Mundo pode banir energia fóssil em 2090

Da Reuters, via Folha de S. Paulo - O mundo poderia eliminar os combustíveis fósseis em 2090, poupando US$ 18 trilhões e criando uma indústria de energia limpa de US$ 360 bilhões. A conclusão é de um relatório do Conselho Europeu de Energias Renováveis e da ONG Greenpeace. O estudo detalha como mudar a matriz energética para estabilizar o clima. Segundo ele, seria necessário investir US$ 14 trilhões em renováveis até 2030. Nesse período, só o custo do carvão mineral seria de US$ 15,9 trilhões.

Sant'Anna de Stazzema: o fascismo como mal absoluto

Em desrespeito cabal à memória das 560 pessoas violentadas, humilhados, torturadas, trucidadas e queimadas e das centenas de milhares de populares italianos golpeados pelo fascismo, nesse 7 de setembro de 2008, Gianni Alemanno, atual prefeito de Roma, declarou durante visita ao Museu do Holocausto, em Israel, que não houve mal absoluto no fascismo (...) Por Florence Carboni (*).


A Toscana é famosa por suas cidades medievais e renascentistas, como Florence, Arezzo, Volterra, Siena, e morros suaves recobertos de parreiras e oliveiras, dominados velhos casarões protegidos por altos ciprestes. Não é um estereótipo: essa Toscana existe e continua atraindo especuladores imobiliários e multidões de turistas interessados por seu precioso acervo artístico e suas belezas naturais.

No noroeste da região da Toscana, a cidade de Lucca, além de rico patrimônio arquitetônico, mantém ainda intactas suas muralhas renascentistas. Porém, nem toda a província de que Luca é capital parece-se às paisagens símbolos da Toscana. Quem avança de Lucca para o norte, depara-se com a Garfagnana, situada nos Alpes Apuanos, formação montanhosa que se destaca dos Apeninos setentrionais, avançando em direção à estreita planície da costa tirrênica, ao oeste, ao golfo de La Spezia, ao norte, e aos montes pisanos, ao sul.

Região Pobre, Pobre Região

Desde a Antiguidade, o subsolo singular dessa serra ensejou uma intensa atividade de mineração, com destaque para a extração do famoso mármore de Carrara. Nessa região pouco favorável à agricultura, a população sobreviveu sobretudo graças ao pastoreio e à exploração de produtos florestais, entre eles a castanha e sua farinha.

Chega-se a Sant’Anna, distrito do município de Stazzema, por uma das tantas estradas tortuosas que percorrem essa serra agreste. Sant’Anna di Stazzema tem poucos atrativos turísticos. Trata-se de uma aldeia de tipo “aberto”, comum a essas regiões serranas, formada por conjuntos de casas, em geral encravadas nas encostas dos morros altos e nos pequenos vales. No século 18, a edificação de uma pequena igreja deu origem ao centro dessa aldeia estendida.


Até agosto de 1944, a população de Sant’Anna era de uns quatrocentos habitantes, à qual se haviam agregado cerca de mil refugiados, provenientes do litoral da Versília e de outras regiões da península, ocupados pelos alemães. Em uma manhã de 12 de agosto daquele ano, praticamente toda a população da aldeia e quase duzentos refugiados foram massacrados em um dos tantos torpes crimes cometidos pelas tropas nazi-fascistas contra a população italiana.

República Fascista de Saló

Em 1943, após o desembarque dos Aliados na Sicília e a queda de Mussolini e do fascismo, o general Pietro Badoglio, que fora membro ativo do governo fascista, comandando as forças italianas na invasão da Etiópia, foi nomeado chefe do novo governo pelo rei Vittorio Emanuele. A esse título, assinou o armistício com os Aliados, em 8 de setembro de 1943, e fugiu, a seguir, junto com a família real, em direção ao sul da península, já livre dos alemães, deixando os habitantes da capital à mercê dos nazistas. A fuga do governo, que deixou o exército acéfalo, determinou a morte e a deportação nos campos nazistas de milhares de militares italianos.

Encarcerado pelos Aliados em julho de 1943, Mussolini foi libertado dois meses mais tarde pelos nazistas que, com o apoio do pequeno exército da República fascista de Salò, formada às pressas no norte da Itália, ocuparam a parte setentrional da península, de onde foram empurrados, cada vez mais para o norte, pela ação da guerrilha comunista italiana e das tropas aliadas, entre as quais encontravam-se os trinta mil soldados da Força Expedicionária Brasileira.

Após a liberação de Roma, em 4 de junho de 1944, as forças militares nazi-fascistas foram obrigadas a retroceder para uma nova linha defensiva [Linha Gótica] que atravessava a Itália de oeste a leste, do mar Tirreno ao Adriático, passando pelas regiões da Emília-Romanha e da Toscana, um pouco acima das cidades de Florence, Prato, Pistoia e Lucca.

Luta Guerrilheira

As zonas montanhosas do Apenino e dos Alpes Apuanos – e portanto da Garfagnana, onde se encontra Sant’Anna di Stazzema – constituíam refúgio privilegiado para as divisões da guerrilha comunista que, engrossadas crescentemente por ex-soldados italianos, lançavam freqüentes assaltos contra os ocupantes nazistas e seus cúmplices fascistas.


Para impedir que homens e mulheres se incorporassem à resistência, reprimir as ações da guerrilha e desalojar os combatentes de seus refúgios, os nazi-fascistas promoviam batidas sistemáticas nas aldeias de montanha, que serviam também para arrolar à força soldados para os exércitos da República de Salò, não hesitando em massacrar a população civil para mantê-la subjugada nem que fosse pelo terror.

Na manhã de 12 de agosto de 1944, a população de Sant’Anna di Stazzema possivelmente interpretou as notícias sobre a chegada, pela pequena estrada serrana, de uma coluna alemã, como mais uma operação para obter soldados para as forças armadas fascistas. Devido a isso, os homens esconderam-se em posições mais elevadas dos montes, permanecendo mulheres, velhos e crianças na aldeia.

Vingança contra a População

Ninguém imaginava o desdobramento dos sucessos. Os habitantes do núcleo central da pequena povoação foram despertados do sono por soldados alemães e administradores fascistas locais e reunidos diante da igreja, onde todos, homens e mulheres, velhos, adolescentes, crianças e bebês, foram sumariamente fuzilados e, a seguir, queimados. Outros foram perseguidos e executados enquanto se refugiavam na mata ou foram trucidados nas velhas e pobres casas de pedra, sendo queimados a seguir junto aos poucos móveis e animais.

Mais tarde, após longas horas escondidos em antigas minas e pedreiras da região, ao voltarem para suas casas, os homens encontraram um cenário de horror: só lhes restou enterrar as centenas de mortos em valas comuns e tentar reconstruir o que sobrara de suas casas, de seus campos, de suas vidas arrasadas pela bestialidade nazi-fascista.

O crime contra a pequena e desprotegida aldeia não foi um mero acesso de crueldade. Como boa parte das tropas nazi-fascistas da região, a divisão alemã responsável pelo massacre da população civil de Sant'Anna, vinha sendo duramente atacada pela resistência. Incapazes de reprimir e destruir essa guerrilha, vingaram-se simplesmente, de modo impiedoso, contra inermes mulheres, velhos, crianças e bebês.

Memória e Impunidade

Os parentes das vítimas e os poucos sobreviventes esperaram até 2005 para verem condenados à prisão perpétua dez ex-membros das SS que tinham seus nomes, junto com 405 outros responsáveis por crimes perpetrados contra a população civil italiana entre 1943-1945, registrados em 695 processos em poder da Justiça italiana desde o fim da guerra, mas mantidos sob segredo por pressão do governo USA, interessado no apoio dos conservadores alemães e italianos contra o movimento social e operário da península. Apenas em 1994, esses registros foram encontrados por acaso, num armário fechado.

Em inícios dos anos 2000, durante o processo penal que se desenvolveu no Tribunal Militar de La Spezia, alguns testemunhos – como Mauro Pieri, Lídia Pardini e Alba Battistini, que na época do massacre, ao qual escaparam milagrosamente, tinham 12 anos os dois primeiros e 15 a última –, atestaram formalmente que entre os algozes havia quem falasse italiano, até mesmo no dialeto e com o sotaque da região. Não houve investigação ou processo contra esses criminosos fascistas italianos.

Em desrespeito cabal à memória das 560 pessoas violentadas, humilhados, torturadas, trucidadas e queimadas e das centenas de milhares de populares italianos golpeados pelo fascismo, nesse 7 de setembro de 2008, Gianni Alemanno, atual prefeito de Roma, ex-militante do Movimento Social Italiano, partido neo-fascista fundado em 1946, e, após sua dissolução, da também direitista Aliança Nacional, declarou durante visita ao Museu do Holocausto, em Israel, que não houve mal absoluto no fascismo, mas apenas nas leis raciais que esse promoveu, segundo ele, em uma outra agressão à história, apenas cedendo à pressão de Hitler.
(*) Florence Carboni, 56, italiana, lingüista, é professora do curso de Letras da UFRGS.


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Sant'Anna de Stazzema: o fascismo como mal absoluto

Em desrespeito cabal à memória das 560 pessoas violentadas, humilhados, torturadas, trucidadas e queimadas e das centenas de milhares de populares italianos golpeados pelo fascismo, nesse 7 de setembro de 2008, Gianni Alemanno, atual prefeito de Roma, declarou durante visita ao Museu do Holocausto, em Israel, que não houve mal absoluto no fascismo (...) Por Florence Carboni (*).


A Toscana é famosa por suas cidades medievais e renascentistas, como Florence, Arezzo, Volterra, Siena, e morros suaves recobertos de parreiras e oliveiras, dominados velhos casarões protegidos por altos ciprestes. Não é um estereótipo: essa Toscana existe e continua atraindo especuladores imobiliários e multidões de turistas interessados por seu precioso acervo artístico e suas belezas naturais.

No noroeste da região da Toscana, a cidade de Lucca, além de rico patrimônio arquitetônico, mantém ainda intactas suas muralhas renascentistas. Porém, nem toda a província de que Luca é capital parece-se às paisagens símbolos da Toscana. Quem avança de Lucca para o norte, depara-se com a Garfagnana, situada nos Alpes Apuanos, formação montanhosa que se destaca dos Apeninos setentrionais, avançando em direção à estreita planície da costa tirrênica, ao oeste, ao golfo de La Spezia, ao norte, e aos montes pisanos, ao sul.

Região Pobre, Pobre Região

Desde a Antiguidade, o subsolo singular dessa serra ensejou uma intensa atividade de mineração, com destaque para a extração do famoso mármore de Carrara. Nessa região pouco favorável à agricultura, a população sobreviveu sobretudo graças ao pastoreio e à exploração de produtos florestais, entre eles a castanha e sua farinha.

Chega-se a Sant’Anna, distrito do município de Stazzema, por uma das tantas estradas tortuosas que percorrem essa serra agreste. Sant’Anna di Stazzema tem poucos atrativos turísticos. Trata-se de uma aldeia de tipo “aberto”, comum a essas regiões serranas, formada por conjuntos de casas, em geral encravadas nas encostas dos morros altos e nos pequenos vales. No século 18, a edificação de uma pequena igreja deu origem ao centro dessa aldeia estendida.


