foram passadas a Lugo pelo general Bernardino Soto Estigarribia, comandante das Forças Militares do país, que citou informações cedidas pelo general do exército Máximo Díaz, que participou do encontro. Apesar de ser amigo de Duarte Frutos, Estigarribia foi mantido no cargo pelo ex-bispo pelo seu bom desempenho.

Em um discurso lido diante do comandante de Estigarribia e dos responsáveis pela três Forças Armadas, Lugo afirmou que Díaz "cumpriu seus deveres e denunciou a reunião a seus superiores".

De acordo com os relatórios passados a Lugo, em um dado momento da reunião, Díaz - cuja função é ser um vínculo entre as Forças Armadas e o Congresso - foi questionado por Oviedo, em uma conversa particular, sobre a posição dos militares a respeito da crise no Senado, atualmente dividido pela controvérsia da posse de Duarte Frutos como senador vitalício (com voz, mas sem direito a voto) ou ativo, como o ex-presidente pretende.

Segundo Lugo, Díaz teria respondido que as Forças Armadas têm um papel constitucional a cumprir. Depois disso, o general teria deixado a casa de Oviedo.

Soberania do povo paraguaio em jogo

"Como presidente da república, ratifico meu juramento solene de cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis", disse Lugo. "Meu governo não permitirá que aqueles que querem levar adiante projetos conspirativos burlem a soberania do povo paraguaio."

Lugo também destacou a lealdade das Forças Armadas e a "subordinação" do presidente da república às instituições democráticas.

Em resposta à denúncia de Lugo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, e o presidente do Senado, González Quintana, negaram imediatamente qualquer envolvimento com um possível golpe. Quintana disse ainda que a reunião na residência de Oviedo sequer existiu e afirmo que pedirá ao presidente Lugo esclarecimentos sobre a acusação.

Em 1996, o general Lino Oviedo foi acusado de idealizar um golpe contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy. Além disso, pesa sobre ele a suspeita de ter ordenado o assassinato do ex-vice-presidente Luis María Argaña. Oviedo já esteve preso e chegou a se exilar no Brasil. Graças a uma autorização judicial, pôde disputar as eleições presidenciais deste ano.

(*) Publicado pela Revista Fórum em 02/09/2008.


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Paraguay: Presidente Lugo pide perdón a victimas de la dictadura

El flamante presidente de Paraguay Fernando Lugo ratificó que la Teología de la Liberación marcará su gestión al frente de la primera magistratura del país. El ex obispo aseguró que durante toda su vida como pastor de la Iglesia ha trabajado por los más pobres. Por Cristiano Morsolin (*).

El flamante presidente de Paraguay Fernando Lugo ratificó que la Teología de la Liberación marcará su gestión al frente de la primera magistratura del país. El ex obispo aseguró que durante toda su vida como pastor de la Iglesia ha trabajado por los más pobres.

Durante su discurso inaugural del 15 de agosto, Lugo recordó que ha optado por los más pobres: “Opté por aquellos que la historia ha arrojado a la miseria, a los marginales, cuando encontré las palabras de muchos teólogos de América Latina como Leonardo Boff, Gutiérrez (propulsores de la Teología de la Liberación), percibí que esa era la Iglesia destinada a nutrir de esperanza para miles de personas que viven sumidas en el discurso opresor, de tantas dictaduras que marcaron nuestra patria americana”, indicó el mandatario en su discurso inaugural.

Asimismo, entre lágrimas, visiblemente conmovido, el Presidente dijo estar agradecido al Vaticano por la dispensa recibida del papa Benedicto XVI para ejercer la jefatura de Estado. “Soy un laico agradecido a su Iglesia, aferrado a su fe y a su humilde historia”, enfatizó el nuevo mandatario durante su primer discurso en su carácter de presidente de la República.

El ex obispo Fernando Lugo juró con un discurso en el que remarcó que su asunción no implica "sólo un cambio electoral, sino una apuesta cultural" y llamó a construir un país "fundado en la justicia y la igualdad". "Quizás estemos ante el cambio más importante de la historia. Ese cambio no tiene vencedores, vencidos, ni propietarios. Hoy termina un Paraguay exclusivo, secretista, con fama de corrupción. Hoy se inicia la historia de un Paraguay con autoridades y pobladores implacables con los ladrones del pueblo", subrayó Lugo en su primer discurso como mandatario.

En su alocución leída, el presidente expresó que "renuncio a vivir en un país donde unos duermen, otros no duermen porque tienen miedo y otros no duermen porque tienen hambre", subrayó el ex religioso, que ganó las elecciones de abril al frente de una amplia coalición que terminó con seis décadas de hegemonía del Partido Colorado. El flamante presidente se pronunció por una "educación para el cambio social basada en la defensa irrestricta de todos los derechos humanos", y manifestó que sueña con "un Paraguay socialmente justo, donde nunca más exista inequidad".

Lugo pidió perdón por la dictadura

El presidente paraguayo, Fernando Lugo, pidió el 28 de agosto perdón en nombre del Estado a las víctimas de la "dictadura oprobiosa" de Alfredo Stroessner (1954-1989). Lugo habló del tema en el teatro municipal de Asunción, en un acto en el que la Comisión de Verdad y Justicia entregó su informe final sobre las violaciones a los derechos humanos -torturas, asesinatos y persecuciones- cometidas por el régimen de Stroessner.

"Perdón, perdón a las víctimas en nombre de la nación, perdón por tanta soledad. Espero que la justicia llegue a castigar a civiles y militares involucrados en los hechos de torturas y desaparición de personas. Se abre un inmenso desafío para la Justicia, una interpelación delicada y profunda", afirmó el ex obispo de San Pedro, que con su llegada al gobierno puso fin a 61 años de hegemonía del Partido Colorado, de Stroessner. Al terminar su mensaje, Lugo se preguntó: " la Justicia ¿será capaz de honrar su función ayudando a cicatrizar estas heridas abiertas y sostenidas por la dignidad heroica de las víctimas con el bálsamo de la reparación histórica?".

En los 35 años de dictadura stronissta al menos 339 paraguayos desaparecieron, 59 fueron asesinados, 3470 tuvieron que exiliarse y más de 15 mil fueron torturados, perseguidos y detenidos ilegalmente. Después de cuatro años de trabajo, la Comisión de Verdad y Justicia presentó el primer balance de esos oscuros años en una ceremonia cargada de homenajes, emoción y un inédito apoyo político. “Fueron héroes de la lucha contra la dictadura”, dijo el presidente Fernando Lugo con lágrimas en los ojos. Por primera vez en la historia democrática paraguaya un mandatario pidió disculpas “en nombre de la nación” por todos los crímenes cometidos entre 1954 y 1989.

“Lo de hoy es un hecho histórico y es una condición básica para la transición democrática en Paraguay”, aseguró en diálogo telefónico con “Página 12” la directora del Museo de las Memorias, María Stella Cáceres. “Nuestra esperanza es que aquí se haga lo que se hizo en la Argentina. Sabemos que el Poder Judicial es colorado, pero creemos que puede haber una judicialización. En el informe hay 640 represores identificados.” Cáceres reclamó la creación de una Secretaría de Derechos Humanos para hacer de enlace entre las víctimas y la Justicia y agilizar la recolección de evidencia. La esposa de Martín Almada, el defensor de derechos humanos que sacó a la luz los archivos secretos del Plan Cóndor, tiene razones para mostrarse optimista. Por primera vez el gobierno de Paraguay no es del mismo color político que Stroessner. No sólo eso.

El actual mandatario y su familia fueron perseguidos y encarcelados por la dictadura. Como en muchas familias paraguayas, las heridas de los Lugo todavía están abiertas. Guillermo, uno de sus hermanos, nunca pudo volver del exilio. Murió hace dos años en Suecia. Según contó su viuda Kristina, él fue uno de los que más alentó al ex obispo para lanzarse por la Presidencia. Por eso ayer no pudo contener su emoción cuando se homenajeó a los que murieron o sufrieron combatiendo la represión. “El presidente Lugo está realizando lo que prometió”, reconoció Cáceres. Una semana atrás, el mandatario había sorprendido al cambiar de un plumazo la cúpula militar y policial del país. Las fuerzas de seguridad ya no reprimirán al pueblo, prometió entonces.

Para las organizaciones de derechos humanos, el informe ayudará a asegurar justamente eso. “Tiene una importancia educacional, social. La herencia de la violencia de la dictadura es perenne y se constata en la vida cotidiana, por ejemplo en la violencia contra las mujeres”, señaló Cáceres. La presentación del informe estuvo a cargo del obispo del departamento Misiones, monseñor Mario Melanio Medina, más conocido como “el obispo rojo” durante los años del dictador colorado Hugo Stroessner. Según las cifras que presentó, las Ligas Agrarias y el movimiento campesino en general fueron los más golpeados por la dictadura. Representaron un 24 por ciento de las víctimas.

Lugo creció como líder del clero y luego político de la mano de estos grupos. En la lista le siguen los militantes del Partido Liberal (19 por ciento) y los colorados disidentes (14 por ciento). “Sin embargo, en términos proporcionales el Partido Comunista fue el que más violaciones sufrió”, dice el informe. Más de la mitad de los desaparecidos y el 10 por ciento de los paraguayos torturados por la dictadura salieron de sus filas. Otro dato que llama la atención es que la mayor cantidad de paraguayos desaparecidos en el exterior se registra en Argentina. Sólo entre los años 1976 y 1978, hay denunciados 71 casos en la Capital y el conurbano, relata “Pagina 12”.

Uno de cada cuatro detenidos fue sometido a martirios violentos, como descargas eléctricas, asfixia por inmersión en piletas cargadas con líquidos fétidos, sofocación con bolsas de plástico, quemaduras, cortes, e incluso a presenciar sesiones de torturas a otros prisioneros. La tortura, añade el informe, se expuso como "el mayor instrumento de control social utilizado por el régimen militar" y afectó en mayor medida a los miembros de partidos políticos y movimientos sociales, especialmente campesinos. "Queremos destacar específicamente la violencia sexual que se usó como estrategia de represión dirigida a demostrar poder y dominación de los victimarios a sus víctimas", señaló presidente de la CVJ, el obispo católico Mario Melanio Medina a IPS.

El informe hace especial énfasis en los abusos sexuales contra niñas de entre 12 y 15 años por parte de militares, policiales y civiles, que se cuentan entre las denuncias más numerosas. Muchas mujeres sufrieron violaciones de derechos humanos por su parentesco con otros perseguidos, por integrar comunidades que sufrieron ataques o por ser líderes o parte de organizaciones civiles.

