Especialistas da América Latina discutem legalização do aborto em São Paulo

Após o evento, entidades feministas nacionais fazem ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto. As iniciativas também fazem parte do Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe, que se comemora no dia 28 de setembro.
Agência Consciência.Net; clique aqui


A defesa da autonomia reprodutiva das mulheres será tema de discussão entre especialistas em um seminário latino-americano nos próximos dias 24 e 25 de setembro, em São Paulo.

Os objetivos principais são contribuir com estratégias para a legalização do aborto no Brasil; trocar experiências de êxito diante de cenários de retrocessos, para dar visibilidade aos avanços alcançados e a iniciativas de resistências em outros países; e fortalecer a articulação das organizações e movimentos sociais na sua ação em defesa à descriminalização do aborto.

O seminário “Estratégias Latino-Americanas pela Legalização do Aborto e Autonomia Reprodutiva das Mulheres” contará com a participação de renomadas feministas de países como Uruguai, Bolívia e Peru, além de Beatriz Galli, do Ipas Brasil, Natalia Mori, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, e Ana Lima Pimentel, da União Nacional dos Estudantes, que estarão na mesa de debate sobre experiências de avanços e resistências à legalização do aborto no Brasil; Silvia Camurça, da Articulação de Mulheres Brasileiras; Dulce Xavier, das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro; e Tatau Godinho, da Marcha Mundial de Mulheres.

Entre as especialistas internacionais estarão Lílian Abracinskas, da organização Mujer y Salud en Uruguay, Rossina Guerrero Vásquez, do Centro de Promoción y Defensa de los Derechos Sexuales y Reproductivos, do Peru, e Irela Francyleth Alemán, do Centro Nicaragüense de Derechos Humanos.

Lílian apresentará as estratégias que estão em curso no Uruguai para impulsionar a aprovação do projeto de lei em defesa do direito à saúde sexual e reprodutiva, incluindo a despenalização do aborto até 12 semanas de gestação. O projeto já foi aprovado pela Câmara de Senadores em novembro do ano passado e agora está aguardando debate na Câmara de Deputados.

Rossina tratará de fazer um histórico sobre a situação do aborto no Peru, refletindo sobre os efeitos que as políticas conservadoras internacionais têm sobre as agendas nacionais e as estratégias de alianças feitas nos últimos tempos para a luta pela descriminalização do aborto e o cumprimento do aborto legal. Além disso, falará sobre as investigações sobre grupos conservadores que têm sido uma ferramenta contra o conservadorismo/fundamentalismo nas políticas públicas no que diz respeito à sexualidade e autonomia reprodutiva.

O ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto acontece no dia 26 de setembro, às 13h30, na Praça Ramos de Azevedo, no Centro de São Paulo. Haverá uma caminhada até o Tribunal de Justiça. No mesmo dia será lançado o manifesto de criação de uma Frente Nacional pela Legalização do Aborto, com a participação de entidades e movimentos e populares.

O evento é promovido pelas seguintes organizações: Ipas Brasil, SOS Corpo, CFEMEA, Articulação de Mulheres Brasileiras, Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro, Comissão de Cidadania e Reprodução, Católicas pelo Direito de Decidir, Marcha Mundial de Mulheres, Instituto Patrícia Galvão, CLADEM/ Brasil e Rede Saúde.

Seminário: Estratégias Latino-Americanas pela Legalização do Aborto e Autonomia Reprodutiva das Mulheres
Dias: 24 e 25 de setembro, a partir das 9h
Local: Ação Educativa (Auditório) - Rua General Jardim 660 - Vila Buarque - São Paulo, SP
Inscrições para o seminário pelo e-mail: seminario@cfemea.org.br

Ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto
Dia: 26 de setembro, às 13h30
Local: Praça Ramos de Azevedo, Centro, São Paulo

Informações para a imprensa:
IPAS Brasil: (21) 2532-1930 / (11) 8468-0910 (Evanize Sydow)


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Especialistas da América Latina discutem legalização do aborto em São Paulo

Após o evento, entidades feministas nacionais fazem ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto. As iniciativas também fazem parte do Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe, que se comemora no dia 28 de setembro.
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A defesa da autonomia reprodutiva das mulheres será tema de discussão entre especialistas em um seminário latino-americano nos próximos dias 24 e 25 de setembro, em São Paulo.

Os objetivos principais são contribuir com estratégias para a legalização do aborto no Brasil; trocar experiências de êxito diante de cenários de retrocessos, para dar visibilidade aos avanços alcançados e a iniciativas de resistências em outros países; e fortalecer a articulação das organizações e movimentos sociais na sua ação em defesa à descriminalização do aborto.

O seminário “Estratégias Latino-Americanas pela Legalização do Aborto e Autonomia Reprodutiva das Mulheres” contará com a participação de renomadas feministas de países como Uruguai, Bolívia e Peru, além de Beatriz Galli, do Ipas Brasil, Natalia Mori, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, e Ana Lima Pimentel, da União Nacional dos Estudantes, que estarão na mesa de debate sobre experiências de avanços e resistências à legalização do aborto no Brasil; Silvia Camurça, da Articulação de Mulheres Brasileiras; Dulce Xavier, das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro; e Tatau Godinho, da Marcha Mundial de Mulheres.

Entre as especialistas internacionais estarão Lílian Abracinskas, da organização Mujer y Salud en Uruguay, Rossina Guerrero Vásquez, do Centro de Promoción y Defensa de los Derechos Sexuales y Reproductivos, do Peru, e Irela Francyleth Alemán, do Centro Nicaragüense de Derechos Humanos.

Lílian apresentará as estratégias que estão em curso no Uruguai para impulsionar a aprovação do projeto de lei em defesa do direito à saúde sexual e reprodutiva, incluindo a despenalização do aborto até 12 semanas de gestação. O projeto já foi aprovado pela Câmara de Senadores em novembro do ano passado e agora está aguardando debate na Câmara de Deputados.

Rossina tratará de fazer um histórico sobre a situação do aborto no Peru, refletindo sobre os efeitos que as políticas conservadoras internacionais têm sobre as agendas nacionais e as estratégias de alianças feitas nos últimos tempos para a luta pela descriminalização do aborto e o cumprimento do aborto legal. Além disso, falará sobre as investigações sobre grupos conservadores que têm sido uma ferramenta contra o conservadorismo/fundamentalismo nas políticas públicas no que diz respeito à sexualidade e autonomia reprodutiva.

O ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto acontece no dia 26 de setembro, às 13h30, na Praça Ramos de Azevedo, no Centro de São Paulo. Haverá uma caminhada até o Tribunal de Justiça. No mesmo dia será lançado o manifesto de criação de uma Frente Nacional pela Legalização do Aborto, com a participação de entidades e movimentos e populares.

O evento é promovido pelas seguintes organizações: Ipas Brasil, SOS Corpo, CFEMEA, Articulação de Mulheres Brasileiras, Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro, Comissão de Cidadania e Reprodução, Católicas pelo Direito de Decidir, Marcha Mundial de Mulheres, Instituto Patrícia Galvão, CLADEM/ Brasil e Rede Saúde.

Seminário: Estratégias Latino-Americanas pela Legalização do Aborto e Autonomia Reprodutiva das Mulheres
Dias: 24 e 25 de setembro, a partir das 9h
Local: Ação Educativa (Auditório) - Rua General Jardim 660 - Vila Buarque - São Paulo, SP
Inscrições para o seminário pelo e-mail: seminario@cfemea.org.br

Ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto
Dia: 26 de setembro, às 13h30
Local: Praça Ramos de Azevedo, Centro, São Paulo

Informações para a imprensa:
IPAS Brasil: (21) 2532-1930 / (11) 8468-0910 (Evanize Sydow)


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Paraguai: cães de guarda da ditadura em alerta

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental, conforme reconheceram autoridades internacionais, a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador; lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Por Gustavo Barreto, da redação.

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental (leia aqui ou abaixo, em "Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder"), conforme reconheceram autoridades internacionais (leia abaixo), a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador. Além de não destacar a denúncia de Fernando Lugo, o Jornal Nacional (TV Globo) da quarta-feira (03) preferiu apontar uma suposta ameaça que sem-terra paraguaios estariam promovendo contra brasileiros com propriedades neste país.

A edição do JN ampliou o clima de medo e o “estado de exceção” que a direita golpista tenta instalar no Paraguai desde que Lugo chegou oficialmente ao poder, há pouco mais de três semanas. “Em outra propriedade, são cinco funcionários armados. Eles guardam os equipamentos e acompanham a colheita. O agricultor Donizete da Silva, um brasileiro que vive no Paraguai há 15 anos, diz que a tensão aumentou muito depois da posse do novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que se elegeu prometendo uma grande reforma agrária”, afirma os correspondentes da TV Globo (veja aqui).

O apoio à tese do estado de exceção é reforçada pelos repórteres da TV Globo: “A preocupação nossa é bastante é grande, todo mundo está na expectativa, não sabe o que vai acontecer, não tem definição da parte do governo: se vai desapropriar, se vai deixar invadir. Por enquanto, a gente está totalmente inseguro”.

Velhos conhecidos padrões de manipulação

A reportagem do JN utiliza o futuro do pretérito do indicativo para expor o argumento da liderança camponesa, citada genericamente (“o chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam ...”), indicando um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado. A seguir:

"O chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam na Constituição do Paraguai e que tirar os brasileiros da região seria uma questão de soberania nacional.” (JN, Sem-terra no Paraguai ameaçam brasileiros, 04/09/2008)

Além de possuírem maior espaço editorial, os proprietários – com maior diversidade de fontes – são todos reconhecidos. Um deles “não quis gravar entrevista”, indicando, no entanto, que o repórter esteve com ele e dando credibilidade à fala. Quanto ao modo verbal, não é mais o futuro do pretérito do indicativo a escolha do repórter – apesar de ser um argumento que deveria, pela ética fundamental do jornalismo, ter o mesmo peso do argumento dos campesinos. O verbo agora está no passado e tem caráter didático: “explicou”. A seguir:

"Os quatro homens contratados vigiam a fazenda 24 horas por dia. O dono não quis gravar entrevista, mas explicou que foi a solução encontrada para ter segurança no trabalho.” (JN, Idem, 04/09/2008)

Além do apoio, a mídia brasileira prefere voltar toda a sua atenção para as eleições estadunidenses, cobrindo cada detalhe deste pleito e ignorando a crise constitucional promovida pela direita do país vizinho. A Folha de S. Paulo, um dos meios com a maior cobertura na área de jornalismo internacional do Brasil, não deu uma única nota desde segunda-feira (01) sobre o Paraguai.