Até agosto de 1944, a população de Sant’Anna era de uns quatrocentos habitantes, à qual se haviam agregado cerca de mil refugiados, provenientes do litoral da Versília e de outras regiões da península, ocupados pelos alemães. Em uma manhã de 12 de agosto daquele ano, praticamente toda a população da aldeia e quase duzentos refugiados foram massacrados em um dos tantos torpes crimes cometidos pelas tropas nazi-fascistas contra a população italiana.

República Fascista de Saló

Em 1943, após o desembarque dos Aliados na Sicília e a queda de Mussolini e do fascismo, o general Pietro Badoglio, que fora membro ativo do governo fascista, comandando as forças italianas na invasão da Etiópia, foi nomeado chefe do novo governo pelo rei Vittorio Emanuele. A esse título, assinou o armistício com os Aliados, em 8 de setembro de 1943, e fugiu, a seguir, junto com a família real, em direção ao sul da península, já livre dos alemães, deixando os habitantes da capital à mercê dos nazistas. A fuga do governo, que deixou o exército acéfalo, determinou a morte e a deportação nos campos nazistas de milhares de militares italianos.

Encarcerado pelos Aliados em julho de 1943, Mussolini foi libertado dois meses mais tarde pelos nazistas que, com o apoio do pequeno exército da República fascista de Salò, formada às pressas no norte da Itália, ocuparam a parte setentrional da península, de onde foram empurrados, cada vez mais para o norte, pela ação da guerrilha comunista italiana e das tropas aliadas, entre as quais encontravam-se os trinta mil soldados da Força Expedicionária Brasileira.

Após a liberação de Roma, em 4 de junho de 1944, as forças militares nazi-fascistas foram obrigadas a retroceder para uma nova linha defensiva [Linha Gótica] que atravessava a Itália de oeste a leste, do mar Tirreno ao Adriático, passando pelas regiões da Emília-Romanha e da Toscana, um pouco acima das cidades de Florence, Prato, Pistoia e Lucca.

Luta Guerrilheira

As zonas montanhosas do Apenino e dos Alpes Apuanos – e portanto da Garfagnana, onde se encontra Sant’Anna di Stazzema – constituíam refúgio privilegiado para as divisões da guerrilha comunista que, engrossadas crescentemente por ex-soldados italianos, lançavam freqüentes assaltos contra os ocupantes nazistas e seus cúmplices fascistas.


Para impedir que homens e mulheres se incorporassem à resistência, reprimir as ações da guerrilha e desalojar os combatentes de seus refúgios, os nazi-fascistas promoviam batidas sistemáticas nas aldeias de montanha, que serviam também para arrolar à força soldados para os exércitos da República de Salò, não hesitando em massacrar a população civil para mantê-la subjugada nem que fosse pelo terror.

Na manhã de 12 de agosto de 1944, a população de Sant’Anna di Stazzema possivelmente interpretou as notícias sobre a chegada, pela pequena estrada serrana, de uma coluna alemã, como mais uma operação para obter soldados para as forças armadas fascistas. Devido a isso, os homens esconderam-se em posições mais elevadas dos montes, permanecendo mulheres, velhos e crianças na aldeia.

Vingança contra a População

Ninguém imaginava o desdobramento dos sucessos. Os habitantes do núcleo central da pequena povoação foram despertados do sono por soldados alemães e administradores fascistas locais e reunidos diante da igreja, onde todos, homens e mulheres, velhos, adolescentes, crianças e bebês, foram sumariamente fuzilados e, a seguir, queimados. Outros foram perseguidos e executados enquanto se refugiavam na mata ou foram trucidados nas velhas e pobres casas de pedra, sendo queimados a seguir junto aos poucos móveis e animais.

Mais tarde, após longas horas escondidos em antigas minas e pedreiras da região, ao voltarem para suas casas, os homens encontraram um cenário de horror: só lhes restou enterrar as centenas de mortos em valas comuns e tentar reconstruir o que sobrara de suas casas, de seus campos, de suas vidas arrasadas pela bestialidade nazi-fascista.

O crime contra a pequena e desprotegida aldeia não foi um mero acesso de crueldade. Como boa parte das tropas nazi-fascistas da região, a divisão alemã responsável pelo massacre da população civil de Sant'Anna, vinha sendo duramente atacada pela resistência. Incapazes de reprimir e destruir essa guerrilha, vingaram-se simplesmente, de modo impiedoso, contra inermes mulheres, velhos, crianças e bebês.

Memória e Impunidade

Os parentes das vítimas e os poucos sobreviventes esperaram até 2005 para verem condenados à prisão perpétua dez ex-membros das SS que tinham seus nomes, junto com 405 outros responsáveis por crimes perpetrados contra a população civil italiana entre 1943-1945, registrados em 695 processos em poder da Justiça italiana desde o fim da guerra, mas mantidos sob segredo por pressão do governo USA, interessado no apoio dos conservadores alemães e italianos contra o movimento social e operário da península. Apenas em 1994, esses registros foram encontrados por acaso, num armário fechado.

Em inícios dos anos 2000, durante o processo penal que se desenvolveu no Tribunal Militar de La Spezia, alguns testemunhos – como Mauro Pieri, Lídia Pardini e Alba Battistini, que na época do massacre, ao qual escaparam milagrosamente, tinham 12 anos os dois primeiros e 15 a última –, atestaram formalmente que entre os algozes havia quem falasse italiano, até mesmo no dialeto e com o sotaque da região. Não houve investigação ou processo contra esses criminosos fascistas italianos.

Em desrespeito cabal à memória das 560 pessoas violentadas, humilhados, torturadas, trucidadas e queimadas e das centenas de milhares de populares italianos golpeados pelo fascismo, nesse 7 de setembro de 2008, Gianni Alemanno, atual prefeito de Roma, ex-militante do Movimento Social Italiano, partido neo-fascista fundado em 1946, e, após sua dissolução, da também direitista Aliança Nacional, declarou durante visita ao Museu do Holocausto, em Israel, que não houve mal absoluto no fascismo, mas apenas nas leis raciais que esse promoveu, segundo ele, em uma outra agressão à história, apenas cedendo à pressão de Hitler.
(*) Florence Carboni, 56, italiana, lingüista, é professora do curso de Letras da UFRGS.


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Próximo Tribunal Permanente dos Povos será em Lima

Após os tribunais de Russells, nos anos 70, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros. Próxima sessão será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio. Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas. Conferência de imprensa apresenta relatos nesta quinta, dia 8 de maio, no Rio de Janeiro.
Agência Consciência.Net; clique aqui


Após os tribunais de Russells, nos anos de 1970, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Ele foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros.

A próxima sessão do TPP será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio, no marco de "Enlaçando Alternativas 3" - um encontro de organizações e movimentos sociais paralelo à Cúpula de Presidentes União Européia-América Latina e Caribe. O Tribunal julgará a atuação abusiva de empresas transnacionais européias na América Latina, principalmente a violação de direitos humanos, sociais, ambientais e trabalhistas, abordando o regime onde prevalece o poder das corporações sobre os direitos dos povos.

Organizações sociais da Europa e da América Latina pretendem demonstrar com isso que a União Européia vem sendo um importante motor da globalização neoliberal, com acordos de associação e investimento que estabelecem condições para que suas grandes empresas atuem de forma a desrespeitar os direitos dos nossos povos.

Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas no Tribunal dos Povos em Lima. Com isso, o Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, juntamente com o PACS - Políticas Alternativas para o Cone Sul, está organizando uma audiência pública "Rumo ao Tribunal dos Povos". Nesta audiência serão apresentados os testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil.

A apresentação dos casos acontecerá na próxima quinta-feira, dia 8 de maio, das 11h às 13h, no Sindipetro-RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Os seguintes casos serão apresentados durante a audiência:
  • CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico): Empresa alemã Thyssen-Krupp, envolvida na construção do grande complexo siderúrgico e portuário na Baia de Sepetiba, no Rio de Janeiro, com impactos diretos de poluição na Baía e denúncia de violência contra a comunidade de pescadores. Testemunhas: Pescadores da Baía de Sepetiba e Fórum de Meio Ambiente do Trabalhador.
  • Syngenta: A empresa suíça possui campos experimentais em diversas regiões do Brasil, em desacordo com a legislação de biossegurança e as normas ambientais, sendo que nenhuma das variedades produzidas pela Syngenta foi autorizada comercialmente. A empresa também é uma das transnacionais de biotecnologia que tem desenvolvido tecnologias genéticas de restrição de uso (terminator) e, ilegalmente, patenteou uma destas tecnologias no Brasil. Testemunhas: MST e Terra de Direitos.
  • Shell: Denunciada pelo impacto ambiental e sobre a saúde pública e ocupacional, atingindo toda a população de aproximadamente 45 mil habitantes no entorno do pool da empresa em São Paulo. Testemunhas: Representantes do Coletivo Alternativa Verde (CAVE) e do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no Estado de São Paulo (SIPETROL).
  • Suez: Impactos sócio-ambientais decorrentes da construção de usinas hidrelétricas no Brasil, em especial as Usinas de Estreito em Tocantins (em construção) e a de Cana Brava em Goías (já construída). Denunciada por provocar dívida ecológica e social em regiões complexas e vulneráveis do ponto de vista ambiental(Cerrado/Amazônia), com sofisticada sociodiversidade também ameaçada pelo avanço da fronteira econômica e da apropriação monopolista dos recursos naturais. Testemunhas: Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
  • Roche e Boheringer: Indústria farmacêutica denunciada por abuso em testes de medicamento, desrespeito à legislação nacional de quebra de direito de patentes. Denunciantes: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Rebrip.
  • Unilever: empresa de capital holandês e inglês, fabricante de diversas marcas e produtos de limpeza e alimentação. Denúncia de violação de direitos trabalhistas e sindicais no Brasil, Chile e Colômbia. Denunciantes: Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (ORIT).

Os organizadores convidam a imprensa, o povo, a militância social e ambientalista, os estudantes e acadêmicos, e toda a classe trabalhadora do estado do Rio de Janeiro a participarem desta importante audiência.

Audiência Pública
"Rumo ao Tribunal dos Povos" - testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil

Dia: 8 de maio
Local: SINDIPETRO/RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro
Hora: das 11h às 13h.

Contatos:
Ana Garcia: (21) 8111-9921
Sandra Quintela (21) 9292-6472

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Próximo Tribunal Permanente dos Povos será em Lima

Após os tribunais de Russells, nos anos 70, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros. Próxima sessão será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio. Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas. Conferência de imprensa apresenta relatos nesta quinta, dia 8 de maio, no Rio de Janeiro.
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Após os tribunais de Russells, nos anos de 1970, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Ele foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros.

A próxima sessão do TPP será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio, no marco de "Enlaçando Alternativas 3" - um encontro de organizações e movimentos sociais paralelo à Cúpula de Presidentes União Européia-América Latina e Caribe. O Tribunal julgará a atuação abusiva de empresas transnacionais européias na América Latina, principalmente a violação de direitos humanos, sociais, ambientais e trabalhistas, abordando o regime onde prevalece o poder das corporações sobre os direitos dos povos.