Medina, uno de los principales actores de la lucha contra la dictadura, dijo que si bien los números "no reflejan toda la dimensión y el dolor del pueblo paraguayo", sirven para "darnos una señal de la magnitud" de lo ocurrido. "El informe es también una contribución a las necesarias transformaciones del Estado para prevenir las violaciones y generar una conciencia que permita desmantelar mecanismos institucionales, políticos, militares, policiales y culturales que las hicieron posibles", señaló el religioso.

Las repercusiones

Uno de los integrantes de la CVJ, el monseñor Melanio Medina, destacó días atrás que “el exilio es una de las grandes heridas por las que han sufrido, han sangrado y siguen sangrando nuestros países. La CVJ recibió el testimonio de cientos de víctimas directas e indirectas de la dictadura. El número de los exiliados por causas políticas es cuantioso y difícil de calcular”.

Al decir del prelado, “el exilio ha sido constante, masivo y muchas veces fueron exilios vitalicios, exilios perpetuos. Muchos compatriotas no pudieron regresar a su patria, algunos ni siquiera después de muertos. Algunos fueron desaparecidos incluso en la tierra que los asiló, hasta donde les persiguió la mano larga de la dictadura stronissta”.

Expresó que “al recordar y reconocer estos hechos, debemos resaltar la semilla de futuro y de libertad sembrada con la lucha, el heroísmo y el dolor de los que se oponían al régimen dictatorial. Si en Paraguay y en Argentina hubo víctimas, es porque también hubo coraje y voluntad de luchar por la igualdad, la libertad, la justicia y la fraternidad. Este legado es imprescriptible, es un capital inembargable de dignidad humana”.

Por su parte, Martín Almada, abogado que descubrió el 22 de diciembre de 1992 los Archivos Secretos de la Policía Política de Alfredo Stroessner, titulados “Archivos del Terror”, manifestó que “investigar 39 años de historia, casi cuatro décadas de violación sistemática de los Derechos Humanos, traducidos en desapariciones forzadas y torturas casi inenarrables en un país con una tradición de autoritarismo casi tan larga como la propia historia de la nación, no es fácil. Aún cuando se cuenta con la ayuda inestimable e invalorable de los Archivos del Terror, únicos en su género en América Latina. Esa es la responsabilidad y el gran desafío que enfrenta la Comisión de Verdad y Justicia de Paraguay”.

La CVJ no posee carácter o funciones judiciales. Sus atribuciones incluyen, entre otros, determinar la verdadera naturaleza de los hechos ocurridos, preservar la memoria y testimonios de las víctimas, determinar el paradero y situación de los afectados por las violaciones e identificar, en la medida de lo posible, a los victimarios.

La intención de instalar esta investigación en tierra guaraní se remonta a los primeros años de la transición democrática, como parte de las demandas a los gobiernos de la transición, formulada por organizaciones de Derechos Humanos y por la Comisión Interamericana de Derechos Humanos.

A diferencia de otros países, cuyas comisiones de la Verdad fueron establecidas por un decreto del Estado, por la sociedad civil o por la iglesia, la CVJ paraguaya fue creada por una ley. Establecida por la Ley 2225 del 6 de octubre de 2003, la CVJ tiene el objetivo de investigar las violaciones de los Derechos Humanos cometidas por agentes estatales o paraestatales durante la dictadura Stronissta.

Denuncian vínculo de EE.UU. con dictadura de Stroessner

El informe de la Comisión Verdad y Justicia de Paraguay, reveló el vínculo del gobierno de Estados Unidos con la dictadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), durante la denominada Guerra Fría. El documento oficial, indica que durante el régimen stronissta más de un millón de paraguayos se refugiaron en el exilio o fueron torturados y cerca de 300 opositores perdieron la vida.

“Stroessner respondía -en las dos primeras décadas de su gobierno – a indicaciones de los Estados Unidos de América, en el marco de la política de Guerra Fría (…) en los abusos hubo mucha responsabilidad norteamericana”, denunció Ananías Maidana, ex presidente del Partido Comunista, que estuvo 20 años preso sin proceso judicial sólo por ser opositor. Por su parte, el activista de derechos humanos Martín Almada dijo que en 1956 el Pentágono envió al país al coronel Robert K. Thierry para crear la primera oficina de tortura en América Latina, supuestamente destinada a combatir a los adherentes de la entonces Unión Soviética.

Almada fue el descubridor en 1992 de casi una tonelada de documentos del archivo de la policía secreta del general Stroessner, enterrados en un pozo, los que fueron clasificados, microfilmados y puestos en exhibición pública. El informe de la Comisión presentado al Congreso contiene, además, los datos de 128 mil 76 personas que de algún modo sufrieron la violación de sus derechos humanos, en forma directa o indirecta.

Llamedo simbólico

Federico Tatter, Miembro de la Agrupación de Familiares de Detenidos-desaparecidos y Asesinados por Razones Políticas del Paraguay, FADDAPY, dijo a BBC que Lugo es el primer presidente que pide perdón por crímenes de Estado contra la ciudadanía. "Es un claro llamado simbólico luego de 61 años de hegemonía del partido de Estado que durante más de 35 años gobernó bajo un régimen dictatorial", expresó Tatter.

Tatter explicó que las disculpas del presidente forman parte de una serie de recomendaciones que hizo la CVJ a los tres poderes del Estado que incluyen juicios a los responsables y reparaciones a través de todas las instituciones. "Al mismo tiempo que el presidente Lugo pedía perdón, solicitó al poder judicial que encare el desafío para investigar en el ámbito jurisdiccional estas violaciones, determinar las responsabilidades, juzgar y eventualmente punir", detalló Tatter.

En el acto de presentación del Informe Final de la Comisión de Verdad y Justicia, mediante un acto verificado el 29 de agosto en la Sala de Sesiones del Congreso Nacional, los senadores Sixto Pereira, Vicepresidente Segundo de la Cámara Alta, y la senadora Ana Mendoza, titular de la Comisión de Derechos Humanos, participaron del evento. Tanto el senador Sixto Pereira como la senadora Ana Mendoza ofrecieron las palabras de apertura previas a la presentación hecha por los responsables de la Comisión de Verdad y Justicia, Monseñor Mario Melanio Medina, y de la Mesa Memoria Histórica, señor Antonio Pecci.

Agregó que la difusión de los acontecimientos ocurridos durante la dictadura es un aspecto fundamental para alcanzar la reconciliación y la paz entre todos los paraguayos y paraguayas y que quienes tienen responsabilidad deben asumirla. "No puede existir paz en base al olvido y la mentira. La paz se construye con la verdad, se fortalece con la justicia y se establece definitivamente con la reparación de quienes han sido victimas de atropellos contra los derechos humanos", aseveró el legislador.

Por su parte, la senadora Mendoza agradeció los esfuerzos, el coraje y la osadía de víctimas, familiares y colaboradores para la realización de la obra documental. "En su homenaje y con mucha humildad hemos tomado la posta y a la vez que soñamos con un Paraguay con mayor equidad, con niños en las aulas, con campesinos labrando su propia tierra, con hombres y mujeres con empleos en nuestro país y no en el extranjero, seamos firmes y celosos custodios de la institucionalidad, del cumplimiento de las leyes y del respeto a los derechos humanos", señaló.

Añadió que la Comisión de Verdad y Justicia cumplió a cabalidad la primera parte de su función, por lo que ahora corresponde al Estado impartir la debida justicia. "Para que oscuros personeros de la dictadura estén en las cárceles donde les corresponde estar y el dinero malhabido sea devuelto a sus verdaderos dueños, el pueblo paraguayo".

Niños e soberanía energética son el centro de atención del nuevo gobierno

Otro tema que está en el centro de las preocupaciones de Lugo son los niños y adolescentes. "Hoy he visto a los niños de la calle cuando venía para la ceremonia de investidura. Esos rostros que nos claman una mínima solidaridad", sostuvo Lugo en su discurso presidencial. El mandatario se preguntó cuánto tiempo hará falta para terminar con esta situación oprobiosa de indígenas y los niños. "No sé si lograremos tumbar el monstruo de la miseria, pero sepan que los indígenas y los niños en situación de miseria tendrán la ocupación personal de este presidente", aseguró.

Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Niños y Adolescentes Trabajadores CONNATs de Paraguay ha comentado al Observatorio SELVAS: “te hago llegar el eco de tanta alegría y emociones que vivimos como pueblo paraguayo y particularmente como niños, niñas y adolescentes de sectores populares. Eso sin perder la mirada hacia donde debemos ir y entendiendo los desafíos que ahora nos espera. Las declaraciones de Fernando Lugo en el día de Asunción de mando, el 15 de agosto, demuestra la voluntad política del mandatario para que los niños, niñas y adolescentes de sectores populares y el pueblo paraguayo en general serán parte de la agenda de discusión permanente y seremos participes directos de las políticas públicas dirigida a nosotros.

Evidentemente las declaraciones comprometen al nuevo gobierno de Fernando Lugo a que el tema de Niñez y Adolescencia será un tema de mucha prioridad en su gestión, en ese sentido como CONNATs, aglutinada co otras organizaciones, estaremos con mucha responsabilidad de generar propuestas de nuestras bases. El trabajo y las relaciones con la compañera Liz Torres, Ministra de la Secretaria de la Niñez y la Adolescencia, en la que creemos y tenemos mucha confianza en su trabajo, será clave”, concluye Estigarribia.

Mercedes Canese, integrante del Movimiento Popular Tekojoja (MPT), parte de la APC e integrante también de la Comisiòn de Negociación de Itaipù, ha comentado a SELVAS que “la asunción de Fernando Lugo el 15 de agosto pasado, así como el nombramiento de sus colaboradores en la mayoría de los puestos de confianza del gobierno, ha despertado todo tipo de opiniones de la ciudadanía. Esperanzada en su mayoria respecto al cambio y posteriormente sorprendida e incluso desconcertada con la nueva forma que está tomando el gobierno entrante, los nombramientos no han conformado definitivamente a ningún sector.

Tanto la derecha como la izquierda, el Partido Liberal Radical Autèntico (PLRA) y los demás partidos de la Alianza Patriótica para el Cambio (APC) están descontentos con unos u otros nombramientos. Sin embargo, la alta confianza se mantiene y la amenaza del presidente de dar 100 días a todos los ministros para evaluar su trabajo ha ayudado a recuperar la calma. Al mismo tiempo, las organizaciones sociales, muchas de ellas agrupadas en el Frente Social y Popular, siguen los primeros días de gobierno sin desmovilizarse.

La Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas (MCNOC) ha anunciado 50 ocupaciones de tierra, y varios gremios ya se vienen movilizando en reclamos de sus reivindicaciones, como los trabajadores estatales que piden mejores condiciones salariales. También Fernando Lugo ha mantenido con firmeza sus dos principales propuestas de campaña, la recuperación de la soberanía energética y la reforma agraria.

Respecto a la soberanía energética, la Comisiòn de Negociación de Itaipù ha obtenido el si de parte del Brasil respecto a instalar una mesa de dialogo para tratar de mejorar las injustas condiciones que sufre Paraguay. La negociación será sobre seis puntos, siendo el principal el Precio Justo por la energía paraguaya (actualmente se recibe 400 millones de US$ por una energía que vale al menos diez veces màs).

Respecto a la reforma agraria, si bien Fernando Lugo nombró a un ministro de agricultura y ganadería con antecedentes de poseer 3000 de tierras malhabidas, el ex senador de origen liberal Càndido Vera Bejarano; ha nombrado a un conocido abogado agrarista, el Dr. Alberto Alderte, defensor de los derechos de los campesinos como presidente del Instituto de Desarrollo Rural y de la Tierra (INDERT). La expectativa es alta, así como el temor al fracaso también.

Un gran desafío espera a este nuevo gobierno que quiere cambiar el Paraguay luego de 61 años de gobierno colorado, la mayorìa, en dictadura. Pero si al menos estos dos puntos son atendidos sin duda será todo un éxito”.

El Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS sigue acompañando el proceso democrático del neo Presidente Lugo, difundiendo algunas declaraciones de organizaciones internacionales, de acuerdo a su trabajo de lobbyng e incidencia política en el puente entre Latinoamérica y Europa, visibilizando también el trabajo y el reconocimiento de los movimientos sociales en la elección de la nueva Ministra de la Niñez y la Adolescencia (SNNA) Liz Torres.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Perú, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.


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Paraguay: Presidente Lugo pide perdón a victimas de la dictadura

El flamante presidente de Paraguay Fernando Lugo ratificó que la Teología de la Liberación marcará su gestión al frente de la primera magistratura del país. El ex obispo aseguró que durante toda su vida como pastor de la Iglesia ha trabajado por los más pobres. Por Cristiano Morsolin (*).

El flamante presidente de Paraguay Fernando Lugo ratificó que la Teología de la Liberación marcará su gestión al frente de la primera magistratura del país. El ex obispo aseguró que durante toda su vida como pastor de la Iglesia ha trabajado por los más pobres.

Durante su discurso inaugural del 15 de agosto, Lugo recordó que ha optado por los más pobres: “Opté por aquellos que la historia ha arrojado a la miseria, a los marginales, cuando encontré las palabras de muchos teólogos de América Latina como Leonardo Boff, Gutiérrez (propulsores de la Teología de la Liberación), percibí que esa era la Iglesia destinada a nutrir de esperanza para miles de personas que viven sumidas en el discurso opresor, de tantas dictaduras que marcaron nuestra patria americana”, indicó el mandatario en su discurso inaugural.

Asimismo, entre lágrimas, visiblemente conmovido, el Presidente dijo estar agradecido al Vaticano por la dispensa recibida del papa Benedicto XVI para ejercer la jefatura de Estado. “Soy un laico agradecido a su Iglesia, aferrado a su fe y a su humilde historia”, enfatizó el nuevo mandatario durante su primer discurso en su carácter de presidente de la República.

El ex obispo Fernando Lugo juró con un discurso en el que remarcó que su asunción no implica "sólo un cambio electoral, sino una apuesta cultural" y llamó a construir un país "fundado en la justicia y la igualdad". "Quizás estemos ante el cambio más importante de la historia. Ese cambio no tiene vencedores, vencidos, ni propietarios. Hoy termina un Paraguay exclusivo, secretista, con fama de corrupción. Hoy se inicia la historia de un Paraguay con autoridades y pobladores implacables con los ladrones del pueblo", subrayó Lugo en su primer discurso como mandatario.

En su alocución leída, el presidente expresó que "renuncio a vivir en un país donde unos duermen, otros no duermen porque tienen miedo y otros no duermen porque tienen hambre", subrayó el ex religioso, que ganó las elecciones de abril al frente de una amplia coalición que terminó con seis décadas de hegemonía del Partido Colorado. El flamante presidente se pronunció por una "educación para el cambio social basada en la defensa irrestricta de todos los derechos humanos", y manifestó que sueña con "un Paraguay socialmente justo, donde nunca más exista inequidad".

Lugo pidió perdón por la dictadura

El presidente paraguayo, Fernando Lugo, pidió el 28 de agosto perdón en nombre del Estado a las víctimas de la "dictadura oprobiosa" de Alfredo Stroessner (1954-1989). Lugo habló del tema en el teatro municipal de Asunción, en un acto en el que la Comisión de Verdad y Justicia entregó su informe final sobre las violaciones a los derechos humanos -torturas, asesinatos y persecuciones- cometidas por el régimen de Stroessner.

"Perdón, perdón a las víctimas en nombre de la nación, perdón por tanta soledad. Espero que la justicia llegue a castigar a civiles y militares involucrados en los hechos de torturas y desaparición de personas. Se abre un inmenso desafío para la Justicia, una interpelación delicada y profunda", afirmó el ex obispo de San Pedro, que con su llegada al gobierno puso fin a 61 años de hegemonía del Partido Colorado, de Stroessner. Al terminar su mensaje, Lugo se preguntó: " la Justicia ¿será capaz de honrar su función ayudando a cicatrizar estas heridas abiertas y sostenidas por la dignidad heroica de las víctimas con el bálsamo de la reparación histórica?".

En los 35 años de dictadura stronissta al menos 339 paraguayos desaparecieron, 59 fueron asesinados, 3470 tuvieron que exiliarse y más de 15 mil fueron torturados, perseguidos y detenidos ilegalmente. Después de cuatro años de trabajo, la Comisión de Verdad y Justicia presentó el primer balance de esos oscuros años en una ceremonia cargada de homenajes, emoción y un inédito apoyo político. “Fueron héroes de la lucha contra la dictadura”, dijo el presidente Fernando Lugo con lágrimas en los ojos. Por primera vez en la historia democrática paraguaya un mandatario pidió disculpas “en nombre de la nación” por todos los crímenes cometidos entre 1954 y 1989.

“Lo de hoy es un hecho histórico y es una condición básica para la transición democrática en Paraguay”, aseguró en diálogo telefónico con “Página 12” la directora del Museo de las Memorias, María Stella Cáceres. “Nuestra esperanza es que aquí se haga lo que se hizo en la Argentina. Sabemos que el Poder Judicial es colorado, pero creemos que puede haber una judicialización. En el informe hay 640 represores identificados.” Cáceres reclamó la creación de una Secretaría de Derechos Humanos para hacer de enlace entre las víctimas y la Justicia y agilizar la recolección de evidencia. La esposa de Martín Almada, el defensor de derechos humanos que sacó a la luz los archivos secretos del Plan Cóndor, tiene razones para mostrarse optimista. Por primera vez el gobierno de Paraguay no es del mismo color político que Stroessner. No sólo eso.

El actual mandatario y su familia fueron perseguidos y encarcelados por la dictadura. Como en muchas familias paraguayas, las heridas de los Lugo todavía están abiertas. Guillermo, uno de sus hermanos, nunca pudo volver del exilio. Murió hace dos años en Suecia. Según contó su viuda Kristina, él fue uno de los que más alentó al ex obispo para lanzarse por la Presidencia. Por eso ayer no pudo contener su emoción cuando se homenajeó a los que murieron o sufrieron combatiendo la represión. “El presidente Lugo está realizando lo que prometió”, reconoció Cáceres. Una semana atrás, el mandatario había sorprendido al cambiar de un plumazo la cúpula militar y policial del país. Las fuerzas de seguridad ya no reprimirán al pueblo, prometió entonces.

Para las organizaciones de derechos humanos, el informe ayudará a asegurar justamente eso. “Tiene una importancia educacional, social. La herencia de la violencia de la dictadura es perenne y se constata en la vida cotidiana, por ejemplo en la violencia contra las mujeres”, señaló Cáceres. La presentación del informe estuvo a cargo del obispo del departamento Misiones, monseñor Mario Melanio Medina, más conocido como “el obispo rojo” durante los años del dictador colorado Hugo Stroessner. Según las cifras que presentó, las Ligas Agrarias y el movimiento campesino en general fueron los más golpeados por la dictadura. Representaron un 24 por ciento de las víctimas.

Lugo creció como líder del clero y luego político de la mano de estos grupos. En la lista le siguen los militantes del Partido Liberal (19 por ciento) y los colorados disidentes (14 por ciento). “Sin embargo, en términos proporcionales el Partido Comunista fue el que más violaciones sufrió”, dice el informe. Más de la mitad de los desaparecidos y el 10 por ciento de los paraguayos torturados por la dictadura salieron de sus filas. Otro dato que llama la atención es que la mayor cantidad de paraguayos desaparecidos en el exterior se registra en Argentina. Sólo entre los años 1976 y 1978, hay denunciados 71 casos en la Capital y el conurbano, relata “Pagina 12”.

Uno de cada cuatro detenidos fue sometido a martirios violentos, como descargas eléctricas, asfixia por inmersión en piletas cargadas con líquidos fétidos, sofocación con bolsas de plástico, quemaduras, cortes, e incluso a presenciar sesiones de torturas a otros prisioneros. La tortura, añade el informe, se expuso como "el mayor instrumento de control social utilizado por el régimen militar" y afectó en mayor medida a los miembros de partidos políticos y movimientos sociales, especialmente campesinos. "Queremos destacar específicamente la violencia sexual que se usó como estrategia de represión dirigida a demostrar poder y dominación de los victimarios a sus víctimas", señaló presidente de la CVJ, el obispo católico Mario Melanio Medina a IPS.

El informe hace especial énfasis en los abusos sexuales contra niñas de entre 12 y 15 años por parte de militares, policiales y civiles, que se cuentan entre las denuncias más numerosas. Muchas mujeres sufrieron violaciones de derechos humanos por su parentesco con otros perseguidos, por integrar comunidades que sufrieron ataques o por ser líderes o parte de organizaciones civiles.