Repercussão internacional

Na quarta-feira (03), governos da América do Sul começaram a expressar suas reações à denúncia de que o atual presidente Fernando Lugo pudesse ser vítima de um golpe, informou a Agência Pulsar.

O governo da Argentina declarou publicamente que dá apoio ao presidente do Paraguai e pôs seu ministro de Relações Exteriores para dialogar diretamente com o governo de Lugo.

O Chile também se manifestou e, por meio de sua chancelaria, declarou “completo apoio ao presidente constitucional do Paraguai e às instituições democráticas do país irmão”.

Campesinos marcham em apoio a Lugo

Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Congresso paraguaio contra a intenção golpista denunciada por Lugo e para exigir o fim da crise no Parlamento, pretexto que seria utilizado para aplicar o golpe. Segundo a Agência Pulsar informou nesta quinta (4), Duarte Frutos – um dos que participou da reunião no domingo – foi nomeado senador vitalício.

“Repudiamos o plano golpista de Nicanor Duarte e Lino Oviedo”, afirmou Luis Aguayo, representante da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Campesinas do Paraguai.

O presidente da Câmara de Senadores, Enrique González Quintana, acatou a decisão da maioria parlamentar e confirmou o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos como senador vitalício. O ex-presidente não terá, no entanto, salário, direito a voto e não contará para o quórum.

Outro legislador do parlamento afirmou à Agência Pulsar que estes tipos de mobilizações permitem controlar a gestão política e explicou que os campesinos “vieram exigir que se respeite a Constituição Nacional”.

Belarmino Balbuena, uma das lideranças da Mesa Coordenadora de Organizações Campesinas, comentou que a concentração não é apenas para respaldar a democracia, mas também para pedir ao Governo e ao Congresso que não permita que o ex-presidente Duarte Frutos se incorpore ao Senado, por ter violado a Constituição ao candidatar-se como legislador sendo também chefe de Estado.

A luta pela terra no Paraguai

A lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Os poderes militares e autoritários que dominaram o Paraguai até as eleições de Lugo promoveram por décadas, na base da repressão e dos benefícios concedidos a setores e funcionários do Estado, uma política agrária nacional, conhecida como de “Bem-estar Rural”.

Os beneficiados eram latifundiários e a burocracia político-militar, com o objetivo de incorporar parte dos camponeses pobres como base de apoio de regime e desagregadora da massa rural. Foi criado em 1963, a partir desta linha ideológica, o Instituto do Bem-estar Rural, cujo objetivo era transformar a estrutura agrária do país e incorporar a população camponesa ao desenvolvimento econômico e social, “mediante soluções legais que permitam eliminar progressivamente o latifúndio e o minifúndio, substituindo-os por um sistema justo de propriedade, posse e exploração da terra”. (1)

O formalismo jurídico traduzia, na verdade, as relações de exploração e o direcionamento para alcançar um objetivo político imediato. Sob o manto romântico da justiça e da igualdade entre latifundiários e camponeses pobres, estava exposta a defesa dos interesses dominantes e a forma de converter um “pobre sem propriedade em um parceleiro de novas misérias” (1).

O conteúdo da legislação agrária realizada então, que explica boa parte do atraso hoje vivido neste país de aproximadamente 6 milhões de pessoas – enunciada na ausência do movimento operário-camponês organizado, com partidos políticos e associações debilitados pela repressão governamental –, só poderia refletir a ideologia de uma classe exploradora que oferecia, de sua perspectiva, um mecanismo razoável de “redenção histórica” às massas camponesas exploradas.

Ocorreu, tal como em outros países do continente, uma distribuição de terras fiscais aos camponeses, sob a política de colonização por meio da qual se outorgavam parcelas de terras em zonas distantes e inóspitas do país. Naturalmente, esta política não transformou a estrutura tradicional de posse da terra e, menos ainda, não eliminou os mecanismos de exploração e domínio inerentes ao modelo econômico. Além disso, impediu em grande parte alianças políticas de forças sociais, democráticas e nacionais.

O ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, que assumiu o poder em 2003, teve uma atuação cautelar à ditadura e aos interesses dos latifundiários (entre estes, grande parte brasileiros), com o desígnio de manter a aparência da democracia representativa. Fora do poder, seus antigos donos tentam de todas as formas voltar e começam a se reorganizar para tal, como denunciou o atual presidente Lugo.

(1) CASTRO, J.L. Paraguai. In: JINKINGS, I.; SADER, E. Latinoamericana. SP e RJ: Boitempo Editorial e LPP/UERJ, 2006. P. 900-911.


Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder

Da Revista Fórum (*)

Há apenas 21 dias no poder, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, denunciou nesta segunda-feira, 1, a existência de um plano que teria como objetivo destituí-lo. Os idealizadores do golpe, segundo ele, são Nicanor Duarte Frutos, seu antecessor, e o general reformado Lino Oviedo, líder da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), pela qual se candidatou a presidente na mesma eleição vencida por Lugo.

Quando foi eleito, Lugo pôs fim a uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado, de Duarte Frutos, no poder.

Em um discurso realizado diante de autoridades militares do país, o ex-bispo disse que os detalhes do suposto plano teriam sido discutidos no domingo (31) à noite, em reunião realizada na casa do próprio Oviedo.

Além dele e de Duarte Frutos, também participaram do encontro, segundo o presidente paraguaio, o presidente do Congresso, Enrique González Quintana, ligado a Oviedo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, o Procurador-geral do país, Rubén Candia, e líderes da oposição.

As informações sobre o golpe foram passadas a Lugo pelo general Bernardino Soto Estigarribia, comandante das Forças Militares do país, que citou informações cedidas pelo general do exército Máximo Díaz, que participou do encontro. Apesar de ser amigo de Duarte Frutos, Estigarribia foi mantido no cargo pelo ex-bispo pelo seu bom desempenho.

Em um discurso lido diante do comandante de Estigarribia e dos responsáveis pela três Forças Armadas, Lugo afirmou que Díaz "cumpriu seus deveres e denunciou a reunião a seus superiores".

De acordo com os relatórios passados a Lugo, em um dado momento da reunião, Díaz - cuja função é ser um vínculo entre as Forças Armadas e o Congresso - foi questionado por Oviedo, em uma conversa particular, sobre a posição dos militares a respeito da crise no Senado, atualmente dividido pela controvérsia da posse de Duarte Frutos como senador vitalício (com voz, mas sem direito a voto) ou ativo, como o ex-presidente pretende.

Segundo Lugo, Díaz teria respondido que as Forças Armadas têm um papel constitucional a cumprir. Depois disso, o general teria deixado a casa de Oviedo.

Soberania do povo paraguaio em jogo

"Como presidente da república, ratifico meu juramento solene de cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis", disse Lugo. "Meu governo não permitirá que aqueles que querem levar adiante projetos conspirativos burlem a soberania do povo paraguaio."

Lugo também destacou a lealdade das Forças Armadas e a "subordinação" do presidente da república às instituições democráticas.

Em resposta à denúncia de Lugo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, e o presidente do Senado, González Quintana, negaram imediatamente qualquer envolvimento com um possível golpe. Quintana disse ainda que a reunião na residência de Oviedo sequer existiu e afirmo que pedirá ao presidente Lugo esclarecimentos sobre a acusação.

Em 1996, o general Lino Oviedo foi acusado de idealizar um golpe contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy. Além disso, pesa sobre ele a suspeita de ter ordenado o assassinato do ex-vice-presidente Luis María Argaña. Oviedo já esteve preso e chegou a se exilar no Brasil. Graças a uma autorização judicial, pôde disputar as eleições presidenciais deste ano.

(*) Publicado pela Revista Fórum em 02/09/2008.


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Paraguai: cães de guarda da ditadura em alerta

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental, conforme reconheceram autoridades internacionais, a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador; lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Por Gustavo Barreto, da redação.

Enquanto o Paraguai vive uma grave ameaça a uma liberdade fundamental (leia aqui ou abaixo, em "Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder"), conforme reconheceram autoridades internacionais (leia abaixo), a mídia brasileira continua a desempenhar o seu papel de servidora do poder conservador. Além de não destacar a denúncia de Fernando Lugo, o Jornal Nacional (TV Globo) da quarta-feira (03) preferiu apontar uma suposta ameaça que sem-terra paraguaios estariam promovendo contra brasileiros com propriedades neste país.

A edição do JN ampliou o clima de medo e o “estado de exceção” que a direita golpista tenta instalar no Paraguai desde que Lugo chegou oficialmente ao poder, há pouco mais de três semanas. “Em outra propriedade, são cinco funcionários armados. Eles guardam os equipamentos e acompanham a colheita. O agricultor Donizete da Silva, um brasileiro que vive no Paraguai há 15 anos, diz que a tensão aumentou muito depois da posse do novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que se elegeu prometendo uma grande reforma agrária”, afirma os correspondentes da TV Globo (veja aqui).

O apoio à tese do estado de exceção é reforçada pelos repórteres da TV Globo: “A preocupação nossa é bastante é grande, todo mundo está na expectativa, não sabe o que vai acontecer, não tem definição da parte do governo: se vai desapropriar, se vai deixar invadir. Por enquanto, a gente está totalmente inseguro”.

Velhos conhecidos padrões de manipulação

A reportagem do JN utiliza o futuro do pretérito do indicativo para expor o argumento da liderança camponesa, citada genericamente (“o chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam ...”), indicando um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado. A seguir:

"O chefe de um dos grupos diz que eles se apóiam na Constituição do Paraguai e que tirar os brasileiros da região seria uma questão de soberania nacional.” (JN, Sem-terra no Paraguai ameaçam brasileiros, 04/09/2008)

Além de possuírem maior espaço editorial, os proprietários – com maior diversidade de fontes – são todos reconhecidos. Um deles “não quis gravar entrevista”, indicando, no entanto, que o repórter esteve com ele e dando credibilidade à fala. Quanto ao modo verbal, não é mais o futuro do pretérito do indicativo a escolha do repórter – apesar de ser um argumento que deveria, pela ética fundamental do jornalismo, ter o mesmo peso do argumento dos campesinos. O verbo agora está no passado e tem caráter didático: “explicou”. A seguir:

"Os quatro homens contratados vigiam a fazenda 24 horas por dia. O dono não quis gravar entrevista, mas explicou que foi a solução encontrada para ter segurança no trabalho.” (JN, Idem, 04/09/2008)

Além do apoio, a mídia brasileira prefere voltar toda a sua atenção para as eleições estadunidenses, cobrindo cada detalhe deste pleito e ignorando a crise constitucional promovida pela direita do país vizinho. A Folha de S. Paulo, um dos meios com a maior cobertura na área de jornalismo internacional do Brasil, não deu uma única nota desde segunda-feira (01) sobre o Paraguai.