Organizações sociais da Europa e da América Latina pretendem demonstrar com isso que a União Européia vem sendo um importante motor da globalização neoliberal, com acordos de associação e investimento que estabelecem condições para que suas grandes empresas atuem de forma a desrespeitar os direitos dos nossos povos.

Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas no Tribunal dos Povos em Lima. Com isso, o Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, juntamente com o PACS - Políticas Alternativas para o Cone Sul, está organizando uma audiência pública "Rumo ao Tribunal dos Povos". Nesta audiência serão apresentados os testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil.

A apresentação dos casos acontecerá na próxima quinta-feira, dia 8 de maio, das 11h às 13h, no Sindipetro-RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Os seguintes casos serão apresentados durante a audiência:
  • CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico): Empresa alemã Thyssen-Krupp, envolvida na construção do grande complexo siderúrgico e portuário na Baia de Sepetiba, no Rio de Janeiro, com impactos diretos de poluição na Baía e denúncia de violência contra a comunidade de pescadores. Testemunhas: Pescadores da Baía de Sepetiba e Fórum de Meio Ambiente do Trabalhador.
  • Syngenta: A empresa suíça possui campos experimentais em diversas regiões do Brasil, em desacordo com a legislação de biossegurança e as normas ambientais, sendo que nenhuma das variedades produzidas pela Syngenta foi autorizada comercialmente. A empresa também é uma das transnacionais de biotecnologia que tem desenvolvido tecnologias genéticas de restrição de uso (terminator) e, ilegalmente, patenteou uma destas tecnologias no Brasil. Testemunhas: MST e Terra de Direitos.
  • Shell: Denunciada pelo impacto ambiental e sobre a saúde pública e ocupacional, atingindo toda a população de aproximadamente 45 mil habitantes no entorno do pool da empresa em São Paulo. Testemunhas: Representantes do Coletivo Alternativa Verde (CAVE) e do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no Estado de São Paulo (SIPETROL).
  • Suez: Impactos sócio-ambientais decorrentes da construção de usinas hidrelétricas no Brasil, em especial as Usinas de Estreito em Tocantins (em construção) e a de Cana Brava em Goías (já construída). Denunciada por provocar dívida ecológica e social em regiões complexas e vulneráveis do ponto de vista ambiental(Cerrado/Amazônia), com sofisticada sociodiversidade também ameaçada pelo avanço da fronteira econômica e da apropriação monopolista dos recursos naturais. Testemunhas: Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
  • Roche e Boheringer: Indústria farmacêutica denunciada por abuso em testes de medicamento, desrespeito à legislação nacional de quebra de direito de patentes. Denunciantes: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Rebrip.
  • Unilever: empresa de capital holandês e inglês, fabricante de diversas marcas e produtos de limpeza e alimentação. Denúncia de violação de direitos trabalhistas e sindicais no Brasil, Chile e Colômbia. Denunciantes: Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (ORIT).

Os organizadores convidam a imprensa, o povo, a militância social e ambientalista, os estudantes e acadêmicos, e toda a classe trabalhadora do estado do Rio de Janeiro a participarem desta importante audiência.

Audiência Pública
"Rumo ao Tribunal dos Povos" - testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil

Dia: 8 de maio
Local: SINDIPETRO/RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro
Hora: das 11h às 13h.

Contatos:
Ana Garcia: (21) 8111-9921
Sandra Quintela (21) 9292-6472

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Alemanha, 1968: sonhos e pesadelos de uma geração derrotada

Por Mário Maestri (*).

Já é habitual a apresentação pela editoria, cinematografia, grande mídia, etc. européia dos “Anos de Chumbo” como mero resultado da ação de jovens desajustados que, no contexto de cultura esquerdista da violência, entregaram-se à prática do terrorismo pelo gosto da aventura. A essa leitura associa-se agora a apresentação das jornadas de 1968, que cumprem quarenta anos, como gestação dos anos de violência vividos na década seguinte.

Na Alemanha, essa explicação ideológica daqueles complexos embates exige mergulho na mistificação, sobretudo porque os acontecimentos propiciados pela Banda Baader-Meinhof, principal grupo guerrilheiro da Alemanha Federal, iniciaram-se e concluíram-se com atos de sangue promovidos, não pelos terroristas derrotados, mas pelo Estado alemão vitorioso. Também devido ao epílogo dramático, a Fração do Exército Vermelho [RAF] assombra ainda a Alemanha, exigindo uma catarse histórica jamais realizada.

Execuções a Sangue Frio

Na madrugada de 7 de maio de 1977, Ulrike Meinhof, de 33 anos, a mais conhecida militante da RAF, foi morta na prisão por policiais ou militares alemães. Por solidariedade diante do inimigo comum, o mundo político europeu manteve silencio sobre o frio assassinato que reavivava a ferida ainda semi-aberta do excídio nazista. A execução exacerbou o esforço dos remanescentes da organização, em profundo isolamento social, para libertar os companheiros sob risco de morte na prisão.

Em 5 de setembro de 1977, um comando da RAF seqüestrou o patrão dos industrialistas da Alemanha, exigindo em troca militantes presos. Em 13 de outubro, comando da Frente Popular pela Libertação da Palestina, solidário, seqüestrou um Boeing 737 da Lufthansa com oitenta passageiros, para fortalecer o pedido de libertação dos presos. Na madrugada de 17 de outubro, comandos alemães assaltaram o avião, libertaram os passageiros, executando os guerrilheiros palestinos.

Na manhã do dia 18, três fundadores da RAF, Andréas Baader, Jan-Carl Raspe e Gundrun Ensslin, também foram mortos nas celas. O governo alemão apresentou as execuções como suicídios, sem preocupar-se em explicar como os presos obtiveram em cárceres de máxima segurança pistolas exclusivas das forças armadas e dispararam, à distância, em suas próprias nucas.

História para Jovens e Adultos

Em 2003, Alois Prinz publicou, na Alemanha, Desocupem as estradas dos sonhos: a vida de Ulrike Meinhof, lançado, em 2007, na Itália, pela editora Arcana. Com o livro, o jornalista alemão de 49 anos, autor de biografias para jovens, com sucesso entre os adultos, junta-se ao esforço permanente de justificação dos crimes de Estado e de encobrimento das jornadas anti-capitalistas dos anos 1960-1970 na Alemanha Federal. Jornadas de rica complexidade, envolvendo dezenas de milhares de ativistas e centenas de milhares de simpatizantes através de todo o país, nas quais as poucas dezenas de militantes da RAF assumiram caráter protagonista apenas devido à midiatização orquestrada pelo governo alemão na época.

A biografia aborda inicialmente as origens familiares e os primeiros anos de Ulrike Meinhof, que viveu até os dez anos sob o nazismo. Análise que apresenta, sem aprofundar, a dilaceração, no após-guerra, dos democratas e socialistas alemães, diante da reconstituição do Estado autoritário, expressão do grande capital que sustentara a barbárie nazista. Uma ordem democrática que, sob o comando das forças conservadoras, ilegalizou o Partido Comunista; proibiu o emprego público aos marxistas; institucionalizou o controle ideológico dos sindicatos; rearmou o país, exigindo o armamento atômico, sempre sob a hegemonia do imperialismo estadunidense.

À contextualização dos anos quarenta e cinqüenta segue-se entretanto uma muito avara abordagem do forte confronto político, ideológico e social vivido na Alemanha Federal nos anos de 1960 e 1970. Confronto estreitamente determinado pela atração-repulsão exercida pela República Democrática Alemã, quase ausente na abordagem. Para Alois Prinz, é como se os acontecimentos das décadas de sessenta e setenta não tivessem tido qualquer relação com a derrota e anexação da RDA, sob a pressão da avalanche neoliberal geral dos anos oitenta.

Os Grandes Ausentes

Alois Prinz praticamente não se refere ao movimento operário alemão, sob o controle de social-democracia ainda formalmente marxista mas já subordinada ao grande capital alemão e mundial, o que lhe permitiu ascender ao governo em 1969. Não há igualmente recapitulação pertinente da rica oposição, em boa parte revolucionária e anti-capitalista, de parte da juventude alemã, que se exprimiu criativamente no mundo das artes, da política, da cultura, do comportamento, etc. Realidades paradigmáticas como as “comunas” de Berlim são liquidadas pelo autor com referências sarcásticas e ideológicas.

A apresentação da esquerda bordeja ao caricatural. Os militantes incultos e desinteressados com o marxismo do autor chocam-se com geração que redescobriu a literatura marxiana e marxista, tradicional e heterodoxa, consumindo vorazmente autores como Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Erich Fromm, Georg Lukacs. Com a abordagem seletiva de debates da época, Alois Prinz apresenta o ativismo anticapitalista como negação da vida, que levaria inexoravelmente à melancolia, registrando o objetivo socialmente quietista desse livro destinado à juventude.

É também pobre a abordagem de temas essenciais como a União Socialista dos Universitários da Alemanha [SDS] e o atentado a Rudi Dutschke, líder da Oposição Extra-Parlamentar, em 11 de abril de 1968. Incentivado pelo grupo editorial Springer e possivelmente organizado pela polícia secreta alemã, o atentado motivou fortes manifestações estudantis através do país. Falecido em 24 de dezembro de 1979 devido às seqüelas do atentado, Rudi Dutschke opunha-se às propostas de “luta armada” propugnadas pela RAF. Seu movimento promoveu mobilizações de sessenta mil participantes, entre estudantes, operários e populares.

Grande Ausente

Em Desocupem as estradas dos sonhos, o principal e grande ausente é o enorme confronto da época entre o imperialismo estadunidense e seus aliados e o impulso revolucionário mundial que, após as vitórias da revolução anticolonial argelina e socialista cubana se espraiava através do mundo, incendiando Vietnã, Camboja, Palestina, Pérsia, Angola, etc. Confronto que explodiria, em maio de 1968, na França, levando o espectro da revolução operária ao coração duro da Europa Ocidental.

É precisamente a ignorância do confronto mundial entre o mundo do capital e do trabalho, que se expressava igualmente em forma oblíqua no embate entre Leste e Oeste, que permite ao autor apresentar a guerrilha urbana alemã como simples resultado da atração pela violência de jovens esquerdistas desorganizados para a vida. Os militantes da RAF de Alois Prinz são semi-adolescentes incultos, quase delinqüentes, como Baader, ou intelectuais protagonistas, de hábitos burgueses, frustrados por vida amorosa fracassada, como Ulrike Meinhof.

Sobretudo, os anti-heróis dessa aventura política dramática são péssimos pais, que doutrinam os filhos desde o nascimento para, a seguir, abandoná-los sem dó a todos os perigos imagináveis, a fim de dedicaram-se com maior liberdade à vida de guerrilheiros tresloucados. Abordado longamente com sentimentalismo pegajoso, o tema “filhos abandonados” demarca em forma gritante os objetivos do autor de vacinar afetivamente a juventude alemã atual contra o vírus do radicalismo anticapitalista.

Sem Coca-Cola, não é possível!

A desconstrução literária dos militantes da RAF é levada ao extremo também no relativo às capacidades de militantes. Absolutas nulidades políticas, como guerrilheiros são verdadeiros diletantes, chegando ao desplante de exigirem, em pleno campo de treinamento palestino, máquina distribuidora de Coca-Cola! O que não impede que, na vertigem da atração pela violência pura, segundo o autor, descubram uma forte “paixão pelas armas”.