Medina, uno de los principales actores de la lucha contra la dictadura, dijo que si bien los números "no reflejan toda la dimensión y el dolor del pueblo paraguayo", sirven para "darnos una señal de la magnitud" de lo ocurrido. "El informe es también una contribución a las necesarias transformaciones del Estado para prevenir las violaciones y generar una conciencia que permita desmantelar mecanismos institucionales, políticos, militares, policiales y culturales que las hicieron posibles", señaló el religioso.

Las repercusiones

Uno de los integrantes de la CVJ, el monseñor Melanio Medina, destacó días atrás que “el exilio es una de las grandes heridas por las que han sufrido, han sangrado y siguen sangrando nuestros países. La CVJ recibió el testimonio de cientos de víctimas directas e indirectas de la dictadura. El número de los exiliados por causas políticas es cuantioso y difícil de calcular”.

Al decir del prelado, “el exilio ha sido constante, masivo y muchas veces fueron exilios vitalicios, exilios perpetuos. Muchos compatriotas no pudieron regresar a su patria, algunos ni siquiera después de muertos. Algunos fueron desaparecidos incluso en la tierra que los asiló, hasta donde les persiguió la mano larga de la dictadura stronissta”.

Expresó que “al recordar y reconocer estos hechos, debemos resaltar la semilla de futuro y de libertad sembrada con la lucha, el heroísmo y el dolor de los que se oponían al régimen dictatorial. Si en Paraguay y en Argentina hubo víctimas, es porque también hubo coraje y voluntad de luchar por la igualdad, la libertad, la justicia y la fraternidad. Este legado es imprescriptible, es un capital inembargable de dignidad humana”.

Por su parte, Martín Almada, abogado que descubrió el 22 de diciembre de 1992 los Archivos Secretos de la Policía Política de Alfredo Stroessner, titulados “Archivos del Terror”, manifestó que “investigar 39 años de historia, casi cuatro décadas de violación sistemática de los Derechos Humanos, traducidos en desapariciones forzadas y torturas casi inenarrables en un país con una tradición de autoritarismo casi tan larga como la propia historia de la nación, no es fácil. Aún cuando se cuenta con la ayuda inestimable e invalorable de los Archivos del Terror, únicos en su género en América Latina. Esa es la responsabilidad y el gran desafío que enfrenta la Comisión de Verdad y Justicia de Paraguay”.

La CVJ no posee carácter o funciones judiciales. Sus atribuciones incluyen, entre otros, determinar la verdadera naturaleza de los hechos ocurridos, preservar la memoria y testimonios de las víctimas, determinar el paradero y situación de los afectados por las violaciones e identificar, en la medida de lo posible, a los victimarios.

La intención de instalar esta investigación en tierra guaraní se remonta a los primeros años de la transición democrática, como parte de las demandas a los gobiernos de la transición, formulada por organizaciones de Derechos Humanos y por la Comisión Interamericana de Derechos Humanos.

A diferencia de otros países, cuyas comisiones de la Verdad fueron establecidas por un decreto del Estado, por la sociedad civil o por la iglesia, la CVJ paraguaya fue creada por una ley. Establecida por la Ley 2225 del 6 de octubre de 2003, la CVJ tiene el objetivo de investigar las violaciones de los Derechos Humanos cometidas por agentes estatales o paraestatales durante la dictadura Stronissta.

Denuncian vínculo de EE.UU. con dictadura de Stroessner

El informe de la Comisión Verdad y Justicia de Paraguay, reveló el vínculo del gobierno de Estados Unidos con la dictadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), durante la denominada Guerra Fría. El documento oficial, indica que durante el régimen stronissta más de un millón de paraguayos se refugiaron en el exilio o fueron torturados y cerca de 300 opositores perdieron la vida.

“Stroessner respondía -en las dos primeras décadas de su gobierno – a indicaciones de los Estados Unidos de América, en el marco de la política de Guerra Fría (…) en los abusos hubo mucha responsabilidad norteamericana”, denunció Ananías Maidana, ex presidente del Partido Comunista, que estuvo 20 años preso sin proceso judicial sólo por ser opositor. Por su parte, el activista de derechos humanos Martín Almada dijo que en 1956 el Pentágono envió al país al coronel Robert K. Thierry para crear la primera oficina de tortura en América Latina, supuestamente destinada a combatir a los adherentes de la entonces Unión Soviética.

Almada fue el descubridor en 1992 de casi una tonelada de documentos del archivo de la policía secreta del general Stroessner, enterrados en un pozo, los que fueron clasificados, microfilmados y puestos en exhibición pública. El informe de la Comisión presentado al Congreso contiene, además, los datos de 128 mil 76 personas que de algún modo sufrieron la violación de sus derechos humanos, en forma directa o indirecta.

Llamedo simbólico

Federico Tatter, Miembro de la Agrupación de Familiares de Detenidos-desaparecidos y Asesinados por Razones Políticas del Paraguay, FADDAPY, dijo a BBC que Lugo es el primer presidente que pide perdón por crímenes de Estado contra la ciudadanía. "Es un claro llamado simbólico luego de 61 años de hegemonía del partido de Estado que durante más de 35 años gobernó bajo un régimen dictatorial", expresó Tatter.

Tatter explicó que las disculpas del presidente forman parte de una serie de recomendaciones que hizo la CVJ a los tres poderes del Estado que incluyen juicios a los responsables y reparaciones a través de todas las instituciones. "Al mismo tiempo que el presidente Lugo pedía perdón, solicitó al poder judicial que encare el desafío para investigar en el ámbito jurisdiccional estas violaciones, determinar las responsabilidades, juzgar y eventualmente punir", detalló Tatter.

En el acto de presentación del Informe Final de la Comisión de Verdad y Justicia, mediante un acto verificado el 29 de agosto en la Sala de Sesiones del Congreso Nacional, los senadores Sixto Pereira, Vicepresidente Segundo de la Cámara Alta, y la senadora Ana Mendoza, titular de la Comisión de Derechos Humanos, participaron del evento. Tanto el senador Sixto Pereira como la senadora Ana Mendoza ofrecieron las palabras de apertura previas a la presentación hecha por los responsables de la Comisión de Verdad y Justicia, Monseñor Mario Melanio Medina, y de la Mesa Memoria Histórica, señor Antonio Pecci.

Agregó que la difusión de los acontecimientos ocurridos durante la dictadura es un aspecto fundamental para alcanzar la reconciliación y la paz entre todos los paraguayos y paraguayas y que quienes tienen responsabilidad deben asumirla. "No puede existir paz en base al olvido y la mentira. La paz se construye con la verdad, se fortalece con la justicia y se establece definitivamente con la reparación de quienes han sido victimas de atropellos contra los derechos humanos", aseveró el legislador.

Por su parte, la senadora Mendoza agradeció los esfuerzos, el coraje y la osadía de víctimas, familiares y colaboradores para la realización de la obra documental. "En su homenaje y con mucha humildad hemos tomado la posta y a la vez que soñamos con un Paraguay con mayor equidad, con niños en las aulas, con campesinos labrando su propia tierra, con hombres y mujeres con empleos en nuestro país y no en el extranjero, seamos firmes y celosos custodios de la institucionalidad, del cumplimiento de las leyes y del respeto a los derechos humanos", señaló.

Añadió que la Comisión de Verdad y Justicia cumplió a cabalidad la primera parte de su función, por lo que ahora corresponde al Estado impartir la debida justicia. "Para que oscuros personeros de la dictadura estén en las cárceles donde les corresponde estar y el dinero malhabido sea devuelto a sus verdaderos dueños, el pueblo paraguayo".

Niños e soberanía energética son el centro de atención del nuevo gobierno

Otro tema que está en el centro de las preocupaciones de Lugo son los niños y adolescentes. "Hoy he visto a los niños de la calle cuando venía para la ceremonia de investidura. Esos rostros que nos claman una mínima solidaridad", sostuvo Lugo en su discurso presidencial. El mandatario se preguntó cuánto tiempo hará falta para terminar con esta situación oprobiosa de indígenas y los niños. "No sé si lograremos tumbar el monstruo de la miseria, pero sepan que los indígenas y los niños en situación de miseria tendrán la ocupación personal de este presidente", aseguró.

Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Niños y Adolescentes Trabajadores CONNATs de Paraguay ha comentado al Observatorio SELVAS: “te hago llegar el eco de tanta alegría y emociones que vivimos como pueblo paraguayo y particularmente como niños, niñas y adolescentes de sectores populares. Eso sin perder la mirada hacia donde debemos ir y entendiendo los desafíos que ahora nos espera. Las declaraciones de Fernando Lugo en el día de Asunción de mando, el 15 de agosto, demuestra la voluntad política del mandatario para que los niños, niñas y adolescentes de sectores populares y el pueblo paraguayo en general serán parte de la agenda de discusión permanente y seremos participes directos de las políticas públicas dirigida a nosotros.

Evidentemente las declaraciones comprometen al nuevo gobierno de Fernando Lugo a que el tema de Niñez y Adolescencia será un tema de mucha prioridad en su gestión, en ese sentido como CONNATs, aglutinada co otras organizaciones, estaremos con mucha responsabilidad de generar propuestas de nuestras bases. El trabajo y las relaciones con la compañera Liz Torres, Ministra de la Secretaria de la Niñez y la Adolescencia, en la que creemos y tenemos mucha confianza en su trabajo, será clave”, concluye Estigarribia.

Mercedes Canese, integrante del Movimiento Popular Tekojoja (MPT), parte de la APC e integrante también de la Comisiòn de Negociación de Itaipù, ha comentado a SELVAS que “la asunción de Fernando Lugo el 15 de agosto pasado, así como el nombramiento de sus colaboradores en la mayoría de los puestos de confianza del gobierno, ha despertado todo tipo de opiniones de la ciudadanía. Esperanzada en su mayoria respecto al cambio y posteriormente sorprendida e incluso desconcertada con la nueva forma que está tomando el gobierno entrante, los nombramientos no han conformado definitivamente a ningún sector.

Tanto la derecha como la izquierda, el Partido Liberal Radical Autèntico (PLRA) y los demás partidos de la Alianza Patriótica para el Cambio (APC) están descontentos con unos u otros nombramientos. Sin embargo, la alta confianza se mantiene y la amenaza del presidente de dar 100 días a todos los ministros para evaluar su trabajo ha ayudado a recuperar la calma. Al mismo tiempo, las organizaciones sociales, muchas de ellas agrupadas en el Frente Social y Popular, siguen los primeros días de gobierno sin desmovilizarse.

La Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas (MCNOC) ha anunciado 50 ocupaciones de tierra, y varios gremios ya se vienen movilizando en reclamos de sus reivindicaciones, como los trabajadores estatales que piden mejores condiciones salariales. También Fernando Lugo ha mantenido con firmeza sus dos principales propuestas de campaña, la recuperación de la soberanía energética y la reforma agraria.