Repercussão internacional

Na quarta-feira (03), governos da América do Sul começaram a expressar suas reações à denúncia de que o atual presidente Fernando Lugo pudesse ser vítima de um golpe, informou a Agência Pulsar.

O governo da Argentina declarou publicamente que dá apoio ao presidente do Paraguai e pôs seu ministro de Relações Exteriores para dialogar diretamente com o governo de Lugo.

O Chile também se manifestou e, por meio de sua chancelaria, declarou “completo apoio ao presidente constitucional do Paraguai e às instituições democráticas do país irmão”.

Campesinos marcham em apoio a Lugo

Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Congresso paraguaio contra a intenção golpista denunciada por Lugo e para exigir o fim da crise no Parlamento, pretexto que seria utilizado para aplicar o golpe. Segundo a Agência Pulsar informou nesta quinta (4), Duarte Frutos – um dos que participou da reunião no domingo – foi nomeado senador vitalício.

“Repudiamos o plano golpista de Nicanor Duarte e Lino Oviedo”, afirmou Luis Aguayo, representante da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Campesinas do Paraguai.

O presidente da Câmara de Senadores, Enrique González Quintana, acatou a decisão da maioria parlamentar e confirmou o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos como senador vitalício. O ex-presidente não terá, no entanto, salário, direito a voto e não contará para o quórum.

Outro legislador do parlamento afirmou à Agência Pulsar que estes tipos de mobilizações permitem controlar a gestão política e explicou que os campesinos “vieram exigir que se respeite a Constituição Nacional”.

Belarmino Balbuena, uma das lideranças da Mesa Coordenadora de Organizações Campesinas, comentou que a concentração não é apenas para respaldar a democracia, mas também para pedir ao Governo e ao Congresso que não permita que o ex-presidente Duarte Frutos se incorpore ao Senado, por ter violado a Constituição ao candidatar-se como legislador sendo também chefe de Estado.

A luta pela terra no Paraguai

A lógica da questão agrária no Paraguai está diretamente ligada aos partidos tradicionais do país, que instauraram durante décadas um poder ditatorial no campo. Os poderes militares e autoritários que dominaram o Paraguai até as eleições de Lugo promoveram por décadas, na base da repressão e dos benefícios concedidos a setores e funcionários do Estado, uma política agrária nacional, conhecida como de “Bem-estar Rural”.

Os beneficiados eram latifundiários e a burocracia político-militar, com o objetivo de incorporar parte dos camponeses pobres como base de apoio de regime e desagregadora da massa rural. Foi criado em 1963, a partir desta linha ideológica, o Instituto do Bem-estar Rural, cujo objetivo era transformar a estrutura agrária do país e incorporar a população camponesa ao desenvolvimento econômico e social, “mediante soluções legais que permitam eliminar progressivamente o latifúndio e o minifúndio, substituindo-os por um sistema justo de propriedade, posse e exploração da terra”. (1)

O formalismo jurídico traduzia, na verdade, as relações de exploração e o direcionamento para alcançar um objetivo político imediato. Sob o manto romântico da justiça e da igualdade entre latifundiários e camponeses pobres, estava exposta a defesa dos interesses dominantes e a forma de converter um “pobre sem propriedade em um parceleiro de novas misérias” (1).

O conteúdo da legislação agrária realizada então, que explica boa parte do atraso hoje vivido neste país de aproximadamente 6 milhões de pessoas – enunciada na ausência do movimento operário-camponês organizado, com partidos políticos e associações debilitados pela repressão governamental –, só poderia refletir a ideologia de uma classe exploradora que oferecia, de sua perspectiva, um mecanismo razoável de “redenção histórica” às massas camponesas exploradas.

Ocorreu, tal como em outros países do continente, uma distribuição de terras fiscais aos camponeses, sob a política de colonização por meio da qual se outorgavam parcelas de terras em zonas distantes e inóspitas do país. Naturalmente, esta política não transformou a estrutura tradicional de posse da terra e, menos ainda, não eliminou os mecanismos de exploração e domínio inerentes ao modelo econômico. Além disso, impediu em grande parte alianças políticas de forças sociais, democráticas e nacionais.

O ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, que assumiu o poder em 2003, teve uma atuação cautelar à ditadura e aos interesses dos latifundiários (entre estes, grande parte brasileiros), com o desígnio de manter a aparência da democracia representativa. Fora do poder, seus antigos donos tentam de todas as formas voltar e começam a se reorganizar para tal, como denunciou o atual presidente Lugo.

(1) CASTRO, J.L. Paraguai. In: JINKINGS, I.; SADER, E. Latinoamericana. SP e RJ: Boitempo Editorial e LPP/UERJ, 2006. P. 900-911.


Paraguai: Lugo afirma que querem tirá-lo do poder

Da Revista Fórum (*)

Há apenas 21 dias no poder, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, denunciou nesta segunda-feira, 1, a existência de um plano que teria como objetivo destituí-lo. Os idealizadores do golpe, segundo ele, são Nicanor Duarte Frutos, seu antecessor, e o general reformado Lino Oviedo, líder da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), pela qual se candidatou a presidente na mesma eleição vencida por Lugo.

Quando foi eleito, Lugo pôs fim a uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado, de Duarte Frutos, no poder.

Em um discurso realizado diante de autoridades militares do país, o ex-bispo disse que os detalhes do suposto plano teriam sido discutidos no domingo (31) à noite, em reunião realizada na casa do próprio Oviedo.

Além dele e de Duarte Frutos, também participaram do encontro, segundo o presidente paraguaio, o presidente do Congresso, Enrique González Quintana, ligado a Oviedo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, o Procurador-geral do país, Rubén Candia, e líderes da oposição.

As informações sobre o golpe foram passadas a Lugo pelo general Bernardino Soto Estigarribia, comandante das Forças Militares do país, que citou informações cedidas pelo general do exército Máximo Díaz, que participou do encontro. Apesar de ser amigo de Duarte Frutos, Estigarribia foi mantido no cargo pelo ex-bispo pelo seu bom desempenho.

Em um discurso lido diante do comandante de Estigarribia e dos responsáveis pela três Forças Armadas, Lugo afirmou que Díaz "cumpriu seus deveres e denunciou a reunião a seus superiores".

De acordo com os relatórios passados a Lugo, em um dado momento da reunião, Díaz - cuja função é ser um vínculo entre as Forças Armadas e o Congresso - foi questionado por Oviedo, em uma conversa particular, sobre a posição dos militares a respeito da crise no Senado, atualmente dividido pela controvérsia da posse de Duarte Frutos como senador vitalício (com voz, mas sem direito a voto) ou ativo, como o ex-presidente pretende.

Segundo Lugo, Díaz teria respondido que as Forças Armadas têm um papel constitucional a cumprir. Depois disso, o general teria deixado a casa de Oviedo.

Soberania do povo paraguaio em jogo

"Como presidente da república, ratifico meu juramento solene de cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis", disse Lugo. "Meu governo não permitirá que aqueles que querem levar adiante projetos conspirativos burlem a soberania do povo paraguaio."

Lugo também destacou a lealdade das Forças Armadas e a "subordinação" do presidente da república às instituições democráticas.

Em resposta à denúncia de Lugo, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Juan Morales, e o presidente do Senado, González Quintana, negaram imediatamente qualquer envolvimento com um possível golpe. Quintana disse ainda que a reunião na residência de Oviedo sequer existiu e afirmo que pedirá ao presidente Lugo esclarecimentos sobre a acusação.

Em 1996, o general Lino Oviedo foi acusado de idealizar um golpe contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy. Além disso, pesa sobre ele a suspeita de ter ordenado o assassinato do ex-vice-presidente Luis María Argaña. Oviedo já esteve preso e chegou a se exilar no Brasil. Graças a uma autorização judicial, pôde disputar as eleições presidenciais deste ano.

(*) Publicado pela Revista Fórum em 02/09/2008.


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Colombia: La memoria de los pueblos contra la memoria de los computadores del terror

Los computadores del abatido Raúl Reyes se han vuelto como el bolso de Mary Poppins, de los cuales se puede sacar cualquier prueba que se necesite contra quien sea y en el momento oportuno. Ahora le tocó el turno al economista Héctor Mondragón, quien ha sido falsamente señalado de tener vínculos con las FARC. Por Manuel Rozental e Simone Bruno, ALAINET.

La guerra colombiana es una estrategia de dominación, que justifica y confunde intencionalmente resistencias democráticas con resistencias armadas, terrorismo con lucha social y justicia social con amenaza para el orden institucional, con el único propósito de eliminar las primeras identificándolas con las segundas. Como hemos intentado explicar por este mismo medio, el Modelo Colombia se dirige contra movimientos sociales y se exporta activamente.

La paz tiene que parecer alcanzable pero nunca lo será hasta que el enemigo no sea acabado definitivamente y enemigos son todos los que no están de acuerdo con la clase dominante. Solo luego de que habrá paz, la situación de todos los colombianos se mejorará mágicamente. Esto es el postulado uribista: la causa de todos los males es la guerrilla y guerrilla son todos los que no sean uribistas.

En nombre de esta paz utópica, que se alcanza con muerte y la eliminación física, todo se justifica; así, mientras en todo el continente soplan vientos de cambios, en Colombia soplan los mismos vientos de guerra de siempre.

La historia se transforma en experiencia si la examinamos de manera cuidadosa repasando los hechos para aprender lecciones. Ese repaso, ese camino hacia atrás se hace a través de la memoria, de las múltiples memorias que, tejidas desde la reflexión, se convierten en historia. Pero la historia no es un terreno neutro y eso se sabe porque no es la misma la de los vencedores que la de los vencidos, la de los opresores que la de los oprimidos. Quien gana es quien hace la historia simultáneamente negándole ese derecho a quienes quedamos sometidos a la historia oficial. La experiencia enseña a los pueblos a ir tejiendo pacientemente y en contravía de la versión que se impone desde el poder, a desarrollar su verdad. Solamente en la medida en que los sometidos hacen memoria, van tejiendo su propia versión y la convierten en propuesta, en proceso de transformación, en alternativa, se supera el sometimiento. Los seres humanos nos organizamos y recordamos para hacer historia. Si no levantamos la historia que nos merecemos, terminamos sometidos a la que nos imponen para beneficio de los opresores. Cuando los pueblos tienen memoria tejida en historia transformada en experiencia para caminar, se pone en evidencia el conflicto que confronta al orden establecido y su versión oficial con la vocación de los pueblos por vivir en libertad a su manera.