A assinalada explicação dos sucessos abordados, como produto de idiossincrasias pessoais, à margem dos confrontos mundiais dos anos 1960 e 1970, fecha definitivamente a possibilidade de compreensão da gênese de pequenos grupos armados – e do apoio que conheceram, ainda que pontual e decrescente – como a RAF, na Alemanha; as Brigadas Vermelhas, na Itália; a Ação Direta, na França, etc. Grupos minúsculos que, sob influxo de uma forte crise social e política mundial, autodenominavam-se em forma protagonística vanguarda de combates operárias e populares dos quais mantinham-se estranhos e dissociados, orgânica e politicamente.

Ao abordar a vida dos militantes da RAF na prisão, Alois Prinz quase justifica as macabras experiências alemãs de longas reclusões à margem de estímulos visuais e sonoros, com o objetivo de destruir os prisioneiros, sem violências físicas direta, mais tarde generalizadas pelos estadunidenses, após o 11 de setembro. Violências que levaram os presos da RAF a greves de fome, como as empreendidas por Holger Meins que, com 1,83 de altura, morreu de inação, com 39 quilos, em novembro de 1974, contribuindo para que nova geração de ativistas seguisse em luta cada vez mais isolada e sectária.

Na conclusão de Desocupem as estradas dos sonhos: a vida de Ulrike Meinhof, já despudoradamente, Alois Prinz lava as mãos no que se refere à morte de sua biografada e de seus companheiros, avalizando tanto a possibilidade do suicídio, como a das execuções, questão, para ele, quase de menor importância. “[...] entre os companheiros e simpatizantes surgiu o suspeito que os detidos tivessem sido assassinados. A questão se e fosse tratado de homicídio ou suicídio tornou-se uma questão de fé.”

Uma História sem Fim?

Apenas em 1998, já desmobilizada, a RAF realizaria autocrítica parcial, ao anunciar sua dissolução: “A RAF foi uma tentativa revolucionária de uma minoria, em oposição à tendência da sociedade, de contribuir à modificação das relações capitalistas [...]. A conclusão deste projeto demonstra que não podíamos fazer daquele modo. Mas não renegamos a necessidade e a legitimidade da revolta.”

Nesse então era já claro que a luta iniciada em 1969-70, sobretudo após o enorme refluxo da vaga revolucionária e vitória mundial da contra-ofensiva neoliberal, favorecera apenas a demonização do ativismo social na Alemanha e a ampliação da legislação autoritária que se mantém, em boa parte, até hoje. Realidades que sugerem o sentido da instrumentação dos sucessos pelo Estado alemão, desde seus inícios. O próprio Alois Prinz assinala rapidamente que as primeiras armas e bombas obtidas pelos estudantes, após o assassinato do universitário Benno Ohnesorg, em 1967, por um policial, foram cedidas pelos serviços secretos alemães...

Em março de 2007, Brigitte Mohnhaupt, de 57 anos, membro da segunda geração da RAF, obteve liberdade condicional, após 24 anos de prisão. Três outros membros da RAF, Christian Klar, de 54 anos, Eva Sybille Haule, de 52, e Birgit Hogefeld, de 50, seguem ainda na prisão. A liberdade de Brigitte e a próxima libertação de seus companheiros, após cumprirem as penas exigidas pela lei aos condenados à prisão perpétua, ensejou campanha de imprensa e declarações de órgãos patronais denunciando a libertação de esquerdistas que, mesmo renegando os atos violentos incondicionais, não abdicaram de suas convicções sociais.

Imprensa e associações patronais que, com seu silêncio cúmplice, permitiram que, nas últimas três décadas, dezenas de milhares de oficiais, soldados e funcionários nazistas, responsáveis pelas mortes de milhões de civis, velhos, adultos e crianças, morressem gozando das pensões recebidas pelos serviços prestados ao Estado alemão. Um Estado que, até hoje, nega-se a conhecer suas responsabilidades e levar à justiça os responsáveis diretos e indiretos pelas execuções, a sangue frio, dos militantes da RAF, em maio e setembro de 1977.

(*) Mário Maestri, 59, é professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. É autor de, entre outros, Antonio Gramsci: vida e obra de um comunista revolucionário, escrito em associação com G. Candreva [São Paulo: Expressão Popular, 2007]. E-mail: maestri@via-rs.net

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Alemanha, 1968: sonhos e pesadelos de uma geração derrotada

Por Mário Maestri (*).

Já é habitual a apresentação pela editoria, cinematografia, grande mídia, etc. européia dos “Anos de Chumbo” como mero resultado da ação de jovens desajustados que, no contexto de cultura esquerdista da violência, entregaram-se à prática do terrorismo pelo gosto da aventura. A essa leitura associa-se agora a apresentação das jornadas de 1968, que cumprem quarenta anos, como gestação dos anos de violência vividos na década seguinte.

Na Alemanha, essa explicação ideológica daqueles complexos embates exige mergulho na mistificação, sobretudo porque os acontecimentos propiciados pela Banda Baader-Meinhof, principal grupo guerrilheiro da Alemanha Federal, iniciaram-se e concluíram-se com atos de sangue promovidos, não pelos terroristas derrotados, mas pelo Estado alemão vitorioso. Também devido ao epílogo dramático, a Fração do Exército Vermelho [RAF] assombra ainda a Alemanha, exigindo uma catarse histórica jamais realizada.

Execuções a Sangue Frio

Na madrugada de 7 de maio de 1977, Ulrike Meinhof, de 33 anos, a mais conhecida militante da RAF, foi morta na prisão por policiais ou militares alemães. Por solidariedade diante do inimigo comum, o mundo político europeu manteve silencio sobre o frio assassinato que reavivava a ferida ainda semi-aberta do excídio nazista. A execução exacerbou o esforço dos remanescentes da organização, em profundo isolamento social, para libertar os companheiros sob risco de morte na prisão.

Em 5 de setembro de 1977, um comando da RAF seqüestrou o patrão dos industrialistas da Alemanha, exigindo em troca militantes presos. Em 13 de outubro, comando da Frente Popular pela Libertação da Palestina, solidário, seqüestrou um Boeing 737 da Lufthansa com oitenta passageiros, para fortalecer o pedido de libertação dos presos. Na madrugada de 17 de outubro, comandos alemães assaltaram o avião, libertaram os passageiros, executando os guerrilheiros palestinos.

Na manhã do dia 18, três fundadores da RAF, Andréas Baader, Jan-Carl Raspe e Gundrun Ensslin, também foram mortos nas celas. O governo alemão apresentou as execuções como suicídios, sem preocupar-se em explicar como os presos obtiveram em cárceres de máxima segurança pistolas exclusivas das forças armadas e dispararam, à distância, em suas próprias nucas.

História para Jovens e Adultos

Em 2003, Alois Prinz publicou, na Alemanha, Desocupem as estradas dos sonhos: a vida de Ulrike Meinhof, lançado, em 2007, na Itália, pela editora Arcana. Com o livro, o jornalista alemão de 49 anos, autor de biografias para jovens, com sucesso entre os adultos, junta-se ao esforço permanente de justificação dos crimes de Estado e de encobrimento das jornadas anti-capitalistas dos anos 1960-1970 na Alemanha Federal. Jornadas de rica complexidade, envolvendo dezenas de milhares de ativistas e centenas de milhares de simpatizantes através de todo o país, nas quais as poucas dezenas de militantes da RAF assumiram caráter protagonista apenas devido à midiatização orquestrada pelo governo alemão na época.

A biografia aborda inicialmente as origens familiares e os primeiros anos de Ulrike Meinhof, que viveu até os dez anos sob o nazismo. Análise que apresenta, sem aprofundar, a dilaceração, no após-guerra, dos democratas e socialistas alemães, diante da reconstituição do Estado autoritário, expressão do grande capital que sustentara a barbárie nazista. Uma ordem democrática que, sob o comando das forças conservadoras, ilegalizou o Partido Comunista; proibiu o emprego público aos marxistas; institucionalizou o controle ideológico dos sindicatos; rearmou o país, exigindo o armamento atômico, sempre sob a hegemonia do imperialismo estadunidense.

À contextualização dos anos quarenta e cinqüenta segue-se entretanto uma muito avara abordagem do forte confronto político, ideológico e social vivido na Alemanha Federal nos anos de 1960 e 1970. Confronto estreitamente determinado pela atração-repulsão exercida pela República Democrática Alemã, quase ausente na abordagem. Para Alois Prinz, é como se os acontecimentos das décadas de sessenta e setenta não tivessem tido qualquer relação com a derrota e anexação da RDA, sob a pressão da avalanche neoliberal geral dos anos oitenta.

Os Grandes Ausentes

Alois Prinz praticamente não se refere ao movimento operário alemão, sob o controle de social-democracia ainda formalmente marxista mas já subordinada ao grande capital alemão e mundial, o que lhe permitiu ascender ao governo em 1969. Não há igualmente recapitulação pertinente da rica oposição, em boa parte revolucionária e anti-capitalista, de parte da juventude alemã, que se exprimiu criativamente no mundo das artes, da política, da cultura, do comportamento, etc. Realidades paradigmáticas como as “comunas” de Berlim são liquidadas pelo autor com referências sarcásticas e ideológicas.

A apresentação da esquerda bordeja ao caricatural. Os militantes incultos e desinteressados com o marxismo do autor chocam-se com geração que redescobriu a literatura marxiana e marxista, tradicional e heterodoxa, consumindo vorazmente autores como Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Erich Fromm, Georg Lukacs. Com a abordagem seletiva de debates da época, Alois Prinz apresenta o ativismo anticapitalista como negação da vida, que levaria inexoravelmente à melancolia, registrando o objetivo socialmente quietista desse livro destinado à juventude.

É também pobre a abordagem de temas essenciais como a União Socialista dos Universitários da Alemanha [SDS] e o atentado a Rudi Dutschke, líder da Oposição Extra-Parlamentar, em 11 de abril de 1968. Incentivado pelo grupo editorial Springer e possivelmente organizado pela polícia secreta alemã, o atentado motivou fortes manifestações estudantis através do país. Falecido em 24 de dezembro de 1979 devido às seqüelas do atentado, Rudi Dutschke opunha-se às propostas de “luta armada” propugnadas pela RAF. Seu movimento promoveu mobilizações de sessenta mil participantes, entre estudantes, operários e populares.

Grande Ausente

Em Desocupem as estradas dos sonhos, o principal e grande ausente é o enorme confronto da época entre o imperialismo estadunidense e seus aliados e o impulso revolucionário mundial que, após as vitórias da revolução anticolonial argelina e socialista cubana se espraiava através do mundo, incendiando Vietnã, Camboja, Palestina, Pérsia, Angola, etc. Confronto que explodiria, em maio de 1968, na França, levando o espectro da revolução operária ao coração duro da Europa Ocidental.

É precisamente a ignorância do confronto mundial entre o mundo do capital e do trabalho, que se expressava igualmente em forma oblíqua no embate entre Leste e Oeste, que permite ao autor apresentar a guerrilha urbana alemã como simples resultado da atração pela violência de jovens esquerdistas desorganizados para a vida. Os militantes da RAF de Alois Prinz são semi-adolescentes incultos, quase delinqüentes, como Baader, ou intelectuais protagonistas, de hábitos burgueses, frustrados por vida amorosa fracassada, como Ulrike Meinhof.