Respecto a la soberanía energética, la Comisiòn de Negociación de Itaipù ha obtenido el si de parte del Brasil respecto a instalar una mesa de dialogo para tratar de mejorar las injustas condiciones que sufre Paraguay. La negociación será sobre seis puntos, siendo el principal el Precio Justo por la energía paraguaya (actualmente se recibe 400 millones de US$ por una energía que vale al menos diez veces màs).

Respecto a la reforma agraria, si bien Fernando Lugo nombró a un ministro de agricultura y ganadería con antecedentes de poseer 3000 de tierras malhabidas, el ex senador de origen liberal Càndido Vera Bejarano; ha nombrado a un conocido abogado agrarista, el Dr. Alberto Alderte, defensor de los derechos de los campesinos como presidente del Instituto de Desarrollo Rural y de la Tierra (INDERT). La expectativa es alta, así como el temor al fracaso también.

Un gran desafío espera a este nuevo gobierno que quiere cambiar el Paraguay luego de 61 años de gobierno colorado, la mayorìa, en dictadura. Pero si al menos estos dos puntos son atendidos sin duda será todo un éxito”.

El Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS sigue acompañando el proceso democrático del neo Presidente Lugo, difundiendo algunas declaraciones de organizaciones internacionales, de acuerdo a su trabajo de lobbyng e incidencia política en el puente entre Latinoamérica y Europa, visibilizando también el trabajo y el reconocimiento de los movimientos sociales en la elección de la nueva Ministra de la Niñez y la Adolescencia (SNNA) Liz Torres.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Perú, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.


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Paraguai é hoje México de ontem

Por Isaac Bigio (*), de Londres, BR Press - O Paraguai passa hoje pelo que viveu o México em 2000, quando caiu um partido que estava há mais de seis décadas no poder. Estes dois países elegeram seus presidentes em um único turno, e Fernando Lugo, que obteve 40% dos votos, converteu-se no primeiro mandatário a vencer o Partido Colorado, que governou o Paraguai desde 1948.

No México, o monopólio do poder esteve com um partido que provinha de uma revolução esquerdista (PRI), enquanto que, no Paraguai, deteve o poder a força que impulsionou a mais longa ditadura conservadora sul-americana (os colorados de Stroessner). Tanto o PRI quanto os colorados, antes de cair, foram se voltando mais ao centro, porém, enquanto o primeiro foi deposto pela direita, o segundo foi derrotado pela esquerda.

O presidente paraguaio eleito, Fernando Lugo, no entanto, não é um revolucionário, mas um ex-bispo pacifista que deseja o bom entendimento com os EUA e com seus vizinhos. Em sua coalizão há marxistas, mas também democrata-cristãos, e seu eixo é o Partido Liberal, de centro-direita, que ocupa a vice-presidência, e que governou o Paraguai desde o início do século XX até meados dos anos 1930, quando foi derrotado pela revolução “socialista” castrense de 1936.
(*) O analista internacional e ex-professor da London School of Economics Isaac Bigio é especializado em América Latina e assina uma coluna diária no jornal peruano Correo. Tradução: Angélica Resende.

Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos.

El candidato presidencial por la Alianza Patriótica para el Cambio, Fernando Lugo, lamentó el atentado sufrido por el apoderado del movimiento Tekojoja (www.tekojoja.org.py), Alfredo Ávalos en la ciudad de Curuguaty, el pasado 9 de april. “Ojalá que el ambiente político no sea la causa de tanta violencia y tanta muerte, yo creo en la política sana que reivindique los grandes valores y derechos humanos y nos duele que un dirigente político sea atentado de esta manera con el signo de la mafia fronteriza y me duele mucho, en este momento se debe abrir una gran investigación de eso y ver de donde viene este tipo de atentados y sus causas”, señaló.

El ex obispo exponente de la teologia de la liberacin, sin embargo, no descartó que el ataque al comunicador, tenga trasfondos políticos. “No se descarta, por el ambiente, político que vivimos, por la forma, por el testimonio de esta persona, un colega radial que se ha comprometido y ha denunciado con la comunidad, es un poco la suerte de los que quieren un país mejor y los que con su trabajo denuncian todo tipo de irregularidades e injusticias, es un poco el riesgo también que se corre”, mencionó La Alianza Patriótica para el Cambio (APC), también emitió ayer un comunicado que repudia “el hecho de muerte en Curuguaty” y las heridas de bala que ha recibido el dirigente y apoderado por Tekojoja por parte de “matones”, hecho que “se inscribe en la campaña del miedo” de “los que temen perder el poder”, y en este sentido menciona a “los grupos mafiosos”.

El comunicado expresa que “a estas alturas de la campaña electoral, la sucesión de hechos indica claramente que, ante la impotencia y prepotencia de los grupos mafiosos en el poder, estos han optado por seguir el camino de la ilegalidad, de las balas y el de una montaña de mentiras, con el objetivo siempre presente de seguir robando los recursos públicos y ampararse en la impunidad”. Manifiesta también que dentro de “la campaña del miedo”, se inscribe el asesinato de otro activista de Tekojoja, “Geraldino Rotela, en Caazapá”, ocurrido el pasado 24 de febrero”, como también, “las constantes agresiones a simpatizantes del P-Mas, a los de Tekojoja y la quema de carteles del PLRA y otro tipo de persecuciones, que avalan nuestra posición”, destaca “La Nacion” del 10 de abril.

El sábado 24 de febrero, Geraldino Rotela Miranda y su hermano Emanuel fueron atacados en un camino vecinal en el distrito paraguayo de Caazapá. Mientras atravesaban el camino en una motocicleta, dos hombres armados dispararon contra ellos, provocando la muerte de Geraldino, de 32 años de edad, e hiriendo gravemente a Emanuel, de 21. Ambos hermanos eran referentes en su comunidad del Movimiento Popular Tekojoja, el cual fue fundado por movimientos sociales, campesinos, sindicalistas e indígenas, y apoya la candidatura a la presidencia de Paraguay del ex obispo de San Pedro, Fernando Lugo.

Voceros de Tekojoja afirmaron que se trata de un crimen político para intentar infundir miedo en la población previo a las elecciones nacionales, que se llevarán a cabo el 20 de abril. En una conferencia brindada por Ricardo Canese, integrante del Movimiento Tekojoja, se calificó al crimen como “terrorismo de Estado”, y se recordaron las diversas amenazas que han sufrido los dirigentes de Tekojoja en los últimos días.“Tenemos una fuerte presunción de un contenido político dentro de esto, inclusive un terrorismo de Estado que estaría detrás de esto, no tenemos confianza en la justicia ni en el Ministerio del Interior, y vamos a pedir la intervención de Derechos Humanos para garantizar el debido proceso”, afirmó Canese, en declaraciones que reproduce el diario La Nación de Paraguay.

La COORDINADORA DE LUCHADORES Y VÍCTIMAS DE LA DICTADURA CODELUCHA y otras organizaciones sociales han difundido un comunicado donde “condenan los siguientes hechos atentatorios a los Derechos Humanos en el marco de la escalada persecutoria a los movimientos sociales y políticos en el Paraguay. En la noche del sábado 23 de febrero, emboscada y asesinato de Geraldino Rotela, dirigente de un asentamiento campesino y referente político del Movimiento Popular Tekojojá en la jurisdicción de San Juan Nepomuceno, Departamento de Caazapá. Su hermano, Emmanuel Rotela, que también resultó con heridas de bala ha referido que uno de los asesinos dio la orden violenta de matar sin mediar palabras;
Una semana y media atrás, el desalojo violento de campesinos del asentamiento "13 de Mayo" de Edelira, en el Departamento de Itapúa, de la mano de la policía con su secuela de detenciones. Igual suerte corrieron otros dirigentes locales y nacionales, actualmente candidatos de la Alianza Patriótica Socialista, interesados en la suerte de los afectados.

La fiscalía imputó rápidamente a los campesinos que son candidatos por dicha Alianza en dicho Departamento al sur del país. Por segunda vez y en la noche del sábado 23 de febrero, en otra variante de la anterior que fue la colocación de una granada de guerra no accionada y ahora con una pintada de la cruz svástica por la casa de Sonia Aquino, dirigente de la Coordinadora de Luchadores y Víctimas de la Dictadura, y que se extendió dicha pintada con los mismos símbolos nazis por el local del Partido del Movimiento al Socialismo (P-MAS), en pleno centro de Barrio Obrero donde habitualmente hay control policial.

El Movimiento Popular Tekojoja denunció el 8 de abril en conferencia de prensa la larga guerra sucia que impulsa el gobierno de Nicanor Duarte Frutos – y sus títeres de turno como Lino Oviedo contra Fernando Lugo, candidato de la APC. Acusaciones de secuestros, asesinatos, pertenencia a las FARC, son parte constante de una campaña que busca atentar contra las posibilidades de victoria de Lugo el 20 de abril.

Reaccion del parlamento europeo

Gaby Küppers, Coordinadora de la oficina por las relaciones con Latinoamerica de los Verdes Greens/EFA Group en el Parlamento Europeo, ha declarado al Observatorio SELVAS desde Bruxelles el 28 de febrero que “en el Parlamento Europeo seguimos con mucho interés el proceso electoral en Paraguay. Hace apenas una semana que los diputados de la delegación con el Mercosur se reunieron con el Foro Consultivo Económico y Social del Mercosur. Los representantes de Paraguay subrayaron en esta ocasión que, si bien existe por primera vez la chance de salir de más de 60 años de dictadura y conservadurismo del Partido Colorado, la oligarquía de los grandes terratenientes hace todo por impedir la victoria del candidato Fernando Lugo, quien representa la esperanza de los campesinos y pobres trabajadores.

Los incidentes violentos de estos días muestran el peligro que corren los y las que luchan por obtener la democracia. Los Verdes en el PE condenan los desalojos y el asesinato de hace algunos días en Caazipá e Itapúa y piden una investigación exhaustiva como también el castigo de los culpables. Sin duda, la Unión Europea va a enviar una delegación de observación electoral como muestra de que la Comunidad Internacional insiste en el respeto de los derechos humanos frente a todos sus socios políticos y económicos”.

Eric Sottas, Director de la Organización Mundial Contra la Tortura (OMCT – www.omct) ha declarado desde Ginebra a SELVAS que “ “el asesinato de Geraldino Rotela Miranda y las heridas infligidas a su hermano Emanuel son la manifestación particularmente cobarde de personas o grupos que no pueden tolerar una acción pacífica en favor de los sectores populares. Esta muerte, que no puede quedar impune, no debe paralizar la lucha contra la injusticia sino más bien dinamizarla".