A través de la propaganda, que confunde, engaña, convence, de instituciones que establecen las reglas del juego del establecimiento y del terror y la fuerza, se somete, desde hace 516 años, a los pueblos en las diferentes fases del capitalismo. Un orden social que se basa en la acumulación egoísta de unos pocos que se han apropiado del trabajo y de la vida de los pueblos y de las tierras, territorios y bienes de la naturaleza y sus riquezas para convertirlos en mercancías que generan ganancias para los dueños del capital y terminan transformadas en basuras. Todo existe para ser explotado, expropiado y finalmente excluido y exterminado para que la acumulación del capital continúe. El consenso y la coerción se combinan para imponer y establecer esta historia de despojo e inequidad.

El capital debe evitar que la memoria de los pueblos se teja y se convierta en alternativa. Si esto llegara a suceder, los caminos de los pueblos se convertirán en alternativas y el conflicto en el camino de la transformación. El capital debe evitar que los pueblos caminen su historia. El capital debe imponer su versión por todas las vías a su alcance y lo sabe.

Una de las estrategias más poderosas para lograr este objetivo es la de desplazar el conflicto del terreno del debate de las ideas y de la movilización conciente de pueblos por causas justas, al terreno de la fuerza, de los dogmatismos, del dualismo amigo-enemigo. De manera activa, desde su propia fundación, el capital transforma por la vía de la propaganda a sus contrincantes en terroristas, en monstruos destructivos que deben ser aplastados por la fuerza por el “bien” de la sociedad establecida. El terror de los habitantes los moviliza a favor del régimen o los aplasta en la inmovilidad. Quien controle el terror, hace la historia y defiende el orden de la acumulación. Empujar a los pueblos a la violencia para defenderse de modo que puedan señalarse como violentos para aplastarlos es una vieja estrategia del capital que ha ido refinando, sofisticando y tecnificando. La trampa consiste en impedir la movilización y el debate de posiciones y verdades que pongan en evidencia el conflicto que desafía al orden injusto, imponiendo desde el poder el terror y la guerra que generen terror y guerra para justificar su uso y aplastar cualquier desafío. La guerra y el terror le sirven al capital. Colombia es un experimento ejemplar de esta historia que se hace a sangre y fuego para que los pueblos no podamos encontrar la libertad, nuestras memorias y experiencias y la historia que necesitamos. Esta dinámica nos permite entender el surgimiento recurrente de ejércitos insurgentes, el aplastamiento de procesos populares acusados de terroristas, la represión constante, la alianza de políticos, corporaciones, gobiernos, ejércitos, escuadrones de la muerte y medios de comunicación para imponer, por la vía del terror y la confusión, el orden del despojo y convertirlo en normal.

En este contexto, para los intereses del capital transnacional y globalizado, las FARC pasan de ser una amenaza de insurgencia popular a convertirse en un instrumento de terror al servicio del capital. Este es el propósito que pretenden imponerle desde el poder. Cada acción de las FARC debe servir para legitimar el uso de la fuerza y movilizar el respaldo popular. Pero además, hay que fabricar con la propaganda, unas FARC globales, terroristas, amenazantes y vinculadas con cualquiera que pretenda desafiar el orden, denunciar sus abusos, señalar la opresión y difamar el camino de alternativas diversas para la vida. En este contexto, las FARC de la propaganda, como instrumento desde el poder global, son la realidad distorsionada de terror para la consolidación del poder transnacional. Las FARC servirán al orden si ya no son amenaza al establecimiento sino instrumento para judicializar, difamar, legitimar el uso de la fuerza y atacar a quienes desafíen su poder de despojo.

Es evidente que estamos ante una estrategia muy bien preparada para globalizar a las FARC y explotarla en la guerra contra el terrorismo. En este interés no tendría sentido derrotarla militarmente en Colombia. Igual que Al-Qaeda, las FARC del capital corporativo sirven para actuar en todas partes, señalar a cualquiera y mezclar culpables e inocentes. Las FARC se transforman desde Colombia por acción mediática-policial en instrumento de la agenda transnacional globalizante. La memoria de los pueblos es aplastada por la memoria manipulada de computadores al servicio del capital transnacional.

La evidencia de esto se acumula. En las últimas semanas las campañas de difamación se han intensificado, se señalan vínculos de las FARC con el gabinete del Presidente brasileño Lula, Luis Ignacio da Silva, sindicatos, ONGs y toda la solidaridad canadiense y europea, el gobierno nicaragüense, el partido de la Rifondazione Comunista en Italia, el gobierno de Evo Morales en Bolivia, el recién electo Presidente Lugo de Paraguay, activistas españoles y ecuatorianos. Se aplica una conocida y refinada estrategia: se establecen las FARC como terroristas por sus propias acciones y por las tergiversaciones, "falsos positivos" (1) y distorsiones de la propaganda. Se genera temor y rechazo y se señala a cualquiera, sea o no de las FARC, como colaborador y simpatizante con el fin de movilizar la opinión y el poder en contra de la resistencia, la memoria y los derechos de los pueblos. Se desplaza la confrontación política ideológica al terreno del terror y de la fuerza a través de señalamientos. Se crea un mal absoluto y todos los que se oponen al sistema se adscriben a este mal. Las instituciones jurídicas se ponen al servicio de la persecución.

En esta red ha sido enredado hace poco un amigo.

Héctor Mondragón es un ser humano excepcional: un tejedor de memorias, un maestro forjador de conciencias y de caminos. Ha dedicado su vida a hilar desde las experiencias de los pueblos y desde develar las estrategias de opresión, verdades que convocan la memoria, fomentan la conciencia e invitan a transformar la realidad del sometimiento a la dignidad. Este maestro de sabiduría, humilde y comprometido, siempre dispuesto a enfrentar el odio con la verdad, la injusticia con la consciencia y la arbitrariedad de la fuerza con argumentos e ideas, es una verdadera amenaza para el orden de propaganda, explotación y terror que se impone en y desde Colombia, precisamente porque simboliza la lucha contra el terror, la propaganda y la explotación. Todos los que trabajamos el tema de Colombia hemos aprendido mucho y debemos mucho a Héctor Mondragón, por esto nos ofende y duele vernos obligados a defender una vida de coherencia y dignidad que él mismo expresa en su palabra contundente y transparente ante señalamientos criminales de un orden perverso que se sustentan en el engaño y la intención infame: la de ensuciar su nombre para difamar y destruir el camino que está ayudando a forjar con los despojados. A Héctor Mondragón y a los pueblos conscientes, el régimen les tiene terror, porque la verdad y la memoria son amenazas incontenibles.

Héctor, además de tener una visión amplia, histórica y analítica del país es una persona que impresiona por su simplicidad, por su disponibilidad y su compromiso con los otros. En su caso basta con que se lean sus escritos y con que se recuerden sus actos y palabras desde todos los procesos y movimientos sociales en Colombia y el mundo para sustentar esta verdad incuestionable: Héctor Mondragón no es un terrorista ni tiene vínculos con terroristas. Esto es mentira. No hablemos de Héctor Mondragón. Hablemos de la estrategia de terror y difamación aplicada contra Héctor y contra la dignidad y justicia de la lucha de los pueblos:

El 29 de agosto en un artículo publicado por el diario El Tiempo titulado: Rastrean giros de sindicatos de Canadá a la ONG Fensuagro que habrían terminado en las FARC se encuentra la siguiente afirmación: “Y en un correo del 2 de abril del 2006, 'Reyes' le escribe a un hombre identificado como Héctor Mondragón: "Quiero presentarle a la camarada Liliany (...) ella trabaja conmigo y al mismo tiempo presta asesoría a Fensuagro (Federación Nacional Sindical Unitaria Agropecuaria) en su trabajo de relaciones internacionales. Naturalmente se trata de una camarada de absoluta confianza".

El correo de Reyes, según el reportaje, habría sido encontrado en los computadores del mismo Reyes, los que validó la Interpol y que son el “cerebro” permanente del régimen para globalizar a las FARC. Señalar a personas como Héctor Mondragón y a quienes no son terroristas sino luchadores sociales es su propósito fundamental. Propósito que será validado capturando de vez en cuando auténticos terroristas para fabricar credibilidad. “Si unos son culpables, los demás deben serlo”. De esto nos quieren convencer. Ahora se universalizan los "falsos positivos" y la paranoia. Las FARC, de ser un “ejército de bandidos” prácticamente derrotado, según el propio Gobierno, pasará a ser un poder perverso con presencia en tu barrio, en tu banco, en tu sindicato. Las FARC están en todas partes, en todo el mundo y son demonios. Cada sindicato, cada esfuerzo solidario, cada movimiento y persona que quieran desmovilizar y perseguir tendrá vínculos con las FARC. Así aparecerá en la memoria de los computadores.

Estos mismos computadores se han vuelto como el bolso de Mary Poppins, de los cuales se puede sacar cualquier prueba que se necesite contra quien sea. Pruebas que además mágicamente se filtran a la prensa en los momentos más oportunos.

El gobierno Uribe está involucrado en un número cada vez mayor de escándalos, cada uno de ellos sería suficiente para su caída. Parapolítica, cohecho de parlamentarios que aprobaron su reelección, falsas acusaciones y complot con paramilitares contra la Corte Suprema de Justicia, además del interés de la Corte Penal Internacional en abrir una investigación formal sobre Colombia. Frente a todo esto la reacción presidencial es como la de aquellos jugadores de Blackjack que después de haber perdido una vez doblan la apuesta la vez siguiente en el intento de recuperar, arriesgando, para llegar al punto en el que ya no hay nada más para apostar. En esta misma lógica el presidente nunca se defiende de las acusaciones sino que se lanza cada vez en nuevos ataques, esto, hasta que habrá gastado toda su popularidad.

El artículo en el cual se acusa irresponsablemente a Héctor, en un país en donde señalamientos y amenazas de muerte van de la mano, es firmado por la “unidad investigativa” de “El Tiempo”, cosa que por sí misma, explica porqué este periódico, además de ser el que más recursos tiene, no ha sido capaz de sacar a la luz ninguno de los escándalos en los cuales el gobierno del presidente Uribe se está ahogando. La revista Semana, el diario “el Espectador”, los noticieros de Canal 1 y hasta la revista Cambio han contribuido a que el país conozca la realidad de un gobierno cuyos integrantes están involucrados en los peores escándalos de la historia del país. En cambio, El Tiempo y su “unidad investigativa”, se limitan a reportar el contenido del bolso de Mary Poppins, y a arriesgar la vida de los ciudadanos.