Sobretudo, os anti-heróis dessa aventura política dramática são péssimos pais, que doutrinam os filhos desde o nascimento para, a seguir, abandoná-los sem dó a todos os perigos imagináveis, a fim de dedicaram-se com maior liberdade à vida de guerrilheiros tresloucados. Abordado longamente com sentimentalismo pegajoso, o tema “filhos abandonados” demarca em forma gritante os objetivos do autor de vacinar afetivamente a juventude alemã atual contra o vírus do radicalismo anticapitalista.

Sem Coca-Cola, não é possível!

A desconstrução literária dos militantes da RAF é levada ao extremo também no relativo às capacidades de militantes. Absolutas nulidades políticas, como guerrilheiros são verdadeiros diletantes, chegando ao desplante de exigirem, em pleno campo de treinamento palestino, máquina distribuidora de Coca-Cola! O que não impede que, na vertigem da atração pela violência pura, segundo o autor, descubram uma forte “paixão pelas armas”.

A assinalada explicação dos sucessos abordados, como produto de idiossincrasias pessoais, à margem dos confrontos mundiais dos anos 1960 e 1970, fecha definitivamente a possibilidade de compreensão da gênese de pequenos grupos armados – e do apoio que conheceram, ainda que pontual e decrescente – como a RAF, na Alemanha; as Brigadas Vermelhas, na Itália; a Ação Direta, na França, etc. Grupos minúsculos que, sob influxo de uma forte crise social e política mundial, autodenominavam-se em forma protagonística vanguarda de combates operárias e populares dos quais mantinham-se estranhos e dissociados, orgânica e politicamente.

Ao abordar a vida dos militantes da RAF na prisão, Alois Prinz quase justifica as macabras experiências alemãs de longas reclusões à margem de estímulos visuais e sonoros, com o objetivo de destruir os prisioneiros, sem violências físicas direta, mais tarde generalizadas pelos estadunidenses, após o 11 de setembro. Violências que levaram os presos da RAF a greves de fome, como as empreendidas por Holger Meins que, com 1,83 de altura, morreu de inação, com 39 quilos, em novembro de 1974, contribuindo para que nova geração de ativistas seguisse em luta cada vez mais isolada e sectária.

Na conclusão de Desocupem as estradas dos sonhos: a vida de Ulrike Meinhof, já despudoradamente, Alois Prinz lava as mãos no que se refere à morte de sua biografada e de seus companheiros, avalizando tanto a possibilidade do suicídio, como a das execuções, questão, para ele, quase de menor importância. “[...] entre os companheiros e simpatizantes surgiu o suspeito que os detidos tivessem sido assassinados. A questão se e fosse tratado de homicídio ou suicídio tornou-se uma questão de fé.”

Uma História sem Fim?

Apenas em 1998, já desmobilizada, a RAF realizaria autocrítica parcial, ao anunciar sua dissolução: “A RAF foi uma tentativa revolucionária de uma minoria, em oposição à tendência da sociedade, de contribuir à modificação das relações capitalistas [...]. A conclusão deste projeto demonstra que não podíamos fazer daquele modo. Mas não renegamos a necessidade e a legitimidade da revolta.”

Nesse então era já claro que a luta iniciada em 1969-70, sobretudo após o enorme refluxo da vaga revolucionária e vitória mundial da contra-ofensiva neoliberal, favorecera apenas a demonização do ativismo social na Alemanha e a ampliação da legislação autoritária que se mantém, em boa parte, até hoje. Realidades que sugerem o sentido da instrumentação dos sucessos pelo Estado alemão, desde seus inícios. O próprio Alois Prinz assinala rapidamente que as primeiras armas e bombas obtidas pelos estudantes, após o assassinato do universitário Benno Ohnesorg, em 1967, por um policial, foram cedidas pelos serviços secretos alemães...

Em março de 2007, Brigitte Mohnhaupt, de 57 anos, membro da segunda geração da RAF, obteve liberdade condicional, após 24 anos de prisão. Três outros membros da RAF, Christian Klar, de 54 anos, Eva Sybille Haule, de 52, e Birgit Hogefeld, de 50, seguem ainda na prisão. A liberdade de Brigitte e a próxima libertação de seus companheiros, após cumprirem as penas exigidas pela lei aos condenados à prisão perpétua, ensejou campanha de imprensa e declarações de órgãos patronais denunciando a libertação de esquerdistas que, mesmo renegando os atos violentos incondicionais, não abdicaram de suas convicções sociais.

Imprensa e associações patronais que, com seu silêncio cúmplice, permitiram que, nas últimas três décadas, dezenas de milhares de oficiais, soldados e funcionários nazistas, responsáveis pelas mortes de milhões de civis, velhos, adultos e crianças, morressem gozando das pensões recebidas pelos serviços prestados ao Estado alemão. Um Estado que, até hoje, nega-se a conhecer suas responsabilidades e levar à justiça os responsáveis diretos e indiretos pelas execuções, a sangue frio, dos militantes da RAF, em maio e setembro de 1977.

(*) Mário Maestri, 59, é professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. É autor de, entre outros, Antonio Gramsci: vida e obra de um comunista revolucionário, escrito em associação com G. Candreva [São Paulo: Expressão Popular, 2007]. E-mail: maestri@via-rs.net

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Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos.

El candidato presidencial por la Alianza Patriótica para el Cambio, Fernando Lugo, lamentó el atentado sufrido por el apoderado del movimiento Tekojoja (www.tekojoja.org.py), Alfredo Ávalos en la ciudad de Curuguaty, el pasado 9 de april. “Ojalá que el ambiente político no sea la causa de tanta violencia y tanta muerte, yo creo en la política sana que reivindique los grandes valores y derechos humanos y nos duele que un dirigente político sea atentado de esta manera con el signo de la mafia fronteriza y me duele mucho, en este momento se debe abrir una gran investigación de eso y ver de donde viene este tipo de atentados y sus causas”, señaló.

El ex obispo exponente de la teologia de la liberacin, sin embargo, no descartó que el ataque al comunicador, tenga trasfondos políticos. “No se descarta, por el ambiente, político que vivimos, por la forma, por el testimonio de esta persona, un colega radial que se ha comprometido y ha denunciado con la comunidad, es un poco la suerte de los que quieren un país mejor y los que con su trabajo denuncian todo tipo de irregularidades e injusticias, es un poco el riesgo también que se corre”, mencionó La Alianza Patriótica para el Cambio (APC), también emitió ayer un comunicado que repudia “el hecho de muerte en Curuguaty” y las heridas de bala que ha recibido el dirigente y apoderado por Tekojoja por parte de “matones”, hecho que “se inscribe en la campaña del miedo” de “los que temen perder el poder”, y en este sentido menciona a “los grupos mafiosos”.

El comunicado expresa que “a estas alturas de la campaña electoral, la sucesión de hechos indica claramente que, ante la impotencia y prepotencia de los grupos mafiosos en el poder, estos han optado por seguir el camino de la ilegalidad, de las balas y el de una montaña de mentiras, con el objetivo siempre presente de seguir robando los recursos públicos y ampararse en la impunidad”. Manifiesta también que dentro de “la campaña del miedo”, se inscribe el asesinato de otro activista de Tekojoja, “Geraldino Rotela, en Caazapá”, ocurrido el pasado 24 de febrero”, como también, “las constantes agresiones a simpatizantes del P-Mas, a los de Tekojoja y la quema de carteles del PLRA y otro tipo de persecuciones, que avalan nuestra posición”, destaca “La Nacion” del 10 de abril.

El sábado 24 de febrero, Geraldino Rotela Miranda y su hermano Emanuel fueron atacados en un camino vecinal en el distrito paraguayo de Caazapá. Mientras atravesaban el camino en una motocicleta, dos hombres armados dispararon contra ellos, provocando la muerte de Geraldino, de 32 años de edad, e hiriendo gravemente a Emanuel, de 21. Ambos hermanos eran referentes en su comunidad del Movimiento Popular Tekojoja, el cual fue fundado por movimientos sociales, campesinos, sindicalistas e indígenas, y apoya la candidatura a la presidencia de Paraguay del ex obispo de San Pedro, Fernando Lugo.

Voceros de Tekojoja afirmaron que se trata de un crimen político para intentar infundir miedo en la población previo a las elecciones nacionales, que se llevarán a cabo el 20 de abril. En una conferencia brindada por Ricardo Canese, integrante del Movimiento Tekojoja, se calificó al crimen como “terrorismo de Estado”, y se recordaron las diversas amenazas que han sufrido los dirigentes de Tekojoja en los últimos días.“Tenemos una fuerte presunción de un contenido político dentro de esto, inclusive un terrorismo de Estado que estaría detrás de esto, no tenemos confianza en la justicia ni en el Ministerio del Interior, y vamos a pedir la intervención de Derechos Humanos para garantizar el debido proceso”, afirmó Canese, en declaraciones que reproduce el diario La Nación de Paraguay.

La COORDINADORA DE LUCHADORES Y VÍCTIMAS DE LA DICTADURA CODELUCHA y otras organizaciones sociales han difundido un comunicado donde “condenan los siguientes hechos atentatorios a los Derechos Humanos en el marco de la escalada persecutoria a los movimientos sociales y políticos en el Paraguay. En la noche del sábado 23 de febrero, emboscada y asesinato de Geraldino Rotela, dirigente de un asentamiento campesino y referente político del Movimiento Popular Tekojojá en la jurisdicción de San Juan Nepomuceno, Departamento de Caazapá. Su hermano, Emmanuel Rotela, que también resultó con heridas de bala ha referido que uno de los asesinos dio la orden violenta de matar sin mediar palabras;
Una semana y media atrás, el desalojo violento de campesinos del asentamiento "13 de Mayo" de Edelira, en el Departamento de Itapúa, de la mano de la policía con su secuela de detenciones. Igual suerte corrieron otros dirigentes locales y nacionales, actualmente candidatos de la Alianza Patriótica Socialista, interesados en la suerte de los afectados.

La fiscalía imputó rápidamente a los campesinos que son candidatos por dicha Alianza en dicho Departamento al sur del país. Por segunda vez y en la noche del sábado 23 de febrero, en otra variante de la anterior que fue la colocación de una granada de guerra no accionada y ahora con una pintada de la cruz svástica por la casa de Sonia Aquino, dirigente de la Coordinadora de Luchadores y Víctimas de la Dictadura, y que se extendió dicha pintada con los mismos símbolos nazis por el local del Partido del Movimiento al Socialismo (P-MAS), en pleno centro de Barrio Obrero donde habitualmente hay control policial.

El Movimiento Popular Tekojoja denunció el 8 de abril en conferencia de prensa la larga guerra sucia que impulsa el gobierno de Nicanor Duarte Frutos – y sus títeres de turno como Lino Oviedo contra Fernando Lugo, candidato de la APC. Acusaciones de secuestros, asesinatos, pertenencia a las FARC, son parte constante de una campaña que busca atentar contra las posibilidades de victoria de Lugo el 20 de abril.