El candidato presidencial Fernando Lugo ha respuesto el 5 de april en solicitud de SELVAS que “ha sido fundamental el pronunciamiento del bloque verde del Parlamento Europeo, para frenar la violencia política que ha acabado con la vida de Geraldino Rotela. En gran parte, por dicha acción solidaria la violencia no se ha extendido a niveles más graves, si bien continúan acciones de amedrentamiento antidemocráticas y hasta claramente fascistas. Le solicitamos permanezcan atentos, pues sòlo con vuestra solidaridad el pueblo paraguayo podrà elegir libremente a sus gobernantes. También vemos muy positivamente la preocupaciòn del Observatorio Mundial sobre defensores de Derechos Humanos, con sede en Ginebra. Si no recibieron invitación aún, le solicitamos puedan asistir como observadores internacionales en las próximas elecciones del 20 de abril. Ello mucho ayudará a que seamos los paraguayos los que decidamos libremente quiénes nos representarán”.

Durante el seminario internacional “América Latina: protagonismo popular, soberanía e integración” realizado en Asunción Del 28 de febrero al 1° de marzo de 2008, el Observatorio SELVAS (su presidente es el destacado periodista italiano Martin Iglesias que ha investigado mucho sobre el Plan Condor y la responsabilidad de Henry Kissinger) ha enviado una carta a Fernando Lugo donde se destaca que “la amistad con Mercedes Canese (asesora diversas organizaciones sociales, entre ellas, el Foro Popular por la Energía) nos ha permitido conocer mas de acerca Paraguay; el año pasado como SELVAS hemos lanzado un llamado de solidaridad al hermano y compañero Fernando Lugo frente a los ataques del Vaticano, gracias al compromiso de Manfredo Pavóni Gay (lea entrevista a Lugo).

En esta ocasión el Observatorio SELVAS expresa su profunda solidaridad a Fernando Lugo y al Movimiento TEKOJOJA que esta sufriendo grave persecución.

El Observatorio SELVAS, a través de la prensa italiana e internacional, esta solicitando al Gobierno de Paraguay “que respete el derecho a la vida y a la libertad de sus ciudadanos que están construyendo una alternativa de justicia y de cambio social para Paraguay”.

Mercedes Canese ha declarado que “en la apertura del seminario Ricardo Canese, responsable de las relaciones internacionales del Movimiento TEKOJOJA dio lectura de los comunicados de solidaridad que nos enviaste, comunicados que fueron ovacionados por el público. Es muy importante este trabajo di visibilidad internacional que esta realizando el Observatorio SELVAS”.

El Eurodeputado Jens Holm - GUE/NGL (www.jensholm.se) ha declarado a SELVAS el 14 de april que “la represión me parece terrible, pero reconozco los métodos de países semi-fascistas como Colombia. Quiero dar mi pleno respaldo al Monseñor Lugo. Espero que la represión no pare el pueblo valiente de Paraguay. Con Lugo se dará las posibilidades de construir una nueva sociedad”.

Paul Emile Dupret – GUE/NGL (www.guengl.org) ha reconocido la gravedad de la situacion y ha senalado a SELVAS que va a activarse, considerando que Luisa Morgantini, Vice Presidenta del Parlamento Europeo y miembro del grupo GUE/NGL (www.luisamorgantini.net) tiene la delega por los derechos humanos.

La lectura de los movimientos sociales

El Observatorio SELVAS ha entrevistado Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Ninos y Adolescentes Trabajadores de Paraguay CONNATs, que ofrece una lectura desde la perspectiva de los movimientos sociales que apoyan masivamente Lugo.

“Como muchos saben en nuestro país el próximo 20 de abril son las elecciones generales, donde una ves más las personas tendremos la posibilidad de ejercer nuestra “CIUDADANIA”, donde por cierto los que aun no han alcanzado la mayoría de edad no lo podrán ejercer, o sea los que todavía no son “CIUDADANOS”.

Nuestro país históricamente, más de 60 años y hasta ahora, fue mal administrado por el Partido Colorado, el partido que esta en el gobierno y dirigido por Nicanor Duartes Frutos, actual presidente de la Republica. Este gobierno es el responsable de que en nuestro país existamos casi 3.000.000 millones de personas pobres, que el año pasado 55.000 Niños, Niñas y Adolescentes hayan abandonado las escuelas, y es el partido que en un solo mes del año pasado gasto 3.759 millones de guaraníes, casi un millón de dólares, en propagandas electorales en televisión.

La candidata actual de este partido para las próximas elecciones es Blanca Ovelar, que esta tercera en las encuestas, ex Ministra de Educación, que por cierto en su gestión una de las cosas más escandalosas que paso fue la corrupción en el Programa de meriendas escolares. Una candidata impuesta por el actual presidente tras su fallido intento de reelección, quiso hacer la enmienda a la constitución, pero no le salió el juego. El otro partido, UNACE (Unión Nacional de Colorados Éticos), que salió del ceno justamente del partido mencionado más arriba, el Partido Colorado, Pone como candidato a Lino Cesar Oviedo, que es la persona responsable de la masacre en el marzo paraguayo del 1999, donde murieron 8 jóvenes, que fue preso y sale para estas elecciones por pacto con el partido Colorado.

Otro partido que con candidato es el Partido Patria Querida (PQ) con Pedro Fadul, partido que en las elecciones del 2003 tres genero mucha simpatía en la gente, hasta el punto que alcanzo el segundo lugar en esas elecciones por sobre el partido Liberal, que es segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país. Es un partido conformado mayoritariamente por empresarios y por ende representa sus interés como tal.

No puedo dejar de mencionar que también los compañeros y compañeras de partidos de Izquierda también proponen candidatos para estas elecciones, uno de ellos es el Partido de los Trabajadores con Julio López y el otro partido es el partido Humanista, que sinceramente no conozco al candidato. Pero es importante, sin desmerecer el esfuerzo de lucho de estos compañeros, que tienen muy pocas posibilidades.

Por último y es seguro lo que quieren saber, de eso no tengo la menor duda. En candidato que hace templar al partido de gobierno, partido Colorado, que genera mucha esperanza en la gente y creemos que es el candidato más potable y ademas tiene posibilidades ciertas de ganar es Fernando Lugo, ex Obispo de san Pedro, tiene mucho trabajo de base con campesinos de esa zona. Es candidato de la Alianza Patriótica para el Cambio (APS), un espacio donde se encuentran diversos actores alrrededor de esta figura. Por ejemplo esta el Partido Liberal Radical Autentico (PLRA) que es el segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país, que es un partido de Derecha, también el Partido de Movimiento al Socialismo (P-MAS) partido de tendencia de Izquierda y con mucho trabajo con los jóvenes, también se encuentran movimientos campesinos, Sindicatos de Trabajadores, Centrales Obreras y otros…

Concluyendo Fernando Lugo tiene posibilidades ciertas de ganar las elecciones. Solo que nos tocara pelear contra la estructura de más de 60 años de gobierno. Nos tocara pelear contra un partido que saca su financiamiento de campaña de dos represas que se encuentran entre las siete maravillas del mundo, Itaipu y Yacyreta, el primero, según un muy buen economista de nuestro país, genera a nuestro país más 3mil millones de dólares anuales, plata que sabemos va para la campaña a favor de Blanca Ovelar, candidata del partido de Gobierno”.

Relacion con Italia

En los últimos meses se han concentrados varios hechos que fortalecen la relacion de Italia con Paraguay. El Viceministro de las relaciones exteriores con Latinoamerica Donato Di Santo del Gobierno Prodi ha encontrado Fernando Lugo, en april del 2007, gracias a un trabajo de lobbyng del Observatorio SELVAS.

Las autoridades italianas han pedido datos de cinco represores paraguayos, dos de los cuales ya fallecieron y uno está asilado en Honduras, como parte de un proceso abierto por la Operación Cóndor, el plan que coordinaron las dictaduras suramericanas en los años 70 y 80 para exterminar a los opositores, según informaron ayer fuentes oficiales paraguayas. El jefe de la filial local de la Interpol, comisario Armando Barboza, dijo a Radio Ñanduti que los investigados que ya fallecieron son Galo Longino Escobar y Alejandro Fretes Dávalos, quien en la época del dictador Alfredo Stroessner (1954-1989) fue comandante del Estado Mayor de las Fuerzas Armadas.

La petición, con fecha del 19 de diciembre del 2007, incluye además a Sabino Augusto Montanaro, ex ministro del Interior y refugiado en Honduras desde la caída de Stroessner; al ex jefe policial Alberto Buenaventura Cantero, que está en prisión, y a Rubén Sosa Arrúa, cuyo paradero se desconoce, afirmó Barboza.

El jefe policial señaló que la petición de la Interpol de Roma ha sido “para confirmar su domicilio, paradero o lugar de detención en el país” a fin de incorporar a esas personas a las 140 órdenes de arresto dictadas el pasado día 24 por la justicia italiana. Las órdenes fueron pedidas por el fiscal del Tribunal Penal de Roma, Giancarlo Capaldo, que lleva las investigaciones sobre la Operación Cóndor desde 1998, a raíz de las denuncias presentadas por los familiares de italianos que desaparecieron en Suramérica. Entre las órdenes de detención se encuentran las dirigidas contra el ex dictador argentino Jorge Rafael Videla y el ex responsable de la marina argentina, Emilio Massera, y Juan María Bordaberry, ex jefe de la junta militar en Uruguay.

El abogado paraguayo y activista de derechos humanos Martín Almada, descubridor, en 1992, de los archivos secretos de los organismos de la seguridad stronista, explicó que la orden de detención de represores argentinos, uruguayos y chilenos “constituye un balón de oxígeno navideño para nuestra lucha contra la impunidad en América Latina”, dijo Almada en un comunicado, anota El Pais de Madrid.

Necesita destacar que un grupo de senadores italianos (Francesco Martone, Josè Luiz Del Roio, Armando Cossutta, Giorgio Mele, Claudio Micheloni) ha escrito el 5 de diciembre del 2007 una carta para expresar que “como legisladores italianos preocupados de la promoción de los Derechos Humanos les escribimos para expresar nuestro apoyo al trabajo que esta realizando la "Comision de Verdad y Justicia del Paraguay". Aprendimos con preocupacion que la Comisión riesga la paralisis a causa de la falta de recursos financiarios. Creemos que apoyar un proceso de verdad y justicia es de fundamental importancia para el fortalecimiento de la democracia,con la convinciòn que el recupero de la memoria historica sea un paso esencial para la construccion de un futuro mejor. Reiterando nuestro convencido apoyo al trabajo de la Comision de Verdad y Justicia ,augurando pueda llegar a finalizar su cometido le enviamos nuestros mejores augurios”.