En defensa de Héctor Mondragón hablan los comentarios de aquellos que, como los indígenas Nasa, han podido trabajar con él: “El que “Reyes” le haya escrito a Héctor Mondragón esta nota, o que se haya comunicado con él es falso. Esta es una invención perversa, mal intencionada y por ello mismo constituye un señalamiento criminal que busca ensuciar el buen nombre, la transparencia incomparable, la honestidad incuestionable de un maestro y compañero que merece todo el reconocimiento, respeto y afecto de quienes lo conocemos y venimos aprendiendo de él y con él desde hace muchos años. Tan bien lo conocemos y tan seguros estamos que podemos ser contundentes y definitivos en denunciar esta farsa repugnante y llamar a todas y todos los que lo conocen a hacer lo mismo.[…] Tendría que ser otro Héctor Mondragón el que recibiera esa nota, no el investigador, el asesor de procesos campesinos indígenas y populares en todo el continente y buena parte del mundo. El Héctor Mondragón que ha dado conferencias sólidamente documentadas, escrito textos invaluables e impecables por su fuerza, claridad y respaldo en la verdad, acompañado procesos y pueblos arriesgando su vida y entregando todo de sí por la verdad y la justicia, no recibió ese correo. Héctor Mondragón ha sido víctima de un señalamiento que busca difamarlo y silenciarlo.[…] Así como siempre hemos contado con Héctor para que nos enseñe y acompañe, hoy lo acompañamos y reclamamos que una sola voz firme y contundente se levante frente al terror y la falsedad”.

O como Justin Podur, canadiense, cooperante internacional y escritor, que tiene la suerte de traducir los textos de Héctor al inglés: “estas son las apelaciones desesperadas de un régimen criminal. El intento de desviar la atención de sus propios crímenes inventando crímenes de los otros. El conocimiento que tengo de Colombia llega a través de algunas personas, entre estos hay alguien que es un verdadero héroe para mí, el economista colombiano Héctor Mondragón. El es el mejor tipo de pacifista, uno que lo practica sobre si mismo, aun si esto es increíblemente difícil. […] Si el régimen persigue Héctor Mondragón, esto no es por razones conectadas con la recolección de fondos de las FARC, es por las mismas razones de siempre: destruir cada fuerza y organización social, incluyendo – o de pronto especialmente- las políticas y pacíficas que se oponen al saqueo del país”.

Héctor ha sido amenazado continuamente en su vida, ha tenido que salir del país, ha sido torturado por agentes del Estado en su juventud, pero el Estado no aparece para ayudarlo en su lucha o para reparar sus culpas, sino para señalarlo, para poner en riesgo una vez más su vida.

El señalamiento contra Héctor fabricada en la memoria del régimen del capital transnacional, transmitida a través la manipulada memoria de los computadores, es un anuncio de lo que avanza. Nadie está a salvo. La intención es el terror para someter. Si Héctor puede ser condenado, cualquiera es vulnerable. La lucha es entre la memoria que ha ayudado a tejer Héctor, la de los pueblos, la de la resistencia, la de las verdaderas estrategias, intenciones y trampas del opresor y la manipulada, falsificada y fabricada que se sirve de estratagemas sofisticadas para imponer una historia que nos lleva al fin de la historia. Defender a Héctor Mondragón es, por estas razones, defender nuestro derecho como pueblos a tener memoria y a hacer por fin realidad, nuestra libertad.


Nota:
(1) Falsos atentados montados por el ejército colombiano con el fin de mostrar resultados "positivos" ante el país. (NDLR)


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Colombia: La memoria de los pueblos contra la memoria de los computadores del terror

Los computadores del abatido Raúl Reyes se han vuelto como el bolso de Mary Poppins, de los cuales se puede sacar cualquier prueba que se necesite contra quien sea y en el momento oportuno. Ahora le tocó el turno al economista Héctor Mondragón, quien ha sido falsamente señalado de tener vínculos con las FARC. Por Manuel Rozental e Simone Bruno, ALAINET.

La guerra colombiana es una estrategia de dominación, que justifica y confunde intencionalmente resistencias democráticas con resistencias armadas, terrorismo con lucha social y justicia social con amenaza para el orden institucional, con el único propósito de eliminar las primeras identificándolas con las segundas. Como hemos intentado explicar por este mismo medio, el Modelo Colombia se dirige contra movimientos sociales y se exporta activamente.

La paz tiene que parecer alcanzable pero nunca lo será hasta que el enemigo no sea acabado definitivamente y enemigos son todos los que no están de acuerdo con la clase dominante. Solo luego de que habrá paz, la situación de todos los colombianos se mejorará mágicamente. Esto es el postulado uribista: la causa de todos los males es la guerrilla y guerrilla son todos los que no sean uribistas.

En nombre de esta paz utópica, que se alcanza con muerte y la eliminación física, todo se justifica; así, mientras en todo el continente soplan vientos de cambios, en Colombia soplan los mismos vientos de guerra de siempre.

La historia se transforma en experiencia si la examinamos de manera cuidadosa repasando los hechos para aprender lecciones. Ese repaso, ese camino hacia atrás se hace a través de la memoria, de las múltiples memorias que, tejidas desde la reflexión, se convierten en historia. Pero la historia no es un terreno neutro y eso se sabe porque no es la misma la de los vencedores que la de los vencidos, la de los opresores que la de los oprimidos. Quien gana es quien hace la historia simultáneamente negándole ese derecho a quienes quedamos sometidos a la historia oficial. La experiencia enseña a los pueblos a ir tejiendo pacientemente y en contravía de la versión que se impone desde el poder, a desarrollar su verdad. Solamente en la medida en que los sometidos hacen memoria, van tejiendo su propia versión y la convierten en propuesta, en proceso de transformación, en alternativa, se supera el sometimiento. Los seres humanos nos organizamos y recordamos para hacer historia. Si no levantamos la historia que nos merecemos, terminamos sometidos a la que nos imponen para beneficio de los opresores. Cuando los pueblos tienen memoria tejida en historia transformada en experiencia para caminar, se pone en evidencia el conflicto que confronta al orden establecido y su versión oficial con la vocación de los pueblos por vivir en libertad a su manera.

A través de la propaganda, que confunde, engaña, convence, de instituciones que establecen las reglas del juego del establecimiento y del terror y la fuerza, se somete, desde hace 516 años, a los pueblos en las diferentes fases del capitalismo. Un orden social que se basa en la acumulación egoísta de unos pocos que se han apropiado del trabajo y de la vida de los pueblos y de las tierras, territorios y bienes de la naturaleza y sus riquezas para convertirlos en mercancías que generan ganancias para los dueños del capital y terminan transformadas en basuras. Todo existe para ser explotado, expropiado y finalmente excluido y exterminado para que la acumulación del capital continúe. El consenso y la coerción se combinan para imponer y establecer esta historia de despojo e inequidad.

El capital debe evitar que la memoria de los pueblos se teja y se convierta en alternativa. Si esto llegara a suceder, los caminos de los pueblos se convertirán en alternativas y el conflicto en el camino de la transformación. El capital debe evitar que los pueblos caminen su historia. El capital debe imponer su versión por todas las vías a su alcance y lo sabe.

Una de las estrategias más poderosas para lograr este objetivo es la de desplazar el conflicto del terreno del debate de las ideas y de la movilización conciente de pueblos por causas justas, al terreno de la fuerza, de los dogmatismos, del dualismo amigo-enemigo. De manera activa, desde su propia fundación, el capital transforma por la vía de la propaganda a sus contrincantes en terroristas, en monstruos destructivos que deben ser aplastados por la fuerza por el “bien” de la sociedad establecida. El terror de los habitantes los moviliza a favor del régimen o los aplasta en la inmovilidad. Quien controle el terror, hace la historia y defiende el orden de la acumulación. Empujar a los pueblos a la violencia para defenderse de modo que puedan señalarse como violentos para aplastarlos es una vieja estrategia del capital que ha ido refinando, sofisticando y tecnificando. La trampa consiste en impedir la movilización y el debate de posiciones y verdades que pongan en evidencia el conflicto que desafía al orden injusto, imponiendo desde el poder el terror y la guerra que generen terror y guerra para justificar su uso y aplastar cualquier desafío. La guerra y el terror le sirven al capital. Colombia es un experimento ejemplar de esta historia que se hace a sangre y fuego para que los pueblos no podamos encontrar la libertad, nuestras memorias y experiencias y la historia que necesitamos. Esta dinámica nos permite entender el surgimiento recurrente de ejércitos insurgentes, el aplastamiento de procesos populares acusados de terroristas, la represión constante, la alianza de políticos, corporaciones, gobiernos, ejércitos, escuadrones de la muerte y medios de comunicación para imponer, por la vía del terror y la confusión, el orden del despojo y convertirlo en normal.

En este contexto, para los intereses del capital transnacional y globalizado, las FARC pasan de ser una amenaza de insurgencia popular a convertirse en un instrumento de terror al servicio del capital. Este es el propósito que pretenden imponerle desde el poder. Cada acción de las FARC debe servir para legitimar el uso de la fuerza y movilizar el respaldo popular. Pero además, hay que fabricar con la propaganda, unas FARC globales, terroristas, amenazantes y vinculadas con cualquiera que pretenda desafiar el orden, denunciar sus abusos, señalar la opresión y difamar el camino de alternativas diversas para la vida. En este contexto, las FARC de la propaganda, como instrumento desde el poder global, son la realidad distorsionada de terror para la consolidación del poder transnacional. Las FARC servirán al orden si ya no son amenaza al establecimiento sino instrumento para judicializar, difamar, legitimar el uso de la fuerza y atacar a quienes desafíen su poder de despojo.

Es evidente que estamos ante una estrategia muy bien preparada para globalizar a las FARC y explotarla en la guerra contra el terrorismo. En este interés no tendría sentido derrotarla militarmente en Colombia. Igual que Al-Qaeda, las FARC del capital corporativo sirven para actuar en todas partes, señalar a cualquiera y mezclar culpables e inocentes. Las FARC se transforman desde Colombia por acción mediática-policial en instrumento de la agenda transnacional globalizante. La memoria de los pueblos es aplastada por la memoria manipulada de computadores al servicio del capital transnacional.