Reaccion del parlamento europeo

Gaby Küppers, Coordinadora de la oficina por las relaciones con Latinoamerica de los Verdes Greens/EFA Group en el Parlamento Europeo, ha declarado al Observatorio SELVAS desde Bruxelles el 28 de febrero que “en el Parlamento Europeo seguimos con mucho interés el proceso electoral en Paraguay. Hace apenas una semana que los diputados de la delegación con el Mercosur se reunieron con el Foro Consultivo Económico y Social del Mercosur. Los representantes de Paraguay subrayaron en esta ocasión que, si bien existe por primera vez la chance de salir de más de 60 años de dictadura y conservadurismo del Partido Colorado, la oligarquía de los grandes terratenientes hace todo por impedir la victoria del candidato Fernando Lugo, quien representa la esperanza de los campesinos y pobres trabajadores.

Los incidentes violentos de estos días muestran el peligro que corren los y las que luchan por obtener la democracia. Los Verdes en el PE condenan los desalojos y el asesinato de hace algunos días en Caazipá e Itapúa y piden una investigación exhaustiva como también el castigo de los culpables. Sin duda, la Unión Europea va a enviar una delegación de observación electoral como muestra de que la Comunidad Internacional insiste en el respeto de los derechos humanos frente a todos sus socios políticos y económicos”.

Eric Sottas, Director de la Organización Mundial Contra la Tortura (OMCT – www.omct) ha declarado desde Ginebra a SELVAS que “ “el asesinato de Geraldino Rotela Miranda y las heridas infligidas a su hermano Emanuel son la manifestación particularmente cobarde de personas o grupos que no pueden tolerar una acción pacífica en favor de los sectores populares. Esta muerte, que no puede quedar impune, no debe paralizar la lucha contra la injusticia sino más bien dinamizarla".

El candidato presidencial Fernando Lugo ha respuesto el 5 de april en solicitud de SELVAS que “ha sido fundamental el pronunciamiento del bloque verde del Parlamento Europeo, para frenar la violencia política que ha acabado con la vida de Geraldino Rotela. En gran parte, por dicha acción solidaria la violencia no se ha extendido a niveles más graves, si bien continúan acciones de amedrentamiento antidemocráticas y hasta claramente fascistas. Le solicitamos permanezcan atentos, pues sòlo con vuestra solidaridad el pueblo paraguayo podrà elegir libremente a sus gobernantes. También vemos muy positivamente la preocupaciòn del Observatorio Mundial sobre defensores de Derechos Humanos, con sede en Ginebra. Si no recibieron invitación aún, le solicitamos puedan asistir como observadores internacionales en las próximas elecciones del 20 de abril. Ello mucho ayudará a que seamos los paraguayos los que decidamos libremente quiénes nos representarán”.

Durante el seminario internacional “América Latina: protagonismo popular, soberanía e integración” realizado en Asunción Del 28 de febrero al 1° de marzo de 2008, el Observatorio SELVAS (su presidente es el destacado periodista italiano Martin Iglesias que ha investigado mucho sobre el Plan Condor y la responsabilidad de Henry Kissinger) ha enviado una carta a Fernando Lugo donde se destaca que “la amistad con Mercedes Canese (asesora diversas organizaciones sociales, entre ellas, el Foro Popular por la Energía) nos ha permitido conocer mas de acerca Paraguay; el año pasado como SELVAS hemos lanzado un llamado de solidaridad al hermano y compañero Fernando Lugo frente a los ataques del Vaticano, gracias al compromiso de Manfredo Pavóni Gay (lea entrevista a Lugo).

En esta ocasión el Observatorio SELVAS expresa su profunda solidaridad a Fernando Lugo y al Movimiento TEKOJOJA que esta sufriendo grave persecución.

El Observatorio SELVAS, a través de la prensa italiana e internacional, esta solicitando al Gobierno de Paraguay “que respete el derecho a la vida y a la libertad de sus ciudadanos que están construyendo una alternativa de justicia y de cambio social para Paraguay”.

Mercedes Canese ha declarado que “en la apertura del seminario Ricardo Canese, responsable de las relaciones internacionales del Movimiento TEKOJOJA dio lectura de los comunicados de solidaridad que nos enviaste, comunicados que fueron ovacionados por el público. Es muy importante este trabajo di visibilidad internacional que esta realizando el Observatorio SELVAS”.

El Eurodeputado Jens Holm - GUE/NGL (www.jensholm.se) ha declarado a SELVAS el 14 de april que “la represión me parece terrible, pero reconozco los métodos de países semi-fascistas como Colombia. Quiero dar mi pleno respaldo al Monseñor Lugo. Espero que la represión no pare el pueblo valiente de Paraguay. Con Lugo se dará las posibilidades de construir una nueva sociedad”.

Paul Emile Dupret – GUE/NGL (www.guengl.org) ha reconocido la gravedad de la situacion y ha senalado a SELVAS que va a activarse, considerando que Luisa Morgantini, Vice Presidenta del Parlamento Europeo y miembro del grupo GUE/NGL (www.luisamorgantini.net) tiene la delega por los derechos humanos.

La lectura de los movimientos sociales

El Observatorio SELVAS ha entrevistado Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Ninos y Adolescentes Trabajadores de Paraguay CONNATs, que ofrece una lectura desde la perspectiva de los movimientos sociales que apoyan masivamente Lugo.

“Como muchos saben en nuestro país el próximo 20 de abril son las elecciones generales, donde una ves más las personas tendremos la posibilidad de ejercer nuestra “CIUDADANIA”, donde por cierto los que aun no han alcanzado la mayoría de edad no lo podrán ejercer, o sea los que todavía no son “CIUDADANOS”.

Nuestro país históricamente, más de 60 años y hasta ahora, fue mal administrado por el Partido Colorado, el partido que esta en el gobierno y dirigido por Nicanor Duartes Frutos, actual presidente de la Republica. Este gobierno es el responsable de que en nuestro país existamos casi 3.000.000 millones de personas pobres, que el año pasado 55.000 Niños, Niñas y Adolescentes hayan abandonado las escuelas, y es el partido que en un solo mes del año pasado gasto 3.759 millones de guaraníes, casi un millón de dólares, en propagandas electorales en televisión.

La candidata actual de este partido para las próximas elecciones es Blanca Ovelar, que esta tercera en las encuestas, ex Ministra de Educación, que por cierto en su gestión una de las cosas más escandalosas que paso fue la corrupción en el Programa de meriendas escolares. Una candidata impuesta por el actual presidente tras su fallido intento de reelección, quiso hacer la enmienda a la constitución, pero no le salió el juego. El otro partido, UNACE (Unión Nacional de Colorados Éticos), que salió del ceno justamente del partido mencionado más arriba, el Partido Colorado, Pone como candidato a Lino Cesar Oviedo, que es la persona responsable de la masacre en el marzo paraguayo del 1999, donde murieron 8 jóvenes, que fue preso y sale para estas elecciones por pacto con el partido Colorado.

Otro partido que con candidato es el Partido Patria Querida (PQ) con Pedro Fadul, partido que en las elecciones del 2003 tres genero mucha simpatía en la gente, hasta el punto que alcanzo el segundo lugar en esas elecciones por sobre el partido Liberal, que es segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país. Es un partido conformado mayoritariamente por empresarios y por ende representa sus interés como tal.

No puedo dejar de mencionar que también los compañeros y compañeras de partidos de Izquierda también proponen candidatos para estas elecciones, uno de ellos es el Partido de los Trabajadores con Julio López y el otro partido es el partido Humanista, que sinceramente no conozco al candidato. Pero es importante, sin desmerecer el esfuerzo de lucho de estos compañeros, que tienen muy pocas posibilidades.

Por último y es seguro lo que quieren saber, de eso no tengo la menor duda. En candidato que hace templar al partido de gobierno, partido Colorado, que genera mucha esperanza en la gente y creemos que es el candidato más potable y ademas tiene posibilidades ciertas de ganar es Fernando Lugo, ex Obispo de san Pedro, tiene mucho trabajo de base con campesinos de esa zona. Es candidato de la Alianza Patriótica para el Cambio (APS), un espacio donde se encuentran diversos actores alrrededor de esta figura. Por ejemplo esta el Partido Liberal Radical Autentico (PLRA) que es el segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país, que es un partido de Derecha, también el Partido de Movimiento al Socialismo (P-MAS) partido de tendencia de Izquierda y con mucho trabajo con los jóvenes, también se encuentran movimientos campesinos, Sindicatos de Trabajadores, Centrales Obreras y otros…

Concluyendo Fernando Lugo tiene posibilidades ciertas de ganar las elecciones. Solo que nos tocara pelear contra la estructura de más de 60 años de gobierno. Nos tocara pelear contra un partido que saca su financiamiento de campaña de dos represas que se encuentran entre las siete maravillas del mundo, Itaipu y Yacyreta, el primero, según un muy buen economista de nuestro país, genera a nuestro país más 3mil millones de dólares anuales, plata que sabemos va para la campaña a favor de Blanca Ovelar, candidata del partido de Gobierno”.

Relacion con Italia

En los últimos meses se han concentrados varios hechos que fortalecen la relacion de Italia con Paraguay. El Viceministro de las relaciones exteriores con Latinoamerica Donato Di Santo del Gobierno Prodi ha encontrado Fernando Lugo, en april del 2007, gracias a un trabajo de lobbyng del Observatorio SELVAS.

Las autoridades italianas han pedido datos de cinco represores paraguayos, dos de los cuales ya fallecieron y uno está asilado en Honduras, como parte de un proceso abierto por la Operación Cóndor, el plan que coordinaron las dictaduras suramericanas en los años 70 y 80 para exterminar a los opositores, según informaron ayer fuentes oficiales paraguayas. El jefe de la filial local de la Interpol, comisario Armando Barboza, dijo a Radio Ñanduti que los investigados que ya fallecieron son Galo Longino Escobar y Alejandro Fretes Dávalos, quien en la época del dictador Alfredo Stroessner (1954-1989) fue comandante del Estado Mayor de las Fuerzas Armadas.

La petición, con fecha del 19 de diciembre del 2007, incluye además a Sabino Augusto Montanaro, ex ministro del Interior y refugiado en Honduras desde la caída de Stroessner; al ex jefe policial Alberto Buenaventura Cantero, que está en prisión, y a Rubén Sosa Arrúa, cuyo paradero se desconoce, afirmó Barboza.

El jefe policial señaló que la petición de la Interpol de Roma ha sido “para confirmar su domicilio, paradero o lugar de detención en el país” a fin de incorporar a esas personas a las 140 órdenes de arresto dictadas el pasado día 24 por la justicia italiana. Las órdenes fueron pedidas por el fiscal del Tribunal Penal de Roma, Giancarlo Capaldo, que lleva las investigaciones sobre la Operación Cóndor desde 1998, a raíz de las denuncias presentadas por los familiares de italianos que desaparecieron en Suramérica. Entre las órdenes de detención se encuentran las dirigidas contra el ex dictador argentino Jorge Rafael Videla y el ex responsable de la marina argentina, Emilio Massera, y Juan María Bordaberry, ex jefe de la junta militar en Uruguay.

El abogado paraguayo y activista de derechos humanos Martín Almada, descubridor, en 1992, de los archivos secretos de los organismos de la seguridad stronista, explicó que la orden de detención de represores argentinos, uruguayos y chilenos “constituye un balón de oxígeno navideño para nuestra lucha contra la impunidad en América Latina”, dijo Almada en un comunicado, anota El Pais de Madrid.