En Italia acaba de ser presentado el libro “Emboscada, las luchas campesinas en contra de la dictadura en Paraguay”, ediciones “Infinito Edizioni” (tel. 0039.06/93162414) de Roma. El autor es Norberto Bellini, protagonista de las Legas Agrarias que luchava por la reforma agraria y la democratizacion del Pais.

Mons. Mario Melanio Medina, presidente de la Co­mission “Verdad y Justicia” destaca en la introducción que “este libro de Bellini rompe finalmente el silencio que asedia Europa sobre Paraguay. Le agradezemos mucho por todos los paraguayos que han sufrido en silencio, las violencias de la dictadura”.

Los métodos de terror que empleó la dictadura de Alfredo Strossner y el Plan Condor están de vuelta hoy. A medida que se acercan las elecciones del 20 de abril y los sondeos dan como favorito al ex sacerdote Fernando Lugo, se incrementan la represión, la violencia, la persecución y la guerra sucia, orquestadas, según la oposición, desde las esferas oficiales. Los movimientos sociales de Latinoamerica y de Europa siguen alerta para defender la propuesta de cambio radical desde abajo que promueve Fernando Lugo y que va a construir una verdadera democracia en Paraguay.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Peru, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.



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Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos.

El candidato presidencial por la Alianza Patriótica para el Cambio, Fernando Lugo, lamentó el atentado sufrido por el apoderado del movimiento Tekojoja (www.tekojoja.org.py), Alfredo Ávalos en la ciudad de Curuguaty, el pasado 9 de april. “Ojalá que el ambiente político no sea la causa de tanta violencia y tanta muerte, yo creo en la política sana que reivindique los grandes valores y derechos humanos y nos duele que un dirigente político sea atentado de esta manera con el signo de la mafia fronteriza y me duele mucho, en este momento se debe abrir una gran investigación de eso y ver de donde viene este tipo de atentados y sus causas”, señaló.

El ex obispo exponente de la teologia de la liberacin, sin embargo, no descartó que el ataque al comunicador, tenga trasfondos políticos. “No se descarta, por el ambiente, político que vivimos, por la forma, por el testimonio de esta persona, un colega radial que se ha comprometido y ha denunciado con la comunidad, es un poco la suerte de los que quieren un país mejor y los que con su trabajo denuncian todo tipo de irregularidades e injusticias, es un poco el riesgo también que se corre”, mencionó La Alianza Patriótica para el Cambio (APC), también emitió ayer un comunicado que repudia “el hecho de muerte en Curuguaty” y las heridas de bala que ha recibido el dirigente y apoderado por Tekojoja por parte de “matones”, hecho que “se inscribe en la campaña del miedo” de “los que temen perder el poder”, y en este sentido menciona a “los grupos mafiosos”.

El comunicado expresa que “a estas alturas de la campaña electoral, la sucesión de hechos indica claramente que, ante la impotencia y prepotencia de los grupos mafiosos en el poder, estos han optado por seguir el camino de la ilegalidad, de las balas y el de una montaña de mentiras, con el objetivo siempre presente de seguir robando los recursos públicos y ampararse en la impunidad”. Manifiesta también que dentro de “la campaña del miedo”, se inscribe el asesinato de otro activista de Tekojoja, “Geraldino Rotela, en Caazapá”, ocurrido el pasado 24 de febrero”, como también, “las constantes agresiones a simpatizantes del P-Mas, a los de Tekojoja y la quema de carteles del PLRA y otro tipo de persecuciones, que avalan nuestra posición”, destaca “La Nacion” del 10 de abril.

El sábado 24 de febrero, Geraldino Rotela Miranda y su hermano Emanuel fueron atacados en un camino vecinal en el distrito paraguayo de Caazapá. Mientras atravesaban el camino en una motocicleta, dos hombres armados dispararon contra ellos, provocando la muerte de Geraldino, de 32 años de edad, e hiriendo gravemente a Emanuel, de 21. Ambos hermanos eran referentes en su comunidad del Movimiento Popular Tekojoja, el cual fue fundado por movimientos sociales, campesinos, sindicalistas e indígenas, y apoya la candidatura a la presidencia de Paraguay del ex obispo de San Pedro, Fernando Lugo.

Voceros de Tekojoja afirmaron que se trata de un crimen político para intentar infundir miedo en la población previo a las elecciones nacionales, que se llevarán a cabo el 20 de abril. En una conferencia brindada por Ricardo Canese, integrante del Movimiento Tekojoja, se calificó al crimen como “terrorismo de Estado”, y se recordaron las diversas amenazas que han sufrido los dirigentes de Tekojoja en los últimos días.“Tenemos una fuerte presunción de un contenido político dentro de esto, inclusive un terrorismo de Estado que estaría detrás de esto, no tenemos confianza en la justicia ni en el Ministerio del Interior, y vamos a pedir la intervención de Derechos Humanos para garantizar el debido proceso”, afirmó Canese, en declaraciones que reproduce el diario La Nación de Paraguay.

La COORDINADORA DE LUCHADORES Y VÍCTIMAS DE LA DICTADURA CODELUCHA y otras organizaciones sociales han difundido un comunicado donde “condenan los siguientes hechos atentatorios a los Derechos Humanos en el marco de la escalada persecutoria a los movimientos sociales y políticos en el Paraguay. En la noche del sábado 23 de febrero, emboscada y asesinato de Geraldino Rotela, dirigente de un asentamiento campesino y referente político del Movimiento Popular Tekojojá en la jurisdicción de San Juan Nepomuceno, Departamento de Caazapá. Su hermano, Emmanuel Rotela, que también resultó con heridas de bala ha referido que uno de los asesinos dio la orden violenta de matar sin mediar palabras;
Una semana y media atrás, el desalojo violento de campesinos del asentamiento "13 de Mayo" de Edelira, en el Departamento de Itapúa, de la mano de la policía con su secuela de detenciones. Igual suerte corrieron otros dirigentes locales y nacionales, actualmente candidatos de la Alianza Patriótica Socialista, interesados en la suerte de los afectados.

La fiscalía imputó rápidamente a los campesinos que son candidatos por dicha Alianza en dicho Departamento al sur del país. Por segunda vez y en la noche del sábado 23 de febrero, en otra variante de la anterior que fue la colocación de una granada de guerra no accionada y ahora con una pintada de la cruz svástica por la casa de Sonia Aquino, dirigente de la Coordinadora de Luchadores y Víctimas de la Dictadura, y que se extendió dicha pintada con los mismos símbolos nazis por el local del Partido del Movimiento al Socialismo (P-MAS), en pleno centro de Barrio Obrero donde habitualmente hay control policial.

El Movimiento Popular Tekojoja denunció el 8 de abril en conferencia de prensa la larga guerra sucia que impulsa el gobierno de Nicanor Duarte Frutos – y sus títeres de turno como Lino Oviedo contra Fernando Lugo, candidato de la APC. Acusaciones de secuestros, asesinatos, pertenencia a las FARC, son parte constante de una campaña que busca atentar contra las posibilidades de victoria de Lugo el 20 de abril.

Reaccion del parlamento europeo

Gaby Küppers, Coordinadora de la oficina por las relaciones con Latinoamerica de los Verdes Greens/EFA Group en el Parlamento Europeo, ha declarado al Observatorio SELVAS desde Bruxelles el 28 de febrero que “en el Parlamento Europeo seguimos con mucho interés el proceso electoral en Paraguay. Hace apenas una semana que los diputados de la delegación con el Mercosur se reunieron con el Foro Consultivo Económico y Social del Mercosur. Los representantes de Paraguay subrayaron en esta ocasión que, si bien existe por primera vez la chance de salir de más de 60 años de dictadura y conservadurismo del Partido Colorado, la oligarquía de los grandes terratenientes hace todo por impedir la victoria del candidato Fernando Lugo, quien representa la esperanza de los campesinos y pobres trabajadores.

Los incidentes violentos de estos días muestran el peligro que corren los y las que luchan por obtener la democracia. Los Verdes en el PE condenan los desalojos y el asesinato de hace algunos días en Caazipá e Itapúa y piden una investigación exhaustiva como también el castigo de los culpables. Sin duda, la Unión Europea va a enviar una delegación de observación electoral como muestra de que la Comunidad Internacional insiste en el respeto de los derechos humanos frente a todos sus socios políticos y económicos”.

Eric Sottas, Director de la Organización Mundial Contra la Tortura (OMCT – www.omct) ha declarado desde Ginebra a SELVAS que “ “el asesinato de Geraldino Rotela Miranda y las heridas infligidas a su hermano Emanuel son la manifestación particularmente cobarde de personas o grupos que no pueden tolerar una acción pacífica en favor de los sectores populares. Esta muerte, que no puede quedar impune, no debe paralizar la lucha contra la injusticia sino más bien dinamizarla".

El candidato presidencial Fernando Lugo ha respuesto el 5 de april en solicitud de SELVAS que “ha sido fundamental el pronunciamiento del bloque verde del Parlamento Europeo, para frenar la violencia política que ha acabado con la vida de Geraldino Rotela. En gran parte, por dicha acción solidaria la violencia no se ha extendido a niveles más graves, si bien continúan acciones de amedrentamiento antidemocráticas y hasta claramente fascistas. Le solicitamos permanezcan atentos, pues sòlo con vuestra solidaridad el pueblo paraguayo podrà elegir libremente a sus gobernantes. También vemos muy positivamente la preocupaciòn del Observatorio Mundial sobre defensores de Derechos Humanos, con sede en Ginebra. Si no recibieron invitación aún, le solicitamos puedan asistir como observadores internacionales en las próximas elecciones del 20 de abril. Ello mucho ayudará a que seamos los paraguayos los que decidamos libremente quiénes nos representarán”.

Durante el seminario internacional “América Latina: protagonismo popular, soberanía e integración” realizado en Asunción Del 28 de febrero al 1° de marzo de 2008, el Observatorio SELVAS (su presidente es el destacado periodista italiano Martin Iglesias que ha investigado mucho sobre el Plan Condor y la responsabilidad de Henry Kissinger) ha enviado una carta a Fernando Lugo donde se destaca que “la amistad con Mercedes Canese (asesora diversas organizaciones sociales, entre ellas, el Foro Popular por la Energía) nos ha permitido conocer mas de acerca Paraguay; el año pasado como SELVAS hemos lanzado un llamado de solidaridad al hermano y compañero Fernando Lugo frente a los ataques del Vaticano, gracias al compromiso de Manfredo Pavóni Gay (lea entrevista a Lugo).