La evidencia de esto se acumula. En las últimas semanas las campañas de difamación se han intensificado, se señalan vínculos de las FARC con el gabinete del Presidente brasileño Lula, Luis Ignacio da Silva, sindicatos, ONGs y toda la solidaridad canadiense y europea, el gobierno nicaragüense, el partido de la Rifondazione Comunista en Italia, el gobierno de Evo Morales en Bolivia, el recién electo Presidente Lugo de Paraguay, activistas españoles y ecuatorianos. Se aplica una conocida y refinada estrategia: se establecen las FARC como terroristas por sus propias acciones y por las tergiversaciones, "falsos positivos" (1) y distorsiones de la propaganda. Se genera temor y rechazo y se señala a cualquiera, sea o no de las FARC, como colaborador y simpatizante con el fin de movilizar la opinión y el poder en contra de la resistencia, la memoria y los derechos de los pueblos. Se desplaza la confrontación política ideológica al terreno del terror y de la fuerza a través de señalamientos. Se crea un mal absoluto y todos los que se oponen al sistema se adscriben a este mal. Las instituciones jurídicas se ponen al servicio de la persecución.

En esta red ha sido enredado hace poco un amigo.

Héctor Mondragón es un ser humano excepcional: un tejedor de memorias, un maestro forjador de conciencias y de caminos. Ha dedicado su vida a hilar desde las experiencias de los pueblos y desde develar las estrategias de opresión, verdades que convocan la memoria, fomentan la conciencia e invitan a transformar la realidad del sometimiento a la dignidad. Este maestro de sabiduría, humilde y comprometido, siempre dispuesto a enfrentar el odio con la verdad, la injusticia con la consciencia y la arbitrariedad de la fuerza con argumentos e ideas, es una verdadera amenaza para el orden de propaganda, explotación y terror que se impone en y desde Colombia, precisamente porque simboliza la lucha contra el terror, la propaganda y la explotación. Todos los que trabajamos el tema de Colombia hemos aprendido mucho y debemos mucho a Héctor Mondragón, por esto nos ofende y duele vernos obligados a defender una vida de coherencia y dignidad que él mismo expresa en su palabra contundente y transparente ante señalamientos criminales de un orden perverso que se sustentan en el engaño y la intención infame: la de ensuciar su nombre para difamar y destruir el camino que está ayudando a forjar con los despojados. A Héctor Mondragón y a los pueblos conscientes, el régimen les tiene terror, porque la verdad y la memoria son amenazas incontenibles.

Héctor, además de tener una visión amplia, histórica y analítica del país es una persona que impresiona por su simplicidad, por su disponibilidad y su compromiso con los otros. En su caso basta con que se lean sus escritos y con que se recuerden sus actos y palabras desde todos los procesos y movimientos sociales en Colombia y el mundo para sustentar esta verdad incuestionable: Héctor Mondragón no es un terrorista ni tiene vínculos con terroristas. Esto es mentira. No hablemos de Héctor Mondragón. Hablemos de la estrategia de terror y difamación aplicada contra Héctor y contra la dignidad y justicia de la lucha de los pueblos:

El 29 de agosto en un artículo publicado por el diario El Tiempo titulado: Rastrean giros de sindicatos de Canadá a la ONG Fensuagro que habrían terminado en las FARC se encuentra la siguiente afirmación: “Y en un correo del 2 de abril del 2006, 'Reyes' le escribe a un hombre identificado como Héctor Mondragón: "Quiero presentarle a la camarada Liliany (...) ella trabaja conmigo y al mismo tiempo presta asesoría a Fensuagro (Federación Nacional Sindical Unitaria Agropecuaria) en su trabajo de relaciones internacionales. Naturalmente se trata de una camarada de absoluta confianza".

El correo de Reyes, según el reportaje, habría sido encontrado en los computadores del mismo Reyes, los que validó la Interpol y que son el “cerebro” permanente del régimen para globalizar a las FARC. Señalar a personas como Héctor Mondragón y a quienes no son terroristas sino luchadores sociales es su propósito fundamental. Propósito que será validado capturando de vez en cuando auténticos terroristas para fabricar credibilidad. “Si unos son culpables, los demás deben serlo”. De esto nos quieren convencer. Ahora se universalizan los "falsos positivos" y la paranoia. Las FARC, de ser un “ejército de bandidos” prácticamente derrotado, según el propio Gobierno, pasará a ser un poder perverso con presencia en tu barrio, en tu banco, en tu sindicato. Las FARC están en todas partes, en todo el mundo y son demonios. Cada sindicato, cada esfuerzo solidario, cada movimiento y persona que quieran desmovilizar y perseguir tendrá vínculos con las FARC. Así aparecerá en la memoria de los computadores.

Estos mismos computadores se han vuelto como el bolso de Mary Poppins, de los cuales se puede sacar cualquier prueba que se necesite contra quien sea. Pruebas que además mágicamente se filtran a la prensa en los momentos más oportunos.

El gobierno Uribe está involucrado en un número cada vez mayor de escándalos, cada uno de ellos sería suficiente para su caída. Parapolítica, cohecho de parlamentarios que aprobaron su reelección, falsas acusaciones y complot con paramilitares contra la Corte Suprema de Justicia, además del interés de la Corte Penal Internacional en abrir una investigación formal sobre Colombia. Frente a todo esto la reacción presidencial es como la de aquellos jugadores de Blackjack que después de haber perdido una vez doblan la apuesta la vez siguiente en el intento de recuperar, arriesgando, para llegar al punto en el que ya no hay nada más para apostar. En esta misma lógica el presidente nunca se defiende de las acusaciones sino que se lanza cada vez en nuevos ataques, esto, hasta que habrá gastado toda su popularidad.

El artículo en el cual se acusa irresponsablemente a Héctor, en un país en donde señalamientos y amenazas de muerte van de la mano, es firmado por la “unidad investigativa” de “El Tiempo”, cosa que por sí misma, explica porqué este periódico, además de ser el que más recursos tiene, no ha sido capaz de sacar a la luz ninguno de los escándalos en los cuales el gobierno del presidente Uribe se está ahogando. La revista Semana, el diario “el Espectador”, los noticieros de Canal 1 y hasta la revista Cambio han contribuido a que el país conozca la realidad de un gobierno cuyos integrantes están involucrados en los peores escándalos de la historia del país. En cambio, El Tiempo y su “unidad investigativa”, se limitan a reportar el contenido del bolso de Mary Poppins, y a arriesgar la vida de los ciudadanos.

En defensa de Héctor Mondragón hablan los comentarios de aquellos que, como los indígenas Nasa, han podido trabajar con él: “El que “Reyes” le haya escrito a Héctor Mondragón esta nota, o que se haya comunicado con él es falso. Esta es una invención perversa, mal intencionada y por ello mismo constituye un señalamiento criminal que busca ensuciar el buen nombre, la transparencia incomparable, la honestidad incuestionable de un maestro y compañero que merece todo el reconocimiento, respeto y afecto de quienes lo conocemos y venimos aprendiendo de él y con él desde hace muchos años. Tan bien lo conocemos y tan seguros estamos que podemos ser contundentes y definitivos en denunciar esta farsa repugnante y llamar a todas y todos los que lo conocen a hacer lo mismo.[…] Tendría que ser otro Héctor Mondragón el que recibiera esa nota, no el investigador, el asesor de procesos campesinos indígenas y populares en todo el continente y buena parte del mundo. El Héctor Mondragón que ha dado conferencias sólidamente documentadas, escrito textos invaluables e impecables por su fuerza, claridad y respaldo en la verdad, acompañado procesos y pueblos arriesgando su vida y entregando todo de sí por la verdad y la justicia, no recibió ese correo. Héctor Mondragón ha sido víctima de un señalamiento que busca difamarlo y silenciarlo.[…] Así como siempre hemos contado con Héctor para que nos enseñe y acompañe, hoy lo acompañamos y reclamamos que una sola voz firme y contundente se levante frente al terror y la falsedad”.

O como Justin Podur, canadiense, cooperante internacional y escritor, que tiene la suerte de traducir los textos de Héctor al inglés: “estas son las apelaciones desesperadas de un régimen criminal. El intento de desviar la atención de sus propios crímenes inventando crímenes de los otros. El conocimiento que tengo de Colombia llega a través de algunas personas, entre estos hay alguien que es un verdadero héroe para mí, el economista colombiano Héctor Mondragón. El es el mejor tipo de pacifista, uno que lo practica sobre si mismo, aun si esto es increíblemente difícil. […] Si el régimen persigue Héctor Mondragón, esto no es por razones conectadas con la recolección de fondos de las FARC, es por las mismas razones de siempre: destruir cada fuerza y organización social, incluyendo – o de pronto especialmente- las políticas y pacíficas que se oponen al saqueo del país”.

Héctor ha sido amenazado continuamente en su vida, ha tenido que salir del país, ha sido torturado por agentes del Estado en su juventud, pero el Estado no aparece para ayudarlo en su lucha o para reparar sus culpas, sino para señalarlo, para poner en riesgo una vez más su vida.

El señalamiento contra Héctor fabricada en la memoria del régimen del capital transnacional, transmitida a través la manipulada memoria de los computadores, es un anuncio de lo que avanza. Nadie está a salvo. La intención es el terror para someter. Si Héctor puede ser condenado, cualquiera es vulnerable. La lucha es entre la memoria que ha ayudado a tejer Héctor, la de los pueblos, la de la resistencia, la de las verdaderas estrategias, intenciones y trampas del opresor y la manipulada, falsificada y fabricada que se sirve de estratagemas sofisticadas para imponer una historia que nos lleva al fin de la historia. Defender a Héctor Mondragón es, por estas razones, defender nuestro derecho como pueblos a tener memoria y a hacer por fin realidad, nuestra libertad.


Nota:
(1) Falsos atentados montados por el ejército colombiano con el fin de mostrar resultados "positivos" ante el país. (NDLR)


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Próximo Tribunal Permanente dos Povos será em Lima

Após os tribunais de Russells, nos anos 70, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros. Próxima sessão será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio. Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas. Conferência de imprensa apresenta relatos nesta quinta, dia 8 de maio, no Rio de Janeiro.
Agência Consciência.Net; clique aqui


Após os tribunais de Russells, nos anos de 1970, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Ele foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros.

A próxima sessão do TPP será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio, no marco de "Enlaçando Alternativas 3" - um encontro de organizações e movimentos sociais paralelo à Cúpula de Presidentes União Européia-América Latina e Caribe. O Tribunal julgará a atuação abusiva de empresas transnacionais européias na América Latina, principalmente a violação de direitos humanos, sociais, ambientais e trabalhistas, abordando o regime onde prevalece o poder das corporações sobre os direitos dos povos.