Necesita destacar que un grupo de senadores italianos (Francesco Martone, Josè Luiz Del Roio, Armando Cossutta, Giorgio Mele, Claudio Micheloni) ha escrito el 5 de diciembre del 2007 una carta para expresar que “como legisladores italianos preocupados de la promoción de los Derechos Humanos les escribimos para expresar nuestro apoyo al trabajo que esta realizando la "Comision de Verdad y Justicia del Paraguay". Aprendimos con preocupacion que la Comisión riesga la paralisis a causa de la falta de recursos financiarios. Creemos que apoyar un proceso de verdad y justicia es de fundamental importancia para el fortalecimiento de la democracia,con la convinciòn que el recupero de la memoria historica sea un paso esencial para la construccion de un futuro mejor. Reiterando nuestro convencido apoyo al trabajo de la Comision de Verdad y Justicia ,augurando pueda llegar a finalizar su cometido le enviamos nuestros mejores augurios”.

En Italia acaba de ser presentado el libro “Emboscada, las luchas campesinas en contra de la dictadura en Paraguay”, ediciones “Infinito Edizioni” (tel. 0039.06/93162414) de Roma. El autor es Norberto Bellini, protagonista de las Legas Agrarias que luchava por la reforma agraria y la democratizacion del Pais.

Mons. Mario Melanio Medina, presidente de la Co­mission “Verdad y Justicia” destaca en la introducción que “este libro de Bellini rompe finalmente el silencio que asedia Europa sobre Paraguay. Le agradezemos mucho por todos los paraguayos que han sufrido en silencio, las violencias de la dictadura”.

Los métodos de terror que empleó la dictadura de Alfredo Strossner y el Plan Condor están de vuelta hoy. A medida que se acercan las elecciones del 20 de abril y los sondeos dan como favorito al ex sacerdote Fernando Lugo, se incrementan la represión, la violencia, la persecución y la guerra sucia, orquestadas, según la oposición, desde las esferas oficiales. Los movimientos sociales de Latinoamerica y de Europa siguen alerta para defender la propuesta de cambio radical desde abajo que promueve Fernando Lugo y que va a construir una verdadera democracia en Paraguay.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Peru, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.



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Paraguay: parlamento europeo preocupado por la persecución de lideres sociales que apoyan Fernando Lugo

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos. Por Cristiano Morsolin (*).

Todos los indicios de la emboscada que sufrieron el periodista y actual apoderado del Movimiento Popular Tekojoja, Alfredo Avalos, que resultó herido de gravedad, y en la que fue asesinada su señora, Silvana Rodriguez, sugieren que se trató de un brutal atentado terrorista con fines políticos.

El candidato presidencial por la Alianza Patriótica para el Cambio, Fernando Lugo, lamentó el atentado sufrido por el apoderado del movimiento Tekojoja (www.tekojoja.org.py), Alfredo Ávalos en la ciudad de Curuguaty, el pasado 9 de april. “Ojalá que el ambiente político no sea la causa de tanta violencia y tanta muerte, yo creo en la política sana que reivindique los grandes valores y derechos humanos y nos duele que un dirigente político sea atentado de esta manera con el signo de la mafia fronteriza y me duele mucho, en este momento se debe abrir una gran investigación de eso y ver de donde viene este tipo de atentados y sus causas”, señaló.

El ex obispo exponente de la teologia de la liberacin, sin embargo, no descartó que el ataque al comunicador, tenga trasfondos políticos. “No se descarta, por el ambiente, político que vivimos, por la forma, por el testimonio de esta persona, un colega radial que se ha comprometido y ha denunciado con la comunidad, es un poco la suerte de los que quieren un país mejor y los que con su trabajo denuncian todo tipo de irregularidades e injusticias, es un poco el riesgo también que se corre”, mencionó La Alianza Patriótica para el Cambio (APC), también emitió ayer un comunicado que repudia “el hecho de muerte en Curuguaty” y las heridas de bala que ha recibido el dirigente y apoderado por Tekojoja por parte de “matones”, hecho que “se inscribe en la campaña del miedo” de “los que temen perder el poder”, y en este sentido menciona a “los grupos mafiosos”.

El comunicado expresa que “a estas alturas de la campaña electoral, la sucesión de hechos indica claramente que, ante la impotencia y prepotencia de los grupos mafiosos en el poder, estos han optado por seguir el camino de la ilegalidad, de las balas y el de una montaña de mentiras, con el objetivo siempre presente de seguir robando los recursos públicos y ampararse en la impunidad”. Manifiesta también que dentro de “la campaña del miedo”, se inscribe el asesinato de otro activista de Tekojoja, “Geraldino Rotela, en Caazapá”, ocurrido el pasado 24 de febrero”, como también, “las constantes agresiones a simpatizantes del P-Mas, a los de Tekojoja y la quema de carteles del PLRA y otro tipo de persecuciones, que avalan nuestra posición”, destaca “La Nacion” del 10 de abril.

El sábado 24 de febrero, Geraldino Rotela Miranda y su hermano Emanuel fueron atacados en un camino vecinal en el distrito paraguayo de Caazapá. Mientras atravesaban el camino en una motocicleta, dos hombres armados dispararon contra ellos, provocando la muerte de Geraldino, de 32 años de edad, e hiriendo gravemente a Emanuel, de 21. Ambos hermanos eran referentes en su comunidad del Movimiento Popular Tekojoja, el cual fue fundado por movimientos sociales, campesinos, sindicalistas e indígenas, y apoya la candidatura a la presidencia de Paraguay del ex obispo de San Pedro, Fernando Lugo.

Voceros de Tekojoja afirmaron que se trata de un crimen político para intentar infundir miedo en la población previo a las elecciones nacionales, que se llevarán a cabo el 20 de abril. En una conferencia brindada por Ricardo Canese, integrante del Movimiento Tekojoja, se calificó al crimen como “terrorismo de Estado”, y se recordaron las diversas amenazas que han sufrido los dirigentes de Tekojoja en los últimos días.“Tenemos una fuerte presunción de un contenido político dentro de esto, inclusive un terrorismo de Estado que estaría detrás de esto, no tenemos confianza en la justicia ni en el Ministerio del Interior, y vamos a pedir la intervención de Derechos Humanos para garantizar el debido proceso”, afirmó Canese, en declaraciones que reproduce el diario La Nación de Paraguay.

La COORDINADORA DE LUCHADORES Y VÍCTIMAS DE LA DICTADURA CODELUCHA y otras organizaciones sociales han difundido un comunicado donde “condenan los siguientes hechos atentatorios a los Derechos Humanos en el marco de la escalada persecutoria a los movimientos sociales y políticos en el Paraguay. En la noche del sábado 23 de febrero, emboscada y asesinato de Geraldino Rotela, dirigente de un asentamiento campesino y referente político del Movimiento Popular Tekojojá en la jurisdicción de San Juan Nepomuceno, Departamento de Caazapá. Su hermano, Emmanuel Rotela, que también resultó con heridas de bala ha referido que uno de los asesinos dio la orden violenta de matar sin mediar palabras;
Una semana y media atrás, el desalojo violento de campesinos del asentamiento "13 de Mayo" de Edelira, en el Departamento de Itapúa, de la mano de la policía con su secuela de detenciones. Igual suerte corrieron otros dirigentes locales y nacionales, actualmente candidatos de la Alianza Patriótica Socialista, interesados en la suerte de los afectados.

La fiscalía imputó rápidamente a los campesinos que son candidatos por dicha Alianza en dicho Departamento al sur del país. Por segunda vez y en la noche del sábado 23 de febrero, en otra variante de la anterior que fue la colocación de una granada de guerra no accionada y ahora con una pintada de la cruz svástica por la casa de Sonia Aquino, dirigente de la Coordinadora de Luchadores y Víctimas de la Dictadura, y que se extendió dicha pintada con los mismos símbolos nazis por el local del Partido del Movimiento al Socialismo (P-MAS), en pleno centro de Barrio Obrero donde habitualmente hay control policial.

El Movimiento Popular Tekojoja denunció el 8 de abril en conferencia de prensa la larga guerra sucia que impulsa el gobierno de Nicanor Duarte Frutos – y sus títeres de turno como Lino Oviedo contra Fernando Lugo, candidato de la APC. Acusaciones de secuestros, asesinatos, pertenencia a las FARC, son parte constante de una campaña que busca atentar contra las posibilidades de victoria de Lugo el 20 de abril.

Reaccion del parlamento europeo

Gaby Küppers, Coordinadora de la oficina por las relaciones con Latinoamerica de los Verdes Greens/EFA Group en el Parlamento Europeo, ha declarado al Observatorio SELVAS desde Bruxelles el 28 de febrero que “en el Parlamento Europeo seguimos con mucho interés el proceso electoral en Paraguay. Hace apenas una semana que los diputados de la delegación con el Mercosur se reunieron con el Foro Consultivo Económico y Social del Mercosur. Los representantes de Paraguay subrayaron en esta ocasión que, si bien existe por primera vez la chance de salir de más de 60 años de dictadura y conservadurismo del Partido Colorado, la oligarquía de los grandes terratenientes hace todo por impedir la victoria del candidato Fernando Lugo, quien representa la esperanza de los campesinos y pobres trabajadores.

Los incidentes violentos de estos días muestran el peligro que corren los y las que luchan por obtener la democracia. Los Verdes en el PE condenan los desalojos y el asesinato de hace algunos días en Caazipá e Itapúa y piden una investigación exhaustiva como también el castigo de los culpables. Sin duda, la Unión Europea va a enviar una delegación de observación electoral como muestra de que la Comunidad Internacional insiste en el respeto de los derechos humanos frente a todos sus socios políticos y económicos”.

Eric Sottas, Director de la Organización Mundial Contra la Tortura (OMCT – www.omct) ha declarado desde Ginebra a SELVAS que “ “el asesinato de Geraldino Rotela Miranda y las heridas infligidas a su hermano Emanuel son la manifestación particularmente cobarde de personas o grupos que no pueden tolerar una acción pacífica en favor de los sectores populares. Esta muerte, que no puede quedar impune, no debe paralizar la lucha contra la injusticia sino más bien dinamizarla".

El candidato presidencial Fernando Lugo ha respuesto el 5 de april en solicitud de SELVAS que “ha sido fundamental el pronunciamiento del bloque verde del Parlamento Europeo, para frenar la violencia política que ha acabado con la vida de Geraldino Rotela. En gran parte, por dicha acción solidaria la violencia no se ha extendido a niveles más graves, si bien continúan acciones de amedrentamiento antidemocráticas y hasta claramente fascistas. Le solicitamos permanezcan atentos, pues sòlo con vuestra solidaridad el pueblo paraguayo podrà elegir libremente a sus gobernantes. También vemos muy positivamente la preocupaciòn del Observatorio Mundial sobre defensores de Derechos Humanos, con sede en Ginebra. Si no recibieron invitación aún, le solicitamos puedan asistir como observadores internacionales en las próximas elecciones del 20 de abril. Ello mucho ayudará a que seamos los paraguayos los que decidamos libremente quiénes nos representarán”.