En esta ocasión el Observatorio SELVAS expresa su profunda solidaridad a Fernando Lugo y al Movimiento TEKOJOJA que esta sufriendo grave persecución.

El Observatorio SELVAS, a través de la prensa italiana e internacional, esta solicitando al Gobierno de Paraguay “que respete el derecho a la vida y a la libertad de sus ciudadanos que están construyendo una alternativa de justicia y de cambio social para Paraguay”.

Mercedes Canese ha declarado que “en la apertura del seminario Ricardo Canese, responsable de las relaciones internacionales del Movimiento TEKOJOJA dio lectura de los comunicados de solidaridad que nos enviaste, comunicados que fueron ovacionados por el público. Es muy importante este trabajo di visibilidad internacional que esta realizando el Observatorio SELVAS”.

El Eurodeputado Jens Holm - GUE/NGL (www.jensholm.se) ha declarado a SELVAS el 14 de april que “la represión me parece terrible, pero reconozco los métodos de países semi-fascistas como Colombia. Quiero dar mi pleno respaldo al Monseñor Lugo. Espero que la represión no pare el pueblo valiente de Paraguay. Con Lugo se dará las posibilidades de construir una nueva sociedad”.

Paul Emile Dupret – GUE/NGL (www.guengl.org) ha reconocido la gravedad de la situacion y ha senalado a SELVAS que va a activarse, considerando que Luisa Morgantini, Vice Presidenta del Parlamento Europeo y miembro del grupo GUE/NGL (www.luisamorgantini.net) tiene la delega por los derechos humanos.

La lectura de los movimientos sociales

El Observatorio SELVAS ha entrevistado Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Ninos y Adolescentes Trabajadores de Paraguay CONNATs, que ofrece una lectura desde la perspectiva de los movimientos sociales que apoyan masivamente Lugo.

“Como muchos saben en nuestro país el próximo 20 de abril son las elecciones generales, donde una ves más las personas tendremos la posibilidad de ejercer nuestra “CIUDADANIA”, donde por cierto los que aun no han alcanzado la mayoría de edad no lo podrán ejercer, o sea los que todavía no son “CIUDADANOS”.

Nuestro país históricamente, más de 60 años y hasta ahora, fue mal administrado por el Partido Colorado, el partido que esta en el gobierno y dirigido por Nicanor Duartes Frutos, actual presidente de la Republica. Este gobierno es el responsable de que en nuestro país existamos casi 3.000.000 millones de personas pobres, que el año pasado 55.000 Niños, Niñas y Adolescentes hayan abandonado las escuelas, y es el partido que en un solo mes del año pasado gasto 3.759 millones de guaraníes, casi un millón de dólares, en propagandas electorales en televisión.

La candidata actual de este partido para las próximas elecciones es Blanca Ovelar, que esta tercera en las encuestas, ex Ministra de Educación, que por cierto en su gestión una de las cosas más escandalosas que paso fue la corrupción en el Programa de meriendas escolares. Una candidata impuesta por el actual presidente tras su fallido intento de reelección, quiso hacer la enmienda a la constitución, pero no le salió el juego. El otro partido, UNACE (Unión Nacional de Colorados Éticos), que salió del ceno justamente del partido mencionado más arriba, el Partido Colorado, Pone como candidato a Lino Cesar Oviedo, que es la persona responsable de la masacre en el marzo paraguayo del 1999, donde murieron 8 jóvenes, que fue preso y sale para estas elecciones por pacto con el partido Colorado.

Otro partido que con candidato es el Partido Patria Querida (PQ) con Pedro Fadul, partido que en las elecciones del 2003 tres genero mucha simpatía en la gente, hasta el punto que alcanzo el segundo lugar en esas elecciones por sobre el partido Liberal, que es segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país. Es un partido conformado mayoritariamente por empresarios y por ende representa sus interés como tal.

No puedo dejar de mencionar que también los compañeros y compañeras de partidos de Izquierda también proponen candidatos para estas elecciones, uno de ellos es el Partido de los Trabajadores con Julio López y el otro partido es el partido Humanista, que sinceramente no conozco al candidato. Pero es importante, sin desmerecer el esfuerzo de lucho de estos compañeros, que tienen muy pocas posibilidades.

Por último y es seguro lo que quieren saber, de eso no tengo la menor duda. En candidato que hace templar al partido de gobierno, partido Colorado, que genera mucha esperanza en la gente y creemos que es el candidato más potable y ademas tiene posibilidades ciertas de ganar es Fernando Lugo, ex Obispo de san Pedro, tiene mucho trabajo de base con campesinos de esa zona. Es candidato de la Alianza Patriótica para el Cambio (APS), un espacio donde se encuentran diversos actores alrrededor de esta figura. Por ejemplo esta el Partido Liberal Radical Autentico (PLRA) que es el segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país, que es un partido de Derecha, también el Partido de Movimiento al Socialismo (P-MAS) partido de tendencia de Izquierda y con mucho trabajo con los jóvenes, también se encuentran movimientos campesinos, Sindicatos de Trabajadores, Centrales Obreras y otros…

Concluyendo Fernando Lugo tiene posibilidades ciertas de ganar las elecciones. Solo que nos tocara pelear contra la estructura de más de 60 años de gobierno. Nos tocara pelear contra un partido que saca su financiamiento de campaña de dos represas que se encuentran entre las siete maravillas del mundo, Itaipu y Yacyreta, el primero, según un muy buen economista de nuestro país, genera a nuestro país más 3mil millones de dólares anuales, plata que sabemos va para la campaña a favor de Blanca Ovelar, candidata del partido de Gobierno”.

Relacion con Italia

En los últimos meses se han concentrados varios hechos que fortalecen la relacion de Italia con Paraguay. El Viceministro de las relaciones exteriores con Latinoamerica Donato Di Santo del Gobierno Prodi ha encontrado Fernando Lugo, en april del 2007, gracias a un trabajo de lobbyng del Observatorio SELVAS.

Las autoridades italianas han pedido datos de cinco represores paraguayos, dos de los cuales ya fallecieron y uno está asilado en Honduras, como parte de un proceso abierto por la Operación Cóndor, el plan que coordinaron las dictaduras suramericanas en los años 70 y 80 para exterminar a los opositores, según informaron ayer fuentes oficiales paraguayas. El jefe de la filial local de la Interpol, comisario Armando Barboza, dijo a Radio Ñanduti que los investigados que ya fallecieron son Galo Longino Escobar y Alejandro Fretes Dávalos, quien en la época del dictador Alfredo Stroessner (1954-1989) fue comandante del Estado Mayor de las Fuerzas Armadas.

La petición, con fecha del 19 de diciembre del 2007, incluye además a Sabino Augusto Montanaro, ex ministro del Interior y refugiado en Honduras desde la caída de Stroessner; al ex jefe policial Alberto Buenaventura Cantero, que está en prisión, y a Rubén Sosa Arrúa, cuyo paradero se desconoce, afirmó Barboza.

El jefe policial señaló que la petición de la Interpol de Roma ha sido “para confirmar su domicilio, paradero o lugar de detención en el país” a fin de incorporar a esas personas a las 140 órdenes de arresto dictadas el pasado día 24 por la justicia italiana. Las órdenes fueron pedidas por el fiscal del Tribunal Penal de Roma, Giancarlo Capaldo, que lleva las investigaciones sobre la Operación Cóndor desde 1998, a raíz de las denuncias presentadas por los familiares de italianos que desaparecieron en Suramérica. Entre las órdenes de detención se encuentran las dirigidas contra el ex dictador argentino Jorge Rafael Videla y el ex responsable de la marina argentina, Emilio Massera, y Juan María Bordaberry, ex jefe de la junta militar en Uruguay.

El abogado paraguayo y activista de derechos humanos Martín Almada, descubridor, en 1992, de los archivos secretos de los organismos de la seguridad stronista, explicó que la orden de detención de represores argentinos, uruguayos y chilenos “constituye un balón de oxígeno navideño para nuestra lucha contra la impunidad en América Latina”, dijo Almada en un comunicado, anota El Pais de Madrid.

Necesita destacar que un grupo de senadores italianos (Francesco Martone, Josè Luiz Del Roio, Armando Cossutta, Giorgio Mele, Claudio Micheloni) ha escrito el 5 de diciembre del 2007 una carta para expresar que “como legisladores italianos preocupados de la promoción de los Derechos Humanos les escribimos para expresar nuestro apoyo al trabajo que esta realizando la "Comision de Verdad y Justicia del Paraguay". Aprendimos con preocupacion que la Comisión riesga la paralisis a causa de la falta de recursos financiarios. Creemos que apoyar un proceso de verdad y justicia es de fundamental importancia para el fortalecimiento de la democracia,con la convinciòn que el recupero de la memoria historica sea un paso esencial para la construccion de un futuro mejor. Reiterando nuestro convencido apoyo al trabajo de la Comision de Verdad y Justicia ,augurando pueda llegar a finalizar su cometido le enviamos nuestros mejores augurios”.

En Italia acaba de ser presentado el libro “Emboscada, las luchas campesinas en contra de la dictadura en Paraguay”, ediciones “Infinito Edizioni” (tel. 0039.06/93162414) de Roma. El autor es Norberto Bellini, protagonista de las Legas Agrarias que luchava por la reforma agraria y la democratizacion del Pais.

Mons. Mario Melanio Medina, presidente de la Co­mission “Verdad y Justicia” destaca en la introducción que “este libro de Bellini rompe finalmente el silencio que asedia Europa sobre Paraguay. Le agradezemos mucho por todos los paraguayos que han sufrido en silencio, las violencias de la dictadura”.

Los métodos de terror que empleó la dictadura de Alfredo Strossner y el Plan Condor están de vuelta hoy. A medida que se acercan las elecciones del 20 de abril y los sondeos dan como favorito al ex sacerdote Fernando Lugo, se incrementan la represión, la violencia, la persecución y la guerra sucia, orquestadas, según la oposición, desde las esferas oficiales. Los movimientos sociales de Latinoamerica y de Europa siguen alerta para defender la propuesta de cambio radical desde abajo que promueve Fernando Lugo y que va a construir una verdadera democracia en Paraguay.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Peru, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.



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