Organizações sociais da Europa e da América Latina pretendem demonstrar com isso que a União Européia vem sendo um importante motor da globalização neoliberal, com acordos de associação e investimento que estabelecem condições para que suas grandes empresas atuem de forma a desrespeitar os direitos dos nossos povos.

Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas no Tribunal dos Povos em Lima. Com isso, o Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, juntamente com o PACS - Políticas Alternativas para o Cone Sul, está organizando uma audiência pública "Rumo ao Tribunal dos Povos". Nesta audiência serão apresentados os testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil.

A apresentação dos casos acontecerá na próxima quinta-feira, dia 8 de maio, das 11h às 13h, no Sindipetro-RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Os seguintes casos serão apresentados durante a audiência:
  • CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico): Empresa alemã Thyssen-Krupp, envolvida na construção do grande complexo siderúrgico e portuário na Baia de Sepetiba, no Rio de Janeiro, com impactos diretos de poluição na Baía e denúncia de violência contra a comunidade de pescadores. Testemunhas: Pescadores da Baía de Sepetiba e Fórum de Meio Ambiente do Trabalhador.
  • Syngenta: A empresa suíça possui campos experimentais em diversas regiões do Brasil, em desacordo com a legislação de biossegurança e as normas ambientais, sendo que nenhuma das variedades produzidas pela Syngenta foi autorizada comercialmente. A empresa também é uma das transnacionais de biotecnologia que tem desenvolvido tecnologias genéticas de restrição de uso (terminator) e, ilegalmente, patenteou uma destas tecnologias no Brasil. Testemunhas: MST e Terra de Direitos.
  • Shell: Denunciada pelo impacto ambiental e sobre a saúde pública e ocupacional, atingindo toda a população de aproximadamente 45 mil habitantes no entorno do pool da empresa em São Paulo. Testemunhas: Representantes do Coletivo Alternativa Verde (CAVE) e do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no Estado de São Paulo (SIPETROL).
  • Suez: Impactos sócio-ambientais decorrentes da construção de usinas hidrelétricas no Brasil, em especial as Usinas de Estreito em Tocantins (em construção) e a de Cana Brava em Goías (já construída). Denunciada por provocar dívida ecológica e social em regiões complexas e vulneráveis do ponto de vista ambiental(Cerrado/Amazônia), com sofisticada sociodiversidade também ameaçada pelo avanço da fronteira econômica e da apropriação monopolista dos recursos naturais. Testemunhas: Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
  • Roche e Boheringer: Indústria farmacêutica denunciada por abuso em testes de medicamento, desrespeito à legislação nacional de quebra de direito de patentes. Denunciantes: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Rebrip.
  • Unilever: empresa de capital holandês e inglês, fabricante de diversas marcas e produtos de limpeza e alimentação. Denúncia de violação de direitos trabalhistas e sindicais no Brasil, Chile e Colômbia. Denunciantes: Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (ORIT).

Os organizadores convidam a imprensa, o povo, a militância social e ambientalista, os estudantes e acadêmicos, e toda a classe trabalhadora do estado do Rio de Janeiro a participarem desta importante audiência.

Audiência Pública
"Rumo ao Tribunal dos Povos" - testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil

Dia: 8 de maio
Local: SINDIPETRO/RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro
Hora: das 11h às 13h.

Contatos:
Ana Garcia: (21) 8111-9921
Sandra Quintela (21) 9292-6472

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Próximo Tribunal Permanente dos Povos será em Lima

Após os tribunais de Russells, nos anos 70, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros. Próxima sessão será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio. Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas. Conferência de imprensa apresenta relatos nesta quinta, dia 8 de maio, no Rio de Janeiro.
Agência Consciência.Net; clique aqui


Após os tribunais de Russells, nos anos de 1970, o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) ficou estabelecido na Carta de Direitos dos Povos em 1976, na Argélia. Ele foi formalmente inaugurado como um tribunal de opinião, com sede na Fundação Basso, em Bologna, na Itália, por juristas eminentes e comprometidos, ativistas de direitos humanos e vencedores de prêmios Nobel da Paz, entre outros.

A próxima sessão do TPP será em Lima, no Peru, de 13 a 16 de maio, no marco de "Enlaçando Alternativas 3" - um encontro de organizações e movimentos sociais paralelo à Cúpula de Presidentes União Européia-América Latina e Caribe. O Tribunal julgará a atuação abusiva de empresas transnacionais européias na América Latina, principalmente a violação de direitos humanos, sociais, ambientais e trabalhistas, abordando o regime onde prevalece o poder das corporações sobre os direitos dos povos.

Organizações sociais da Europa e da América Latina pretendem demonstrar com isso que a União Européia vem sendo um importante motor da globalização neoliberal, com acordos de associação e investimento que estabelecem condições para que suas grandes empresas atuem de forma a desrespeitar os direitos dos nossos povos.

Diversas organizações do Brasil apresentarão denúncias contra algumas empresas no Tribunal dos Povos em Lima. Com isso, o Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, juntamente com o PACS - Políticas Alternativas para o Cone Sul, está organizando uma audiência pública "Rumo ao Tribunal dos Povos". Nesta audiência serão apresentados os testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil.

A apresentação dos casos acontecerá na próxima quinta-feira, dia 8 de maio, das 11h às 13h, no Sindipetro-RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Os seguintes casos serão apresentados durante a audiência:
  • CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico): Empresa alemã Thyssen-Krupp, envolvida na construção do grande complexo siderúrgico e portuário na Baia de Sepetiba, no Rio de Janeiro, com impactos diretos de poluição na Baía e denúncia de violência contra a comunidade de pescadores. Testemunhas: Pescadores da Baía de Sepetiba e Fórum de Meio Ambiente do Trabalhador.
  • Syngenta: A empresa suíça possui campos experimentais em diversas regiões do Brasil, em desacordo com a legislação de biossegurança e as normas ambientais, sendo que nenhuma das variedades produzidas pela Syngenta foi autorizada comercialmente. A empresa também é uma das transnacionais de biotecnologia que tem desenvolvido tecnologias genéticas de restrição de uso (terminator) e, ilegalmente, patenteou uma destas tecnologias no Brasil. Testemunhas: MST e Terra de Direitos.
  • Shell: Denunciada pelo impacto ambiental e sobre a saúde pública e ocupacional, atingindo toda a população de aproximadamente 45 mil habitantes no entorno do pool da empresa em São Paulo. Testemunhas: Representantes do Coletivo Alternativa Verde (CAVE) e do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no Estado de São Paulo (SIPETROL).
  • Suez: Impactos sócio-ambientais decorrentes da construção de usinas hidrelétricas no Brasil, em especial as Usinas de Estreito em Tocantins (em construção) e a de Cana Brava em Goías (já construída). Denunciada por provocar dívida ecológica e social em regiões complexas e vulneráveis do ponto de vista ambiental(Cerrado/Amazônia), com sofisticada sociodiversidade também ameaçada pelo avanço da fronteira econômica e da apropriação monopolista dos recursos naturais. Testemunhas: Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
  • Roche e Boheringer: Indústria farmacêutica denunciada por abuso em testes de medicamento, desrespeito à legislação nacional de quebra de direito de patentes. Denunciantes: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Rebrip.
  • Unilever: empresa de capital holandês e inglês, fabricante de diversas marcas e produtos de limpeza e alimentação. Denúncia de violação de direitos trabalhistas e sindicais no Brasil, Chile e Colômbia. Denunciantes: Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (ORIT).

Os organizadores convidam a imprensa, o povo, a militância social e ambientalista, os estudantes e acadêmicos, e toda a classe trabalhadora do estado do Rio de Janeiro a participarem desta importante audiência.

Audiência Pública
"Rumo ao Tribunal dos Povos" - testemunhos sobre casos de violação de direitos humanos cometidos por empresas transnacionais européias no Brasil

Dia: 8 de maio
Local: SINDIPETRO/RJ - Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro
Hora: das 11h às 13h.

Contatos:
Ana Garcia: (21) 8111-9921
Sandra Quintela (21) 9292-6472

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Bolivia: Con rabia y dolor desde Santa Cruz

Santa Cruz en estos momentos es víctima de un acuerdo político, de un pacto de sangre de logias que controlan a la región con la estrategia del miedo. Logias que articulan un discurso, que en apariencia es cruceñista, pero que no hace más que esconder de la manera más aviesa oscuros intereses contra el pueblo y contra el gobierno democráticamente electo. Por Grover Cardozo (*), de Santa Cruz, ALAI.

Me encuentro en la Avenida Santos Dumont a la altura del tercer anillo de la ciudad de Santa Cruz. Desde el corazón mismo de esta tierra, desde esta región que se apresta a vivir un duro episodio de su historia, tengo el deber moral de denunciar a Bolivia y el mundo lo siguiente:

Santa Cruz en estos momentos es víctima de un acuerdo político, de un pacto de sangre de logias que controlan a la región con la estrategia del miedo. Logias que articulan un discurso, que en apariencia es cruceñista, pero que no hace más que esconder de la manera más aviesa oscuros intereses contra el pueblo y contra el gobierno democráticamente electo.

El ambiente social aquí en Santa Cruz es de temor e incertidumbre. Una parte de la población ha instalado un ambiente de fiesta, de alegría, con marchas, música carnavalera y baile de jóvenes y muchachas y niños. Otros sectores miran en silencio, con impotencia y mordiéndose la lengua lo que hacen los sectores acomodados, los cambas blancos que descienden de extranjeros.

La estrategia del miedo ha funcionado. Los sectores duros han logrado que la Unión Juvenil Cruceñista sea temida por una buena parte de la población. Otros sectores en cambio hicieron a un lado el miedo y toman las calles y las plazas para protestar y expresan su voz en canales, radios y periódicos alternativos, pero la cobertura de prensa para esas voces es tan reducida e insignificante que da la impresión de que en Santa Cruz hay una sola consigna, una sola mirada y una sola línea política.

Los medios de comunicación en Santa Cruz han tocado fondo en cuanto a credibilidad. Radios, canales y periódicos han establecido un cordón umbilical directo con el Comité Cívico Pro Santa Cruz y la prefectura.