Durante el seminario internacional “América Latina: protagonismo popular, soberanía e integración” realizado en Asunción Del 28 de febrero al 1° de marzo de 2008, el Observatorio SELVAS (su presidente es el destacado periodista italiano Martin Iglesias que ha investigado mucho sobre el Plan Condor y la responsabilidad de Henry Kissinger) ha enviado una carta a Fernando Lugo donde se destaca que “la amistad con Mercedes Canese (asesora diversas organizaciones sociales, entre ellas, el Foro Popular por la Energía) nos ha permitido conocer mas de acerca Paraguay; el año pasado como SELVAS hemos lanzado un llamado de solidaridad al hermano y compañero Fernando Lugo frente a los ataques del Vaticano, gracias al compromiso de Manfredo Pavóni Gay (lea entrevista a Lugo).

En esta ocasión el Observatorio SELVAS expresa su profunda solidaridad a Fernando Lugo y al Movimiento TEKOJOJA que esta sufriendo grave persecución.

El Observatorio SELVAS, a través de la prensa italiana e internacional, esta solicitando al Gobierno de Paraguay “que respete el derecho a la vida y a la libertad de sus ciudadanos que están construyendo una alternativa de justicia y de cambio social para Paraguay”.

Mercedes Canese ha declarado que “en la apertura del seminario Ricardo Canese, responsable de las relaciones internacionales del Movimiento TEKOJOJA dio lectura de los comunicados de solidaridad que nos enviaste, comunicados que fueron ovacionados por el público. Es muy importante este trabajo di visibilidad internacional que esta realizando el Observatorio SELVAS”.

El Eurodeputado Jens Holm - GUE/NGL (www.jensholm.se) ha declarado a SELVAS el 14 de april que “la represión me parece terrible, pero reconozco los métodos de países semi-fascistas como Colombia. Quiero dar mi pleno respaldo al Monseñor Lugo. Espero que la represión no pare el pueblo valiente de Paraguay. Con Lugo se dará las posibilidades de construir una nueva sociedad”.

Paul Emile Dupret – GUE/NGL (www.guengl.org) ha reconocido la gravedad de la situacion y ha senalado a SELVAS que va a activarse, considerando que Luisa Morgantini, Vice Presidenta del Parlamento Europeo y miembro del grupo GUE/NGL (www.luisamorgantini.net) tiene la delega por los derechos humanos.

La lectura de los movimientos sociales

El Observatorio SELVAS ha entrevistado Francisco Estigarribia, educador de la Coordinadora Nacional de Ninos y Adolescentes Trabajadores de Paraguay CONNATs, que ofrece una lectura desde la perspectiva de los movimientos sociales que apoyan masivamente Lugo.

“Como muchos saben en nuestro país el próximo 20 de abril son las elecciones generales, donde una ves más las personas tendremos la posibilidad de ejercer nuestra “CIUDADANIA”, donde por cierto los que aun no han alcanzado la mayoría de edad no lo podrán ejercer, o sea los que todavía no son “CIUDADANOS”.

Nuestro país históricamente, más de 60 años y hasta ahora, fue mal administrado por el Partido Colorado, el partido que esta en el gobierno y dirigido por Nicanor Duartes Frutos, actual presidente de la Republica. Este gobierno es el responsable de que en nuestro país existamos casi 3.000.000 millones de personas pobres, que el año pasado 55.000 Niños, Niñas y Adolescentes hayan abandonado las escuelas, y es el partido que en un solo mes del año pasado gasto 3.759 millones de guaraníes, casi un millón de dólares, en propagandas electorales en televisión.

La candidata actual de este partido para las próximas elecciones es Blanca Ovelar, que esta tercera en las encuestas, ex Ministra de Educación, que por cierto en su gestión una de las cosas más escandalosas que paso fue la corrupción en el Programa de meriendas escolares. Una candidata impuesta por el actual presidente tras su fallido intento de reelección, quiso hacer la enmienda a la constitución, pero no le salió el juego. El otro partido, UNACE (Unión Nacional de Colorados Éticos), que salió del ceno justamente del partido mencionado más arriba, el Partido Colorado, Pone como candidato a Lino Cesar Oviedo, que es la persona responsable de la masacre en el marzo paraguayo del 1999, donde murieron 8 jóvenes, que fue preso y sale para estas elecciones por pacto con el partido Colorado.

Otro partido que con candidato es el Partido Patria Querida (PQ) con Pedro Fadul, partido que en las elecciones del 2003 tres genero mucha simpatía en la gente, hasta el punto que alcanzo el segundo lugar en esas elecciones por sobre el partido Liberal, que es segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país. Es un partido conformado mayoritariamente por empresarios y por ende representa sus interés como tal.

No puedo dejar de mencionar que también los compañeros y compañeras de partidos de Izquierda también proponen candidatos para estas elecciones, uno de ellos es el Partido de los Trabajadores con Julio López y el otro partido es el partido Humanista, que sinceramente no conozco al candidato. Pero es importante, sin desmerecer el esfuerzo de lucho de estos compañeros, que tienen muy pocas posibilidades.

Por último y es seguro lo que quieren saber, de eso no tengo la menor duda. En candidato que hace templar al partido de gobierno, partido Colorado, que genera mucha esperanza en la gente y creemos que es el candidato más potable y ademas tiene posibilidades ciertas de ganar es Fernando Lugo, ex Obispo de san Pedro, tiene mucho trabajo de base con campesinos de esa zona. Es candidato de la Alianza Patriótica para el Cambio (APS), un espacio donde se encuentran diversos actores alrrededor de esta figura. Por ejemplo esta el Partido Liberal Radical Autentico (PLRA) que es el segundo partido tradicional más fuerte de nuestro país, que es un partido de Derecha, también el Partido de Movimiento al Socialismo (P-MAS) partido de tendencia de Izquierda y con mucho trabajo con los jóvenes, también se encuentran movimientos campesinos, Sindicatos de Trabajadores, Centrales Obreras y otros…

Concluyendo Fernando Lugo tiene posibilidades ciertas de ganar las elecciones. Solo que nos tocara pelear contra la estructura de más de 60 años de gobierno. Nos tocara pelear contra un partido que saca su financiamiento de campaña de dos represas que se encuentran entre las siete maravillas del mundo, Itaipu y Yacyreta, el primero, según un muy buen economista de nuestro país, genera a nuestro país más 3mil millones de dólares anuales, plata que sabemos va para la campaña a favor de Blanca Ovelar, candidata del partido de Gobierno”.

Relacion con Italia

En los últimos meses se han concentrados varios hechos que fortalecen la relacion de Italia con Paraguay. El Viceministro de las relaciones exteriores con Latinoamerica Donato Di Santo del Gobierno Prodi ha encontrado Fernando Lugo, en april del 2007, gracias a un trabajo de lobbyng del Observatorio SELVAS.

Las autoridades italianas han pedido datos de cinco represores paraguayos, dos de los cuales ya fallecieron y uno está asilado en Honduras, como parte de un proceso abierto por la Operación Cóndor, el plan que coordinaron las dictaduras suramericanas en los años 70 y 80 para exterminar a los opositores, según informaron ayer fuentes oficiales paraguayas. El jefe de la filial local de la Interpol, comisario Armando Barboza, dijo a Radio Ñanduti que los investigados que ya fallecieron son Galo Longino Escobar y Alejandro Fretes Dávalos, quien en la época del dictador Alfredo Stroessner (1954-1989) fue comandante del Estado Mayor de las Fuerzas Armadas.

La petición, con fecha del 19 de diciembre del 2007, incluye además a Sabino Augusto Montanaro, ex ministro del Interior y refugiado en Honduras desde la caída de Stroessner; al ex jefe policial Alberto Buenaventura Cantero, que está en prisión, y a Rubén Sosa Arrúa, cuyo paradero se desconoce, afirmó Barboza.

El jefe policial señaló que la petición de la Interpol de Roma ha sido “para confirmar su domicilio, paradero o lugar de detención en el país” a fin de incorporar a esas personas a las 140 órdenes de arresto dictadas el pasado día 24 por la justicia italiana. Las órdenes fueron pedidas por el fiscal del Tribunal Penal de Roma, Giancarlo Capaldo, que lleva las investigaciones sobre la Operación Cóndor desde 1998, a raíz de las denuncias presentadas por los familiares de italianos que desaparecieron en Suramérica. Entre las órdenes de detención se encuentran las dirigidas contra el ex dictador argentino Jorge Rafael Videla y el ex responsable de la marina argentina, Emilio Massera, y Juan María Bordaberry, ex jefe de la junta militar en Uruguay.

El abogado paraguayo y activista de derechos humanos Martín Almada, descubridor, en 1992, de los archivos secretos de los organismos de la seguridad stronista, explicó que la orden de detención de represores argentinos, uruguayos y chilenos “constituye un balón de oxígeno navideño para nuestra lucha contra la impunidad en América Latina”, dijo Almada en un comunicado, anota El Pais de Madrid.

Necesita destacar que un grupo de senadores italianos (Francesco Martone, Josè Luiz Del Roio, Armando Cossutta, Giorgio Mele, Claudio Micheloni) ha escrito el 5 de diciembre del 2007 una carta para expresar que “como legisladores italianos preocupados de la promoción de los Derechos Humanos les escribimos para expresar nuestro apoyo al trabajo que esta realizando la "Comision de Verdad y Justicia del Paraguay". Aprendimos con preocupacion que la Comisión riesga la paralisis a causa de la falta de recursos financiarios. Creemos que apoyar un proceso de verdad y justicia es de fundamental importancia para el fortalecimiento de la democracia,con la convinciòn que el recupero de la memoria historica sea un paso esencial para la construccion de un futuro mejor. Reiterando nuestro convencido apoyo al trabajo de la Comision de Verdad y Justicia ,augurando pueda llegar a finalizar su cometido le enviamos nuestros mejores augurios”.

En Italia acaba de ser presentado el libro “Emboscada, las luchas campesinas en contra de la dictadura en Paraguay”, ediciones “Infinito Edizioni” (tel. 0039.06/93162414) de Roma. El autor es Norberto Bellini, protagonista de las Legas Agrarias que luchava por la reforma agraria y la democratizacion del Pais.

Mons. Mario Melanio Medina, presidente de la Co­mission “Verdad y Justicia” destaca en la introducción que “este libro de Bellini rompe finalmente el silencio que asedia Europa sobre Paraguay. Le agradezemos mucho por todos los paraguayos que han sufrido en silencio, las violencias de la dictadura”.

Los métodos de terror que empleó la dictadura de Alfredo Strossner y el Plan Condor están de vuelta hoy. A medida que se acercan las elecciones del 20 de abril y los sondeos dan como favorito al ex sacerdote Fernando Lugo, se incrementan la represión, la violencia, la persecución y la guerra sucia, orquestadas, según la oposición, desde las esferas oficiales. Los movimientos sociales de Latinoamerica y de Europa siguen alerta para defender la propuesta de cambio radical desde abajo que promueve Fernando Lugo y que va a construir una verdadera democracia en Paraguay.

(*) Cristiano Morsolin, educador italiano y operador de redes internacionales por la defensa de los derechos humanos en Latinoamérica. Co-fundador del Observatorio sobre Latinoamérica SELVAS. Trabaja en Latinoamérica desde 2001 con experiencias en Peru, Ecuador, Colombia, Venezuela y Brasil.



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