Como nunca había ocurrido en la historia de la comunicación en los canales no hay cabida para las voces disidentes. Muchos conductores y periodistas dan por hecho que todos apoyan los estatutos autonómicos y que TODOS deben votar por el sí el domingo 4 de mayo, en la consideración de que los OTROS no cuentan y por tanto no son parte del TODO. La capacidad crítica de los periodistas de los grandes medios está en pausa y muchos de ellos ni siquiera ya guardan el decoro de disimular lo que hacen, porque en Santa Cruz el que no sigue el guión es fichado por los líderes de las logias y "se queda sin pega".

Quien enciende un televisor y pasa revista a los canales tradicionales, observa que solo hay un discurso de línea proautonomista y si algo se dice del gobierno es en clave de contrainformación, para señalar que de cualquier modo el gobierno ataca a Santa Cruz, “que el gobierno se agarró con Santa Cruz”.

Las condiciones para ejercer el derecho a la libertad de expresión son tremendamente adversas y esta dictadura mediática solo tiene parangón con lo que vivimos con gobiernos dictatoriales.

La Corte Departamental Electoral tiene el más triste papel y al señor Parada no solo le dieron el triste papel de llamar a votar a la ciudadanía cruceña, sino que a través de spots dice que el referéndum de Santa Cruz está absolutamente apegado a la ley. “Con la ley en la mano” tienen la desfachatez de decirle al ciudadano cuando toda Bolivia y el mundo sabe que es un referéndum sin manto legal y absolutamente atentatorio al estado de derecho y por eso mismo con cariz de golpe de estado político dentro de un régimen democrático.

De darse la consulta autonómica, el evento habrá hecho meritos para ingresar a los Guiness record porque será la primera que se llevará a cabo una consulta, un plebiscito, sin previo debate, sin contraposición de ideas, con tanta mentira, discriminación y desprecio por el otro, es decir se sufragará en un clima absolutamente antidemocrático.

(*) Grover Cardozo es periodista boliviano (ALAI)


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Bolivia: Con rabia y dolor desde Santa Cruz

Santa Cruz en estos momentos es víctima de un acuerdo político, de un pacto de sangre de logias que controlan a la región con la estrategia del miedo. Logias que articulan un discurso, que en apariencia es cruceñista, pero que no hace más que esconder de la manera más aviesa oscuros intereses contra el pueblo y contra el gobierno democráticamente electo. Por Grover Cardozo (*), de Santa Cruz, ALAI.

Me encuentro en la Avenida Santos Dumont a la altura del tercer anillo de la ciudad de Santa Cruz. Desde el corazón mismo de esta tierra, desde esta región que se apresta a vivir un duro episodio de su historia, tengo el deber moral de denunciar a Bolivia y el mundo lo siguiente:

Santa Cruz en estos momentos es víctima de un acuerdo político, de un pacto de sangre de logias que controlan a la región con la estrategia del miedo. Logias que articulan un discurso, que en apariencia es cruceñista, pero que no hace más que esconder de la manera más aviesa oscuros intereses contra el pueblo y contra el gobierno democráticamente electo.

El ambiente social aquí en Santa Cruz es de temor e incertidumbre. Una parte de la población ha instalado un ambiente de fiesta, de alegría, con marchas, música carnavalera y baile de jóvenes y muchachas y niños. Otros sectores miran en silencio, con impotencia y mordiéndose la lengua lo que hacen los sectores acomodados, los cambas blancos que descienden de extranjeros.

La estrategia del miedo ha funcionado. Los sectores duros han logrado que la Unión Juvenil Cruceñista sea temida por una buena parte de la población. Otros sectores en cambio hicieron a un lado el miedo y toman las calles y las plazas para protestar y expresan su voz en canales, radios y periódicos alternativos, pero la cobertura de prensa para esas voces es tan reducida e insignificante que da la impresión de que en Santa Cruz hay una sola consigna, una sola mirada y una sola línea política.

Los medios de comunicación en Santa Cruz han tocado fondo en cuanto a credibilidad. Radios, canales y periódicos han establecido un cordón umbilical directo con el Comité Cívico Pro Santa Cruz y la prefectura.

Como nunca había ocurrido en la historia de la comunicación en los canales no hay cabida para las voces disidentes. Muchos conductores y periodistas dan por hecho que todos apoyan los estatutos autonómicos y que TODOS deben votar por el sí el domingo 4 de mayo, en la consideración de que los OTROS no cuentan y por tanto no son parte del TODO. La capacidad crítica de los periodistas de los grandes medios está en pausa y muchos de ellos ni siquiera ya guardan el decoro de disimular lo que hacen, porque en Santa Cruz el que no sigue el guión es fichado por los líderes de las logias y "se queda sin pega".

Quien enciende un televisor y pasa revista a los canales tradicionales, observa que solo hay un discurso de línea proautonomista y si algo se dice del gobierno es en clave de contrainformación, para señalar que de cualquier modo el gobierno ataca a Santa Cruz, “que el gobierno se agarró con Santa Cruz”.

Las condiciones para ejercer el derecho a la libertad de expresión son tremendamente adversas y esta dictadura mediática solo tiene parangón con lo que vivimos con gobiernos dictatoriales.

La Corte Departamental Electoral tiene el más triste papel y al señor Parada no solo le dieron el triste papel de llamar a votar a la ciudadanía cruceña, sino que a través de spots dice que el referéndum de Santa Cruz está absolutamente apegado a la ley. “Con la ley en la mano” tienen la desfachatez de decirle al ciudadano cuando toda Bolivia y el mundo sabe que es un referéndum sin manto legal y absolutamente atentatorio al estado de derecho y por eso mismo con cariz de golpe de estado político dentro de un régimen democrático.

De darse la consulta autonómica, el evento habrá hecho meritos para ingresar a los Guiness record porque será la primera que se llevará a cabo una consulta, un plebiscito, sin previo debate, sin contraposición de ideas, con tanta mentira, discriminación y desprecio por el otro, es decir se sufragará en un clima absolutamente antidemocrático.

(*) Grover Cardozo es periodista boliviano (ALAI)


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Acordei com o vizinho atirando no meu quintal

Apesar das propostas esquerdistas, Correa está muito longe de ser uma liderança que tenha alguma proximidade com a guerrilha colombiana. Ele é um economista muito mais próximo do terceiro setor e do ambiente acadêmico e fica difícil imaginar qualquer ligação com grupos que defendem a luta armada. Por Alexandre Sammogini (*).

Imagine se o seu vizinho começa uma briga com um desafeto dentro da casa dele. Você ouve discussões e sente que a situação vai ficando cada vez mais tensa. Logo, escuta alguns tiros e fica apreensivo. O desafeto do vizinho resolve fugir justamente para o seu quintal. Ele pula o muro para se esconder no seu jardim. De repente vem o seu vizinho armado até os dentes e começa a disparar em direção ao seu quintal. Certamente você não iria gostar nada disso. E ainda por cima, para justificar a invasão de sua casa, ele ainda te acusa de dar cobertura para o desafeto dele. Aí já é demais.

Guardadas as proporções, é o que ocorreu com a incursão militar do exército colombiano em território equatoriano na semana passada. Com a justificativa de matar os guerrilheiros das FARC, o exército do governo Uribe invadiu o território do Equador para realizar um sanguinário bombardeio, em que morreram quase duas dezenas de pessoas, entre elas, Raul Reyes, o principal articulador das Farc. Segundo informações de organizações sociais, o dirigente estava no país vizinho justamente para negociar a libertação de Ingrid Betancourt, a prisioneira mais ilustre da guerrilha. Prestes a ocorrer a libertação, o governo Uribe se apressou em matar o líder das Farc para provocar um incidente militar com repercussão mundial.

Se você ainda não está convencido da gravidade do fato, vamos então jogar um pouco mais com as imagens. Pense então o que aconteceria se o exército argentino bombardeasse o sul do Brasil para atacar e matar algum grupo que estivessem perseguindo. Imagine um bombardeio no Rio Grande do Sul ou no Paraná. O que nós brasileiros iríamos achar disso. Não, definitivamente, é uma situação muito complicada, ainda mais se considerarmos que o governo da Colômbia tem o apoio financeiro e militar do governo Bush. Através do Plano Colômbia, teoricamente para reprimir o narco-tráfico, o país recebe armamentos e apoio do governo dos EUA.

Para piorar a situação, o governo Uribe ainda tentou forjar provas que o governo equatoriano do presidente Rafael Correa está apoiando as Farc. Tive a oportunidade de cobrir como jornalista, para a agência de notícias Carta Maior, as eleições presidenciais no Equador no final de 2006. Conversei com várias pessoas que iriam compor o governo Correa e tive contato com o próprio candidato no primeiro turno das eleições. Na época houve denúncias de fraude, quando o candidato Álvaro Noboa, milionário magnata da banana, ganhou o primeiro turno apesar de todas as pesquisas de opinião darem a vitória para o oponente.

Diante das denúncias de fraude, o segundo turno ocorreu normalmente e Correa ganhou com larga vantagem. Apesar das propostas esquerdistas, Correa está muito longe de ser uma liderança que tenha alguma proximidade com a guerrilha colombiana. Ele é um economista muito mais próximo do terceiro setor e do ambiente acadêmico e fica difícil imaginar qualquer ligação com grupos que defendem a luta armada, a não ser que seja para intermediar negociações para a libertação dos sequestrados da própria guerrilha. A negociação estava bem avançada, com a participação do governo da França, mas a ação do exército colombiano provocou novamente a tensão máxima na região.

É tudo muito preocupante. Sabemos que George W. Bush invadiu o Iraque com a justificativa de uma ação preventiva contra as armas de destruição de Sadam. Apesar da resolução contrária da ONU, o exército norte-americano invadiu o Iraque mesmo sem motivos comprovados. E apesar de não encontrar nunca as tais armas, a ocupação do Iraque persiste até hoje, cinco anos depois. No dia 19 de março, é o aniversário da fatídica invasão e nesta data, no mundo inteiro, os povos e movimentos saem às ruas e praças para protestar e exigir a desocupação do território iraquiano.

Neste ano, a manifestação incluirá mais um ponto de reivindicação e protesto: contra a ameaça da política militar do governo colombiano, apoiado pelos EUA, contra seus vizinhos do Equador e da Venezuela. Mais além de uma guerra da informação e de posturas ideológicas, os povos da América Latina pedem que o continente continue sem conflitos bélicos e sem guerras entre países. Apesar da violência urbana e no campo e da desigualdade social, o continente latino-americano não sabe o que é uma guerra há mais de um século.

(*) Alexandre Sammogini é jornalista, cobriu a eleição presidencial no Equador em 2006. Membro da organização internacional Mundo Sem Guerras e do Movimento Humanista. E-mail: alexandre.sammogini@gmail.com

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